Com carnes e gasolina, IPCA sobe 0,51% em novembro e permanece acima do teto da meta

Publicado em 05/12/2014 08:48

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Por Felipe Pontes e Camila Moreira

RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - A inflação oficial brasileira acelerou em novembro a 0,51 por cento, pressionada por alimentos e da gasolina, permanecendo acima do teto da meta em 12 meses e mantendo a nova equipe econômica sob pressão para que torne a política fiscal mais rigorosa e controle a alta dos preços.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou alta de 6,56 por cento em 12 meses até novembro, um pouco abaixo dos 6,59 por cento de outubro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.

A meta de inflação do governo é de 4,5 por cento, com tolerância de dois pontos percentuais para mais ou menos. Em outubro, o IPCA havia avançado 0,42 por cento na base mensal.

O índice também acelerou em relação à sua prévia, o IPCA-15, que em novembro subiu 0,38 por cento sobre o mês anterior, chegando a 6,42 por cento em 12 meses.

Os resultados de novembro ficaram um pouco abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters, de alta de 0,54 por cento sobre o mês anterior e de 6,59 por cento em 12 meses.

CARNES E GASOLINA

Segundo o IBGE, o maior impacto sobre o IPCA de novembro veio do grupo Alimentação e Bebidas, cujo avanço dos preços acelerou a 0,77 por cento, após 0,46 por cento em outubro. Com isso, o grupo foi o que registrou o maior peso no mês, de 0,19 ponto percentual, devido principalmente à alta de 3,46 por cento nos preço das carnes.

Os preços administrados subiram 0,72 por cento em novembro, contra avanço mensal de 0,38 por cento no mês anterior. No acumulado em 12 meses, os administrados registram inflação de 5,83 por cento.

A gasolina foi o segundo item individual de maior impacto no IPCA do mês, com alta de 1,99 por cento, levando o grupo Transportes a registrar inflação de 0,43 por cento em novembro, contra 0,39 por cento em outubro.

No início do mês passado a Petrobras anunciou reajuste nos preços da gasolina e do diesel, ajudando a pressionar a inflação e aumentando as chances de o IPCA fechar este ano acima do teto da meta.

Outra fonte de pressão sobre a inflação são os serviços, cuja alta acelerou a 0,46 por cento em novembro, contra 0,43 por cento no mês anterior, chegando em 12 meses a 8,28 por cento.

Diante da inflação pressionada, o Banco Central intensificou o ritmo de aperto monetário nesta semana e elevou a taxa básica Selic em 0,50 ponto percentual, a 11,75 por cento ao ano.

Mas, embora o BC tenha indicado que pode reduzir a intensidade da alta em breve, o movimento reforçou as sinalizações dadas pela nova equipe econômica --com Joaquim Levy no Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa no Planejamento e Alexandre Tombini mantido no BC-- de maior rigor fiscal e combate à inflação.

(Reportagem adicional de Jeb Blout, no Rio de Janeiro)

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Fonte:
Reuters

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