Defesa de Cerveró pede intimação de Gabrielli e desiste de indicar Dilma como testemunha

Publicado em 26/01/2015 17:51

Por Eduardo Simões

SÃO PAULO (Reuters) - A defesa do ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró solicitou à Justiça a intimação do ex-presidente da estatal José Sergio Gabrielli como testemunha no processo a que responde por suposto recebimento de propina quando era diretor da empresa e desistiu do pedido feito mais cedo para que a presidente Dilma Rousseff também fosse intimada.

Cerveró é acusado de corrupção por ter supostamente recebido propina na compra de navios-sonda da Petrobras.

O ex-diretor nega as acusações e, em defesa encaminhada por escrito à Justiça, seu advogado pede sua absolvição e extinção do processo. Argumenta também que a Justiça Federal do Paraná é incompetente para julgar o caso porque, segundo o Ministério Público Federal, os crimes teriam acontecido no Rio de Janeiro.

A defesa de Cerveró havia pedido que a presidente fosse intimada como uma de sua testemunhas, mas enviou outro pedido à Justiça Federal do Paraná desistindo do pedido alegando que a contratação dos navios-sonda foi tomada diretamente pela diretoria da Petrobras, sem passar pelo Conselho de Administração da Petrobras, presidido por Dilma entre 2003 e 2010.

Já Gabrielli, que presidiu a estatal entre 2005 e 2012, foi indicado como testemunha junto a outras sete pessoas.

Cerveró está preso na carceragem da Polícia Federal em Curitiba desde 14 de janeiro. O Ministério Público pediu sua prisão por entender que o ex-diretor seguiria cometendo crimes ao fazer transferências patrimoniais no que seria, de acordo com a Procuradoria, uma manobra para ocultar recursos de origem ilícita.

A Justiça já denunciou 39 pessoas na operação Lava Jato. Além de Cerveró, foram denunciados o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e 23 pessoas ligadas a seis das maiores empreiteiras do Brasil.

Segundo depoimento feito à Justiça por Costa, que assinou acordo de delação premiada em troca de redução da pena, as empeiteiras teriam formado um cartel nos contratos com a Petrobras, que seriam firmados com sobrepreço.

Em troca, diretores da estatal, operadores do esquema políticos e partidos receberiam propina. Entre os partidos citados por Costa em seu depoimento estão PT, PP e PMDB.

A Procuradoria-Geral da República montou uma força-tarefa para analisar o envolvimento de políticos com prerrogativa de foro junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), mas o procurador-geral, Rodrigo Janot, só deve apresentar eventuais denúncias ao Supremo após a volta do recesso do Judiciário em fevereiro.

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

STF suspende prazos processuais em todas as ações ligadas ao RS
Wall St salta com dados de empregos nos EUA reforçando hipótese de cortes nos juros
Dólar cai ao menor valor em quase um mês com dados fracos de emprego nos EUA
Ibovespa fecha em alta com melhora em perspectivas sobre juros nos EUA
Taxas futuras de juros têm nova queda firme no Brasil após dados de emprego nos EUA