Eleição na Câmara será primeira prova de fogo para nova base de Dilma

Publicado em 28/01/2015 10:38

O primeiro dia de trabalho dos novos deputados federais, no próximo domingo, 1º de fevereiro, será marcado por uma acirrada disputa entre o Governo e suas oposições — sim, no plural, já que a base aliada do governo do PT está claramente rachada e tem potencial para causar tanto ou mais dor de cabeça ao Planalto que os opositores declarados.

A primeira batalha de Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados neste ano se dará principalmente contra Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o parlamentar que foi uma pedra em seu sapato nos últimos anos. O peemedebista, em tese parte da base aliada mas abertamente hostil ao Planalto, é o favorito para derrotar o candidato petista Arlindo Chinaglia (SP) na eleição para a presidência da Câmara, que tem o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) como o azarão e Chico Alencar (PSOL-RJ) como uma candidatura de honra, sem chances de vencer.

A essa altura, apenas uma reviravolta de posição entre deputados da base de Dilma que já decidiram abandonar o Planalto para acompanhar o rebelde Cunha seria capaz de dar a Chinaglia a presidência da Casa. O que pode ajudá-lo é que o voto é secreto: um deputado pode declarar apoio a Cunha ou Delgado, mas votar em Chinaglia.

Se analisados os apoios oficializados até o momento, Cunha teria, no primeiro turno, 161 votos. Chinaglia chegaria aos 128, Delgado, aos 106, e Alencar, aos 5. Faltariam 113 votos (dos 513) ainda por se definir publicamente.

Se fosse se basear apenas no grupo que ajudou a elegê-la, Rousseff não teria problemas, já que o próprio PMDB faz parte de seu grupo de sustentação, tendo inclusive o vice-presidente da República, Michel Temer, e seis ministros. Na prática, contudo, um fisiológico e heterogêneo PMDB age como bem entende. Nos últimos dois anos, Cunha, por exemplo, articulou a derrubada do decreto de Rousseff que criava a conselhos populares em órgãos públicos, agiu para travar a votação do marco civil da Internet e pediu investigações contra a Petrobras. Ainda no governo Lula, ele foi um dos pivôs da derrubada da CPMF (o imposto do cheque que financiava a saúde pública). De persona non grata, ele chegou a ser recebido pelo Palácio do Planalto no ano passado, mas a relação não passou de um flerte. Pela habilidade potencial de causar problemas, Cunha já foi comparado ao deputado democrata Frank Underwood, o ardiloso protagonista da série do Netflix House of Cards. Eles não gosta do paralelo.

Leia a notícia na íntegra no site do El País

 

 

Fonte: El País

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