Juiz Moro diz, em nota, que o êxito das manifestações se deve à bondade do Povo brasileiro

Publicado em 13/03/2016 16:43
Manifestações deste domingo marcam expressivo apoio ao juiz Sé4gio Moto, da Operação lava Jato (na FOLHA DE S. PAULO)

O juiz Sergio Moro, responsável pelas ações da Lava Jato disse em nota que ficou tocado pelo apoio às investigações da operação nos protestos deste domingo. Leia a nota:

"Neste dia 13, o Povo brasileiro foi às ruas. Entre os diversos motivos, para protestar contra a corrupção que se entranhou em parte de nossas instituições e do mercado. Fiquei tocado pelo apoio às investigações da assim denominada Operação Lavajato. Apesar das referências ao meu nome, tributo a bondade do Povo brasileiro ao êxito até o momento de um trabalho institucional robusto que envolve a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e todas as instâncias do Poder Judiciário. Importante que as autoridades eleitas e os partidos ouçam a voz das ruas e igualmente se comprometam com o combate à corrupção, reforçando nossas instituições e cortando, sem exceção, na própria carne, pois atualmente trata-se de iniciativa quase que exclusiva das instâncias de controle. Não há futuro com a corrupção sistêmica que destrói nossa democracia, nosso bem estar econômico e nossa dignidade como País. 13/03/2016, Sergio Fernando Moro".

 

Juiz Sergio Moro, da Lava Jato, é exaltado como herói em protestos

O juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato em Curitiba (PR), foi lembrado em cartazes e gritos de guerra dos manifestantes reunidos em protestos em várias cidades do país neste domingo (13).

"É um orgulho nacional. Representa tudo que a gente quer", disse Ana Lúcia Magela, na avenida Paulista, em São Paulo, com um cartaz de apoio ao juiz.

Para Adriana Oliveira Santos, que usava uma faixa na cabeça em homenagem ao juiz, "Moro é a cara do país".

O motorista autônomo Paulo Galdino foi à Paulista com os filhos, que o ajudavam a erguer um cartaz em agradecimento a Moro "pelas fases" da Lava Jato. "Ele me trouxe uma grande alegria", afirmou à Folha.

Uma imagem do juiz estampou o carro de som do grupo Revoltados Online, que puxava aplausos para Moro.

No Rio de Janeiro, "Vai Moro", "Mais Moro, menos Dilma", "Somos todos Moro", "Viva Moro" e "Eu amo [representado por um coração] Moro" também estão entre as dezenas de mensagens de apoio ao juiz da Lava Jato espalhadas em cartazes, faixas e camisetas ao longo da orla da praia de Copacabana.

Um grupo de 35 pessoas chamou atenção por usar uma mesma camiseta amarela identificada como #morobloco, um trocadilho do nome do juiz com Monobloco, um dos mais populares blocos de carnaval do Rio.

Os atores Marcelo Serrado e Susana Vieira estavam entre os seguidores do #morobloco.

"Estou aqui como cidadão. Somos a favor do Moro e das investigações da Lava Jato", disse Serrado. Apesar das críticas a atual situação do país, o ator faz ressalvas à possibilidade de afastamento da presidente Dilma.

"Se for comprovada alguma irregularidade, sou a favor do impeachment. Mas não sei dizer se existem motivos que justifiquem a saída dela neste momento".

"Estamos aqui a favor do Moro e da Polícia Federal. A hora é de mobilização nacional contra a corrupção", acrescentou Susana Vieira.

Em Curitiba, a todo momento manifestantes gritam, no carro de som, o nome de Moro, seguido de aplausos, e frases de "Sergio Moro é meu amigo, Mexeu com ele, mexeu comigo".

Também foram citados os nomes de Carlos Fernando Lima e Deltan Dallagnol, procuradores que integram a investigação da Lava Jato

CONTRA CORRUPÇÃO

Usando uma máscara do juiz, a mineira Meirice de Almeida Prado conta que conseguiu sozinha mil assinaturas em apoio às dez medidas contra corrupção do Ministério Público Federal.

"Acredito que com a punição a gente vai ter um Brasil melhor", disse.

"Gostei muito de uma frase que ouvi aqui: 'vamos Mororizar o país'", disse em meio a risos Veridiana Navajas, que usava máscara de japonês da Federal. 

 

 

 

ANÁLISE da folha de s. paulo:

Protesto entrega o que promete e 'saída Lula' paira sobre Dilma

megaprotesto deste domingo (13) o governo Dilma Rousseff e o PT está entregando tudo o que prometeu: dimensões iguais ou superiores às do primeiro ato do gênero em 2015, de que decorre o previsível discurso de que "agora vai" entre os apoiadores do impeachment e a redução da já quase inexistente margem de manobra para o Planalto na crise.

Como numa versão vida real dos debates de Facebook, em que todos têm razão e excluem os divergentes, para os governistas há consolações ilusórias nas imagem das ruas: o protesto ainda parece ser uma expressão de classe média, os "loiros de olhos azuis" tão ao gosto da demonização petista.

Na semana passada, um desolado governista ponderava que "só iria se preocupar quando começassem os saques na Baixada Fluminense", resgatando uma imagem de caos social decorrente de crise econômica que apavora palacianos.

Na realidade, não é preciso chegar a tanto, até porque apesar da crise o Brasil é um país com uma enorme classe média que vem sentindo a crise em seus orçamentos domésticos.

As dimensões gigantescas do ato legitimam o discurso daqueles que, nas palavras dos "profissionais" do PMDB e do PSDB reunidos em torno da bruxaria do "semi" (parlamentarismo ou presidencialismo, ao gosto do freguês), consideram que o tempo acabou para Dilma.

Não que seja um caminho suave. Para ressuscitar, o processo de impeachment ainda precisa de decisões do Supremo Tribunal Federal na próxima quarta-feira (16) e terá, à sua frente, o contestado presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Mais: são precisos, ao fim da discussão em comissão especial, 342 votos de deputados para a abertura do processo e consequente afastamento temporário de Dilma. É muita coisa, mas a sinalização dada pelo PMDB em sua convenção de sábado (12) de estar com meio corpo fora do governo é eloquente o suficiente do clima.

Além disso, o pós-Dilma é naturalmente incerto. Há a questão da Lava Jato, que tem munição de sobra não só contra o PT, mas também contra o mesmo PMDB que se vende como fiador de qualquer transição, isso para não falar citações aqui e ali a gente da oposição.

Um acordão mais conservador, ao estilo "centrão" que predomina na política brasileira, nunca foi tão difícil. Para a oposição, o mundo ideal é o de eleição após uma cassação da chapa Dilma-Temer pelo TSE, o que surge como possibilidade cada vez mais forte com os dados que vão transparecendo de delações premiadas de empreiteiros, mas esse é um processo mais longo —e o sentido de urgência tem pautado as conversas
em Brasília.

O cálculo para o futuro do governo passa por Luiz Inácio Lula da Silva, acuado como nunca em frentes judiciais-policiais e, ainda que bastante popular, experimentando seu pior momento em termos de imagem pública desde a apoteose do segundo mandato (2007-2010).

O mesmo político governista supracitado considerava que "a periferia está com Lula e, por extensão, com o governo". Se está, não é claro, até porque os efeitos da crise econômica chegaram muito recentemente à ponta, via desemprego crescente. Os atos em apoio ao petista têm tido caráter cada vez mais de nicho, radicalizado e ligado a burocracias sindicais.

Para Dilma e Lula, repousa na mesa a carta da entrada do petista no governo, provavelmente a Casa Civil, caso não venha a ser preso em alguma das investigações em curso contra si.

Os contras da operação são óbvios. A admissão virtual de culpa e busca de um foro privilegiado que, na verdade, não tem nada de favorável como pode parecer. Trazer mais um investigado para se transformar em fiador final do governo. A imagem pública de renúncia branca de Dilma, até porque seria certa uma mudança mais radical e potencialmente desastrosa na área econômica.

Mas as "ruas", fetichizadas como são desde o processo que derrubou Fernando Collor em 1992, deixaram quase só essa saída para a presidente.

Não há dinheiro para bondades como as que ajudaram Lula a sobreviver a crise do mensalão em 2005-6, não há credibilidade para soluções que dependam do Congresso e a etapa da "reforma ministerial salvadora" ocorreu sem sucesso em outubro passado.

Se há fôlego ou necessidade para que a mobilização se torne ao menos periódica, essa é uma variável ainda a definir. A sombra da "saída Lula", por fim e não por último, pode catalisar de vez o barulho das ruas. 

 

 

 

DE SÃO PAULO

Na FOLHA: Manifestantes lotam av. Paulista em ato contra Dilma; acompanhe 

Atualizado às 16h30

Milhares lotam a av. Paulista, neste domingo (13), em protesto contra o governo Dilma Rousseff. Outras cidades, além de São Paulo, realizam ou já tiveram atos pró-impeachment também neste domingo. Alguns manifestantes estão desistindo de ir à avenida por dificuldades de chegar na via. A Polícia Militar bloqueou ao menos uma rua de acesso, a alameda Casabranca.

A oposição também participa dos protestos. Antes de ir à Paulista, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) –acompanhado de uma comitiva de tucanos, como o senador Aécio Neves, e deputados da oposição– disse que o Brasil vive uma "crise profunda".

Até agora, os atos seguem sem incidentes. O governo, apesar de considerar que os protestos são fortes, comemorou o fato de não haver agressões, por temer que isso poderia prejudicar a presidente. Neste sábado (12), Dilma disse que atos de violência seriam um desserviço ao país. O ex-presidente Lula, alvo de denúncia do Ministério Público de São Paulo, recebeu o apoio de cerca de 400 militantes em frente a seu apartamento, em São Bernardo do Campo (SP).

  • 16:49

    RIO DE JANEIRO - Protesto no Rio reuniu 1,5 milhão de pessoas em estimativa de organizadores. O número não é oficial, pois, desde o ano passado, o Governo do Rio (PMDB) optou por não fazer mais estimativas de público nos protestos de rua. A mobilização começou às 10h, se estendeu até 15h e ocupou as duas pistas da avenida Atlântica, em uma extensão de seis a oito quadras do bairro.

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  • 16:49

    CURITIBA - No protesto na capital paranaense, os manifestantes gritam: "O PT vai cair e a bolsa vai subir", "Renuncia!" e Fora PT". Organizadores ao microfone falam em 200 mil pessoas.

    16:38

    VITÓRIA - Um grupo de 60 mil pessoas, segundo organizadores, atravessa neste momento a ponte que liga Vila Velha à capital do Espírito Santo. Eles devem se unir aos cerca de 50 mil manifestantes que já participam do ato em Vitória. A ponte tem cerca de 3 km e está sobre a baía de Vitória. O encontro está marcado para daqui a pouco na praça do Papa, na orla da cidade.

    16:25

    GOIÂNIA - Em novo cálculo, a Polícia Militar de Goiás elevou o número de participantes de 20 mil para 30 mil. Já os organizadores afirmam que os manifestantes somam 70 mil —-antes, o cálculo era de 50 mil. Segundo os responsáveis, mais pessoas estão aderindo ao movimento. Mesmo debaixo de chuva, os participantes seguem em passeata até a sede da superintendência da Polícia Federal. "Lula cachaceiro, devolve o meu dinheiro", gritam os manifestantes.

    16:19

    Os protestos deste domingo têm destaque na mídia internacional. "A ira" dos manifestantes, segundo o site do jornal norte-americano "The Wall Street Journal" , está direcionada contra Dilma e seu partido, o PT, "cercados por uma crise de confiança". O jornal francês "Le Monde" informa em seu site que há "uma mobilização de grande dimensão contra a presidente, atolada em uma séria crise política".

    16:15

    SÃO PAULO - A PM fez um cordão, na Alameda Casa Branca, que impede que mais pessoas cheguem à Paulista; segundo a polícia, o bloqueio é para segurança dos manifestantes, já que a avenida está lotada. Por conta da superlotação, alguns desistem de avançar até o centro do protesto.

    16:12

    Participantes se concentram na orla de João Pessoa para ato a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff.

    JOÃO PESSOA - A manifestação na capital da Paraíba começou há pouco, com faixas de apoio à Lava Jato, ao juiz Sergio Moro e a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff. O senador Cássio Cunha Lima (PSDB) participa. Ele afirmou que o processo para o impedimento da presidente começa nesta semana no Congresso. "É um caminho sem volta. O governo de Dilma acabou. Ela perdeu todas as condições de governabilidade. E ainda há outra saída, que sempre considerei a melhor, que seria a cassação da chapa pelo Tribunal Superior Eleitoral, o que proporcionaria uma nova eleição dentro da lei", disse. A manifestação acontece na orla, no Busto de Tamandaré. Os participantes usam roupas nas cores verde e amarelo. A organização informou que espera 10 mil pessoas no ato

    16:06

    Cerca de 20 cidades no exterior, em países como Portugal, Estados Unidos, Inglaterra, Japão e França, sediam protestos contra o governo.

     

    16:02

    CURITIBA - Em Curitiba, a todo momento manifestantes gritam, no carro de som, o nome do juiz Sergio Moro, seguido de aplausos e bordões como "Sergio Moro é meu amigo/ Mexeu com ele, mexeu comigo". Também foram citados os nomes de Carlos Fernando Lima e Deltan Dallagnol, procuradores que integram a investigação da Lava Jato.

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    15:59

    Manifestantes em ato no Parcão, em Porto Alegre

    PORTO ALEGRE - O protesto pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff começou às 15h com cerca de 30 mil manifestantes, segundo a organização do ato. A Brigada Militar informou que divulgará a estimativa de participantes só no final do evento –o protesto ocorre no Parcão (Parque Moinhos de Vento). Às 16h30, a organização dará um "banho" no boneco Pixuleco, com a ajuda de um juiz Sergio Moro fictício.

    Foto: Paula Sperb/Folhapress.

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    15:55

    FORTALEZA - À beira-mar, milhares de manifestantes se reúnem no aterro da Praia de Iracema desde as 15h. A concentração conta com a participação de vários grupos a favor do impeachment, entre eles o Consciência Patriótica, responsável pela "dança do impeachment". No momento, a organização estima em 30 mil pessoas. O economista Marcelo Marinho, do Vem pra Rua, diz que o número de manifestantes deve crescer após o pôr do sol.

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    15:51

    CAMPO GRANDE (MS) - A concentração começou por volta das 14h (15h em Brasília) na praça do Rádio Clube, região central da cidade. Sob sol forte e temperatura acima dos 30ºC, manifestantes estão espalhados enquanto aguardam início da passeata, prevista para as 16h. Cinco carros de som estão posicionados ao longo da avenida Afonso Pena, local do trajeto e uma das principais vias da cidade. A Polícia Militar montou esquema de segurança com 500 militares. O grupo Reaja Brasil, formado por entidades ligadas a empresários, produtores rurais e sindicatos, estima que a manifestação terá participação de pelo menos 40 mil pessoas.

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    15:51

    O ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa, relator do processo do mensalão e uma das figuras mais lembradas nas manifestações de anos anteriores, postou nas redes sociais que os protestos são "a única saída para o impasse em que os nossos dirigentes políticos nos colocou".

     

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    15:50

    SÃO JOSÉ DO RIO PRETO (SP) - Cerca de 20 mil pessoas participaram do protesto organizado pelo MCB (Movimento Cidadania Brasil), segundo a Polícia Militar. Vestidos de verde e amarelo, os manifestantes se encontraram às 11h em frente ao Mercado Municipal e caminharam em direção à prefeitura. O ato acabou às 12h30.

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    15:49

    FLORIANÓPOLIS - Concentrados para ato contra o governo Dilma, manifestantes ouvem paródias de músicas conhecidas. O refrão original de "Águas de Março" –"são as águas de março fechando o verão"– virou "é o PT no governo roubando a nação, é a promessa de morte da população".

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    15:46

    CURITIBA - Na capital paranaense, há cartazes com fotos de Dilma e Lula e a frase "Curitiba te espera", em referência às prisões de investigados na Lava Jato, parte deles presa em Curitiba.

     

    15:42

    GUARUJÁ - Na cidade do litoral sul paulista, manifestantes protestam em frente ao edifício Solaris, onde fica o tríplex que, segundo investigações do Ministério Público de São Paulo, é ligado ao ex-presidente Lula. Manifestantes colaram cartazes na fachada do prédio com dizeres como "Povo unido não precisa de partido" e "Lula = pai da facção". Moradores do edifício hastearam bandeiras do Brasil e apareceram nas janelas vestidos de verde e amarelo.

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    15:39

    SÃO PAULO - A PM afirma que uma mulher contrária à manifestação teria arremessado uma garrafa d'água contra os policiais que estavam no Masp. Ela foi presa por desacato e levada ao 78° DP.

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Fonte:
Folha de S. Paulo

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