Dólar tem leves variações e segue perto de R$ 3,90, de olho em cena política

Publicado em 01/12/2015 11:03

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar alternava entre leves altas e baixas nesta terça-feira, com investidores adotando cautela antes de importantes eventos políticos no cenário local, que vêm ditando os movimentos do mercado nas últimas semanas.

Às 11:59, o dólar recuava 0,13 por cento, a 3,8814 reais na venda, após atingir 3,9045 reais na máxima e 3,8600 reais na mínima da sessão.

"O mercado está bastante cauteloso em um cenário de forte volatilidade, esperando novas notícias vindas do Congresso", resumiu o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado.

O Conselho de Ética vota nesta tarde em caráter preliminar o processo contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), às 14h30, e que pode resultar na sua cassação. Novas denúncias contra ele alimentaram preocupações de que possa reagir apoiando a abertura de eventual processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, aumentando ainda mais a incerteza política.

Mais tarde, às 19h, o Congresso deve votar a nova meta de resultado fiscal do governo para 2015, após adiar a apreciação do tema na semana passada depois da prisão do ex-líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS). Investidores temem que a turbulência política signifique que o governo enfrentará mais dificuldades para aprovar medidas de ajuste fiscal no Congresso.

Também contribuía para limitar os movimentos do mercado a atuação do Banco Central, que realizará nesta tarde leilão de venda de até 500 milhões de dólares com compromisso de recompra. Segundo a assessoria de imprensa da autoridade monetária, a operação não tem como objetivo rolar contratos já existentes.

Além disso, deu início à rolagem dos swaps cambiais que vencem em janeiro, sinalizando que deve repor integralmente os contratos equivalentes a venda futura de dólares.

"A estratégia do BC parece ser deixar claro que ele está disposto a entrar no mercado para evitar exageros, mas deixar a moeda seguir seu rumo com base nos fundamentos. Isso deixa o mercado um pouco mais calmo", disse o superintendente de derivativos da corretora de um banco nacional.

(Por Bruno Federowski)

Fonte: Reuters

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