Cena externa endossa realização de lucros e Bovespa cai quase 3% à espera de medidas

Publicado em 13/05/2016 17:57

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Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - A Bovespa fechou em forte queda nesta sexta-feira, com seu principal índice abaixo de 52 mil pontos, em meio a movimentos de realização de lucros endossados pelo cenário externo desfavorável, enquanto agentes financeiros seguem à espera do anúncio de medidas pelo governo de Michel Temer.

Balanços corporativos também estiveram no foco das atenções, entre eles o da Petrobras.

O Ibovespa caiu 2,7 por cento, a 51.804 pontos. O volume financeiro da sessão somou 7,5 bilhões de reais.

Na semana, o Ibovespa acumulou variação positiva de 0,17 por cento. No mês, o índice está em queda de 3,9 por cento, enquanto no ano sobe 19,5 por cento.

De acordo com profissionais do mercado, é natural que, após a confirmação do afastamento temporário da presidente Dilma Rousseff, com o vice Michel Temer assumindo interinamente, a Bovespa ajuste um pouco o desempenho superior a seus pares dos mercados emergentes nos últimos dias.

"Para o mercado acionário brasileiro voltar a apresentar um desempenho melhor do que o de outros emergentes, só com as aguardadas medidas do governo de Temer tendo sucesso nas suas aprovações", destacou o operador de renda variável da corretora de um banco em São Paulo.

Em entrevista coletiva por volta do meio-dia, o novo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, reiterou que o governo tomará medidas duras mirando o reequilíbrio das contas públicas, mas não anunciou nenhuma medida concreta, argumentando que elas virão "no momento certo".

Além disso, Meirelles não descartou aumento de impostos ou a retomada da CPMF, afirmando que caso seja necessário, um tributo será aplicado de forma temporária.

"A saída de Dilma, mesmo que temporária, estava no preço, mas os planos para os até 180 dias de afastamento não estão", disse o gestor Marco Tulli Siqueira, da mesa de operações de Bovespa da Coinvalores

No exterior, o índice MSCI de referência de mercados acionários emergentes caiu 1,5 por cento. Na semana, acumulou perda de mais de 1 por cento. O iShares MSCI Brazil, referência para as ações brasileiras no exterior, cedeu 4,27 por cento.

A queda de commodities figurou entre as pressões negativas no mercado externo nesta sessão, com os negócios em Wall Street abatidos pelo declínio do petróleo e resultados trimestrais, que minaram as ações de consumo.

DESTAQUES

- BRADESCO caiu 4,04 por cento e ITAÚ UNIBANCO perdeu 3,77 por cento, respondendo pelo maior peso negativo no Ibovespa, corrigindo ganhos na semana.

- PETROBRAS fechou com as ações preferenciais em queda de 3,37 por cento e as ordinárias com recuo de 4,64 por cento, tendo como pano de fundo prejuízo no primeiro trimestre, embora dados operacionais tenham sido avaliados positivamente, e queda dos preços do petróleo.

- VALE encerrou com as preferenciais em baixa de 5,41 por cento, em nova sessão de queda dos preços do minério de ferro na China.

- CSN despencou 12,77 por cento, capitaneando as perdas entre as ações de siderúrgicas, que sofreram com a correção negativa na bolsa. Apesar da queda, CSN ainda contabiliza alta superior a 100 por cento no ano.

- CEMIG desvalorizou-se 8,09 por cento antes da divulgação do balanço ainda nesta sexta-feira e tendo no radar atraso na entrega do formulário 20-F à reguladora do mercado de capitais norte-americano, por ressalvas feitas pelos auditores independentes em relação a seus investimentos na Norte Energia, responsável pela hidrelétrica de Belo Monte.

- COPEL cedeu 7,03 por cento, após resultado trimestral mostrar queda anual de 71 por cento no lucro e de 36,7 por cento no Ebitda.

- ESTÁCIO PARTICIPAÇÕES caiu 4,8 por cento, efeito da exclusão da ação em rebalanceamento do índice MSCI que passa a vigorar no final do mês. KROTON também sofreu, com perda de quase 5,21 por cento.

- BM&FBOVESPA recuou 1,88 por cento, mesmo após lucro de 339,5 milhões de reais no primeiro trimestre, alta de 21 por cento ante o resultado obtido um ano antes.

- MRV perdeu 3,04 por cento, apesar de divulgar que seu lucro líquido cresceu 20,7 por cento no primeiro trimestre, na comparação anual.

- COSAN subiu 2,36 por cento, no melhor desempenho do Ibovespa, após balanço do primeiro trimestre considerado forte por analistas, com lucro líquido de 248,7 milhões de reais.

- ECORODOVIAS avançou 1,5 por cento, após resultado trimestral considerado positivo por analistas e sinalizações da empresa de que espera concluir a negociação de aditivos contratuais.

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Fonte:
Reuters

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