Na Folha: Diante da crise, governo admite corte no Minha Casa, Minha Vida

Publicado em 08/09/2015 15:51
+ veja.com

O Palácio do Planalto já admite publicamente que programas sociais como o Minha Casa, Minha Vida, uma das principais bandeiras do governo, serão afetados pela proposta Orçamentária entregue ao Congresso na semana passada com um deficit primário inédito de R$ 30,5 bilhões.

Após reunião da coordenação política do núcleo da presidente Dilma Rousseff, o ministro Ricardo Berzoini (Comunicações) disse que programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, serão "absolutamente preservados", mas aqueles "com investimentos físicos", de educação, saúde e habitação, terão que passar por um "alinhamento" com a atual proposta Orçamentária. 

Leia a notícia na íntegra no site da Folha de S. Paulo.

 

Em VEJA: Levy confirma estudos para elevar Imposto de Renda da pessoa física

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy(Susana Vera/Reuters)

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, confirmou nesta terça-feira que está em andamento uma discussão, inclusive com o Congresso, para encontrar as formas mais adequadas para viabilizar "uma ponte fiscal sustentável". Levy disse que, em relação "à maioria dos países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), o Brasil tem menos Imposto de Renda sobre a pessoa física. É uma coisa a se pensar".

Perguntado se seria o caso de elevar o IR no Brasil, Levy afirmou que "pode ser um caminho". "Esta é a discussão que a gente está tendo agora, e que eu acho que tem que amadurecer mais rapidamente no Congresso."

Depois de participar do encontro do G-20, o grupo das maiores economias do mundo, Levy seguiu para Madri, na Espanha, e depois para Paris, onde está nesta terça-feira. Na França, o ministro participa do encontro da OCDE.

LEIA MAIS:

Governo avalia aumentar impostos que não precisam passar pelo Congresso

Levy afirma que Brasil pode ter imposto de "travessia"

Oposição ataca intenção do governo de aumentar impostos por decreto

(Com Estadão Conteúdo)

 

“Baixa performance do Brasil está se tornando estrutural”, diz Fitch

Na VEJA.com:
A agência de classificação de risco Fitch afirmou nesta terça-feira que focará na dinâmica da dívida e no crescimento econômico quando for avaliar novamente a nota do Brasil e alertou que o mau desempenho do país “está se tornando estrutural”. Em abril deste ano, a agência manteve o rating BBB do Brasil, alterando apenas sua perspectiva para negativa. A Fitch é a única das três principais agências – as outras são Moody’s e Standard & Poor’s – que manteve o país a dois degraus do terreno especulativo.

“A baixa performance do Brasil está se tornando estrutural”, alertou a diretora sênior de ratings soberanos da Fitch, Shelly Shetty, durante conferência em Londres. “O foco de nossa atenção será sobre a dinâmica de crescimento e dívida. Não há limiar mágico”, disse ela, acrescentando que o país já estava altamente endividado quando recebeu o grau de investimento.

A Fitch diz que o Brasil tem desafios crescentes na questão fiscal e também na retomada do crescimento econômico. O avanço médio de cinco anos está abaixo da mediana dos países com nota de crédito na faixa BBB e a inflação está bem acima da mediana desse grupo. Já o superávit primário vem caindo basicamente desde a média de 3,6%, entre 2003 e 2005, e se transformou em déficit no ano passado. “A meta de superávit (para este ano) foi reduzida de 1,1% para 0,15%”, lembrou a agência na apresentação.

A Fitch ainda apontou que a dívida bruta brasileira estava em quase 60% do PIB no fim de 2014, acima da mediana da faixa BBB, de 40%, enquanto os gastos com juros como porcentual das receitas do governo estavam em mais de 15%, sendo que a mediana do grupo é de menos de 10%. “As dinâmicas de dívida são desafiadoras, mas não explosivas”, afirma o texto, mostrando um gráfico que mostra que a dívida brasileira deve rodar perto de 65% até 2017.

Nesse slide, intitulado “Brasil: o grau de investimento está em risco?”, a Fitch lembra que quando a Croácia foi rebaixada para o nível especulativo, em 2013, o principal motivo foi o crescimento fraco e os desafios fiscais. Na época, a dívida bruta daquele país estava em 69% do PIB.

Pontos positivos
Mesmo assim, a apresentação indica que o Brasil ainda tem alguns pontos positivos, como a alta proporção de dívida em moeda local e as contas externas robustas, inclusive com uma melhora na balança comercial nos últimos meses. A agência aponta ainda que a inflação está acima da meta, mas que as expectativas estão melhor ancoradas. Os desafios políticos, no entanto, crescem, com a popularidade da presidente Dilma Rousseff em uma mínima recorde. A Fitch também cita a recente desvalorização do real.

Na semana passada, ao comentar a proposta de Orçamento do governo para 2016, que veio com déficit de 30,5 bilhões de reais, a agência afirmou que “as revisões para baixo colocam a tendência do superávit primário bem abaixo do cenário base da Fitch usado em abril (quando o rating do Brasil foi reafirmado) e refletem os crescentes riscos para a trajetória das finanças públicas e da dívida.”

Fonte: Folha de S. Paulo + VEJA

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Ibovespa fecha em alta com dados de inflação no Brasil e nos EUA
Wall Street fecha em alta com avanço de ações de megacapitalização de tecnologia
Dólar fecha em queda de 0,94%, a R$5,1168 na venda; moeda perde 1,58% na semana
Taxas futuras de juros recuam após dados de inflação de Brasil e EUA
Petróleo sobe com tensões no Oriente Médio, problemas econômicos restringem ganhos