Governo busca equidade em reforma da Previdência e Temer quer evitar privilégios, diz porta-voz

Publicado em 12/10/2016 09:02

BRASÍLIA (Reuters) - O governo do presidente Michel Temer quer uma reforma da Previdência que trate todos com "equidade e justiça" e que evite que determinados setores tenham privilégios, disse nesta terça-feira o porta-voz da Presidência da República, Alexandre Parola.

Mais cedo, em entrevista à rádio CBN, Temer afirmou que o governo não irá mais diferenciar a Previdência dos trabalhadores do setor público e do setor privado.

"Nós vamos fazer uma coisa equânime, quer dizer, para atingir todos os setores. Não vamos diferenciar mais os setores. Por exemplo, posso antecipar a você, não haverá uma distinção entre a Previdência geral dos trabalhadores, e a Previdência pública dos trabalhadores do serviço público. Nós temos que igualar isso, e este é um ponto que já está definido", disse Temer.

A última reforma feita na Previdência já colocou, para os servidores concursados a partir de 2013, o mesmo teto dos trabalhadores gerais e criou fundos previdenciários para complementação.

Nesta reforma, o governo estudava uma fórmula para verificar se compensa incluir os demais servidores nesse teto, já que muitos contribuíram por décadas pelo salário bruto para ter direito à aposentadoria integral e teriam de ter alguma compensação. As alterações não estão totalmente definidas ainda.

Na entrevista, Temer foi questionado se a aposentadoria dos políticos, que hoje segue um regime semelhante aos dos servidores, mas permite a parlamentares se aposentar proporcionalmente com apenas 8 anos de mandato, seria alterada. Temer afirmou que isso ainda não havia ainda sido discutido, ao mesmo tempo que afirmou estar sendo "esboçada", voltando a dizer que será feita "uma coisa equânime".

Na sua primeira declaração à imprensa em que respondeu a questões enviadas previamente e debatidas com o presidente, Parola também disse que Temer não comentará a retirada da pauta de votações da Câmara do projeto que muda as regras para regularização de recursos não declarados no exterior e que o presidente discutirá a reforma da Previdência com empregadores e trabalhadores após retornar de uma viagem à Ásia, no fim de outubro.

(Reportagem de Lisandra Paraguassu)

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Wall St salta com dados de empregos nos EUA reforçando hipótese de cortes nos juros
Dólar cai ao menor valor em quase um mês com dados fracos de emprego nos EUA
Ibovespa fecha em alta com melhora em perspectivas sobre juros nos EUA
Taxas futuras de juros têm nova queda firme no Brasil após dados de emprego nos EUA
Brasil e Japão assinam acordos em agricultura e segurança cibernética