Governo gasta mais R$ 253 bi em juros, equivalente a 26 mil escolas (que não foram construídas)...
253 bilhões de reais
Logo mais à noite, o Copom do Banco Central decide a taxa de juros para os próximos 45 dias. O mercado aposta numa nova alta dos juros. Enquanto isso, o jurômetro da Fiesp registrava às 11h30 que o governo havia pago, 253,2 bilhões de reais em juros desde janeiro. O jurômetro é um placar que acompanha em tempo real os valores gastos com juros no Brasil.
Há um ano, no mesmo horário, o gasto com juros calculado pelo jurômetro era de 226 bilhões de reais. Essa diferença daria para erguer 26 000 escolas de ensino fundamental.
Por Lauro Jardim
Situação de perigo
Os assessores jurídicos do Palácio do Planalto não têm dúvidas em afirmar que, se a meta fiscal não for cumprida, na hipótese, claro, de o governo não conseguir passar as alterações pretendidas, a presidente Dilma não poderá sofrer nenhuma sanção legal. Mas os seus ministros, sim.
Por isso, mais do que nunca, Joaquim Levy só assumirá o Ministério da Fazenda depois de o Congresso aprovar a modificação na lei.
Por Lauro Jardim
A Sibéria é logo ali
A indicação de Arno Augustin, do Tesouro, para a presidência de Itaipu é uma espécie de exílio dourado – um prêmio para quem afundou a política fiscal do Brasil. A leitura do mercado, porém, é boa. Melhor Arno longe do que como assessor especial torpedeando as políticas do governo.
Por Lauro Jardim
Sete notas de Carlos Brickmann
Publicado na coluna de CARLOS BRICKMANN
Um país curioso, o nosso: aqui o treinador de futebol é chamado de “professor”, o professor de “tio”, e falar em mãe é xingamento. Uma república curiosa, a nossa: tem mais de um século e continua obrigando a população a usar nomes pomposos para quem se julga superior aos outros. Juiz, por exemplo, é “meritíssimo”, tenha ou não mérito, tenha ou não sido reprovado em concurso. Um reitor deve ser tratado, acredite, por “vossa magnificência”. Ocupantes de cargos executivos são “excelentíssimo senhor governador” (ou prefeito, ou presidente), independentemente da excelência de sua administração, de seus conhecimentos ou de seus princípios. Tanto é excelentíssimo um governador competente e ilibado quanto um que tenha deixado o palácio para merecidamente habitar um presídio.
Caça aos dividendos: quem sofre mais
Se o Governo for adiante com a ideia de acabar com os juros sobre capital próprio (JCP) como forma de aumentar a arrecadação e gerar o superávit primário, o sucesso empresarial será punido.
As empresas que mais lucram são aquelas que mais retornam dinheiro a seus acionistas, frequentemente sob a forma de JCP.
O BTG Pactual analisou 42 companhias e fez as contas. Para este universo, a redução média nos lucros de 2015 seria de 7% se acabar a dedução da despesa com JCP da base do Imposto de Renda.
O banco fez a seguinte lista das empresas que mais seriam afetadas pelo fim do JCP (em parênteses, a redução estimada pelo BTG no lucro da empresa para 2015):
Porto Seguro (16%)
Telefonica Brasil (15%)
Ambev (14%)
Vale (14%)
Linx (12%)
Multiplan (12%)
Petrobras (10%)
Bancos (8%)
Empresas que só pagaram JCP em 2013 — e não dividendos — incluem: Marcopolo, M Dias Branco, Locamerica, Raia Drogasil, Mills, Copasa, Duratex, Gafisa e Sabesp.
Por Geraldo Samor