MST ocupa rodovias do PR para cobrar assentamentos

Publicado em 20/05/2016 08:13

Grupos de integrantes do Movimento dos Sem-Terra (MST) ocuparam, pelo menos, cinco trechos de rodovias no Paraná para protestar contra o governo do Estado. O tráfego foi parcialmente interrompido desde a manhã na PR-272, no acesso a Faxinal, na BR-277, em Nova Laranjeiras, e na PR-445, próximo a Tamarana. Nas praças de pedágio de Mandaguari, na BR-376, e de Arapongas, na BR-369, as cancelas foram liberadas. 

Na PR-445, o grupo se dividiu em dois bloqueios feitos nas proximidades de Tamarana. De acordo com o representante do MST no local, Jauri Dias, o descontentamento com o governo do Estado e a falta de empenho em discutir o problema agrário motivaram a onda de protestos. "Nós não precisamos de guerra, precisamos de terra para trabalhar", afirmou. Indígenas da Reserva Apucaraninha também participaram da manifestação em apoio aos integrantes do MST. 

Uma equipe da Polícia Rodoviária Estadual (PRE) acompanhou o protesto na PR-445, que permanecia pacífico até o início da noite. O tráfego foi interrompido de hora em hora, mas ambulâncias e veículos com cargas perecíveis eram liberados pelos manifestantes. "Não sabia dos protestos. Devo chegar só depois da meia-noite", lamentou o caminhoneiro Robson Fernandes, que seguia para São Paulo. 

O coordenador estadual do MST no Paraná, Diego Moreira, informou que o objetivo do protesto é "denunciar o clima de tensão e violência" enfrentado pelo movimento no Estado. Dois integrantes do MST foram mortos durante um confronto com a Polícia Militar em Quedas do Iguaçu e policiais cumpriram nesta semana a ordem de reintegração de posse na Fazenda Santa Maria, em Santa Terezinha de Itaipu. "Queremos que o governador do Estado marque uma reunião com representantes do MST e do Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária] para que nós possamos negociar o assentamento das famílias no Estado", reivindicou. Segundo ele, mais de 20 mil famílias estão assentadas no Paraná. No entanto, outras 10 mil ainda permanecem acampadas. 

O superintendente do Incra no Paraná, Nilton Bezerra Guedes, destacou que o órgão desenvolve um "trabalho intenso" para viabilizar novas áreas e criar assentamentos no Estado. "Estamos trabalhando na compra de áreas, na obtenção de terrenos em razão de dívidas junto ao governo federal e estamos descobrindo títulos de terras públicas dados de forma ilegal tempos atrás. Temos em torno de 100 mil hectares de terra que estamos tentando viabilizar. Isso seria o suficiente para assentar as famílias", informou. "Para o Incra, a solução se dá sempre por meio da negociação e do diálogo. O tempo do processo legal também precisa ser respeitado", explicou Guedes.

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Fonte: Folha Web

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