Campeão mundial do dinheiro caro: 8,25% de juros reais!!!!

Publicado em 19/10/2016 01:54
No blog O ANTAGONISTA, com informações da Infinity Asset Management, (O Financista).

Segundo as projeções da Infinity Asset Management, apenas um corte de 4,75 pontos percentuais na Selic, nesta semana, tiraria o país da incômoda posição de deter a maior taxa de juros reais do mundo.

Na média, contudo, os analistas estimam um corte muitíssimo mais comedido na quarta-feira: 0,5 ponto. Se isso for confirmado, o Brasil ostentará uma taxa de juros reais (descontada a inflação esperada para os próximos 12 meses) de 8,25% ao ano.

Continuaremos os campeões mundiais do dinheiro caro, meus caros.

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Os campeões do dinheiro barato

Diante da constatação de que o Brasil é o campeão mundial dos juros altos e, portanto, do dinheiro caro, alguns leitores perguntaram quais países estão na outra ponta.

Seguem os 11 países com as menores taxas de juros, segundo o ranking da Infinity Asset Management.

A Venezuela lidera, mas se trata de uma aberração: o fato de os juros reais, lá, serem tão baixos deve-se à inflação absurdamente alta. O FMI, por exemplo, projeta uma inflação de 720% para o país de Maduro e seus bolivarianos, em 2016.

Por isso, o grupo dos países “normais” começa com a Suécia, com juros reais negativos de 2,07%.

Não deixa de ser uma medida de quanto o Brasil está longe de ser um país desenvolvido.

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Os juros e a prudência, editorial do ESTADÃO

Talvez os membros do Copom encontrem bons argumentos para justificar um corte de juros nesta semana, mesmo com o risco de reforçar a tese da influência política

O chanceler José Serra deu ao Banco Central (BC) mais um motivo para manter os juros em 14,25% na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) marcada para hoje e amanhã. Pode-se defender com outros argumentos a manutenção da Selic, a taxa básica, pelo menos até a deliberação prevista para o fim de novembro. Mas a fala de um dos ministros de maior prestígio – figura apontada, há alguns meses, como possível ocupante de um ministério econômico – tem peso especial, ainda mais depois do destaque atribuído a suas palavras em grandes meios de comunicação. A autoridade monetária tem procurado preservar a imagem de autonomia operacional. Poderá agir, agora, como se nada tivesse ocorrido?

Segundo o ministro de Relações Exteriores, estão sendo criadas condições, com as medidas de ajuste fiscal e com o recuo da inflação, para a queda dos juros nos “próximos meses”. A declaração, feita por ele em Goa, na Índia – onde acompanhava o presidente Michel Temer, que participou da reunião de cúpula dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e assinou, com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, acordos de cooperação entre os dois países –, pode parecer ocasional e sem implicação política, até pela referência aos “próximos meses”. Mas outro detalhe temporal pode fazer diferença: o comentário foi feito no domingo, dois dias antes do início da reunião do Copom.

Além disso, outra coincidência chama a atenção. Segundo a maioria das fontes do mercado financeiro citadas pela imprensa, uma redução da taxa básica será anunciada oficialmente na quarta-feira, logo depois da reunião do comitê. Esses especialistas divergem apenas em relação ao tamanho do corte, 0,25 ou 0,5 ponto porcentual. Poucos manifestam alguma dúvida quanto ao anúncio de algum corte.

Nenhuma palavra da autoridade monetária, no entanto, confere fundamento a essa aposta. Há pouco mais de uma semana, em Washington, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, reagiu com muita prudência à notícia da inflação – de apenas 0,08% – muito baixa em setembro. Ainda seria preciso, disse ele, verificar se a inflação tende a cair, nos próximos meses, em ritmo suficiente para permitir o alcance da meta de 4,5% em 2017, com juros menores. Ele recordou, além disso, outra condição apontada várias vezes pelo Copom como essencial para o afrouxamento da política: uma significativa redução da incerteza quanto à redução dos desajustes econômicos.

Por enquanto, a proposta de criação de um teto para o gasto público só foi aprovada em primeira votação na Câmara dos Deputados. Depois da segunda, ainda faltará a aprovação em dois turnos no Senado. O avanço já conseguido será considerado suficiente? Além disso, o projeto de reforma da Previdência, ainda nem apresentado, será desimportante para a decisão do Copom? Ou valerá a pena esperar pelo menos a apresentação e o início do debate político?

Uma rara opinião discordante, no mercado financeiro, tem sido a do economista-chefe do Credit Suisse no Brasil, Nilson Teixeira. Um pequeno corte dos juros, neste momento, pouco ajudaria a recuperação da atividade e, além disso, a decisão envolveria riscos importantes. Além disso, quem pode estar seguro quanto à tendência dos preços? Desde 2009, lembra o economista, as projeções divulgadas pelo BC no Relatório de Inflação de setembro sempre subestimaram o resultado do ano seguinte. Enfim, e mais importante, o quadro fiscal continua sendo um importante entrave ao recuo da inflação, mesmo com o programa de controle de gastos. Uma estratégia mais segura, segundo ele, seria iniciar um “longo e expressivo” ciclo de cortes quando a inflação estivesse perto da meta – e a partir daí fixar objetivos mais ambiciosos. Estes comentários saíram dia 14 no jornal Valor.

Talvez os membros do Copom encontrem bons argumentos para justificar um corte de juros nesta semana, mesmo com o risco de reforçar a tese da influência política. Nesse caso, as próximas explicações do Copom serão com certeza as mais interessantes desde a retomada da alta de juros em 2013 – e o cenário apresentado ao público será muito mais animador do que imaginam os cidadãos prudentes.

Passou da hora de adotar medidas corajosas para tirar o país da recessão (por BENJAMIN STEINBRUCH)

Há boas e más notícias pipocando a toda hora na economia brasileira. Uma, excelente, foi a inflação oficial de setembro : 0,08%. Ou seja, estávamos no mês passado com inflação zero, praticamente. Em São Paulo, segundo levantamento da Fipe, o índice de preços ao consumidor teve até índice negativo de 0,14%, uma deflação, algo raro no país.

Boa também é a informação de que vai melhorando a confiança do consumidor: subiu mais 1,1% no mês passado, segundo indicador da CNI. Caiu ainda o endividamento das famílias, o que sinaliza para uma possibilidade de melhoria no consumo.

Uma notícia péssima foi dada pelo IBGE, sobre o comportamento do setor industrialem agosto. Depois de cinco meses de crescimento moderado, a indústria tomou um tombo de 3,8%, mais uma vez por conta do desempenho negativo na produção de veículos.

Notícias seguidamente ruins saíram sobre as contas públicas, com o déficit se aprofundando mês a mês em razão da queda de atividade econômica e atingindo R$ 71 bilhões de janeiro a agosto. A pior de todas refere-se à atividade econômica como um todo. O mais recente indicador publicado, o IBC-Br, feito pelo BC e que representa uma espécie de antecipador do PIB, mostrou que a economia teve uma queda de produção de 5,6% em doze meses até julho.

Na política, qualquer que seja a matiz do analista, é preciso reconhecer que começa a ficar para traz o momento mais crítico. Os partidos da base do governo tiveram uma vitória indiscutível no primeiro turno das eleições municipais e os riscos de rompimento institucional praticamente desapareceram.

Chegamos, então, ao ponto que pretendo defender. Um governo que saiu da eleição com um razoável apoio popular e que está prestes a aprovar no Congresso um projeto que inclui na Constituição a austeridade fiscal por 20 anos não pode esperar mais nada para adotar uma agenda de crescimento econômico.

Já passou da hora de, em paralelo com ao ajuste das contas públicas, implementar medidas corajosas para tirar o país da recessão. Cito a mais importante de todas, que é a responsabilidade monetária. Não é correto, para dizer o mínimo, que o país continue com uma taxa básica de juros de 14,25% num momento como este, em que há uma recessão de 5,6% em doze meses e uma inflação beirando a zero.

Talvez por falta de coragem para afrontar o mercado financeiro, a irresponsabilidade monetária tem hoje um custo próximo de R$ 200 bilhões ao ano, valor pago a mais pelo governo nas suas captações de recursos devido a uma taxa básica de juros fora do lugar, muitos pontos acima do nível civilizado. É provável que amanhã a Selic seja reduzida para 14% ou para 13,75%: nada.

Agenda de crescimento é coisa séria. Não se pode ter a ilusão de que o aumento da produção e do emprego será uma decorrência natural do ajuste fiscal.

É preciso atuar de forma efetiva para melhorar a produtividade da economia, estimular os investimentos, principalmente em infraestrutura, fomentar a inovação, abrir caminhos para exportação, oferecer refinanciamento e novos créditos para famílias endividadas.

Consumir não é pecado. Tomar e oferecer crédito, também não. É por aí que as economias crescem e que surgem os empregos. A população deu um voto de confiança ao governo na eleição, mas é preciso corresponder à expectativa embutida nessa manifestação. E não é preciso fazer pesquisa alguma para saber o que o brasileiro mais deseja neste momento: emprego e renda.

Roberto Campos e a armadilha da renda média

Por MARCOS TROYO, na FOLHA DE S. PAULO

O último dia 9 marcou os 15 anos da morte de um grande pensador brasileiro, o embaixador Roberto Campos. Para quem quiser saber se o Brasil está avançando —na riqueza dos cidadãos e das ideias— vale a pena não apenas revisitar sua grande produção ensaística mas também os vídeos de suas deliciosas entrevistas.

As idas de Roberto Campos ao programa "Roda Viva" são particularmente importantes. A natureza dos debates registrados nos anos 1990 dá a incômoda impressão de que o tempo não passou. Quaisquer das ideias do grande liberal caberiam no debate do Brasil de hoje. Se isso oferece a dimensão de como a visão de mundo de Roberto Campos estendia-se ao futuro, mostra também como o Brasil ainda se prende aos debates privatização/estatização, liberalização/protecionismo.

  Evelson de Freitas-14.fev.00/Folhapress  
Sao Paulo - 14.02.00 - foto: Evelson de Freitas/Folha Imagem//O diplomata, economista e membro da ABL Roberto Campos durante a palestra
O diplomata e economista Roberto Campos durante palestra em fevereiro de 2000

Das palavras de Roberto Campos, depreende-se também que ele não conseguiu realizar um sonho —o de ver, ao final da vida, um Brasil liberto de ideias insularizantes. E tornar-se, assim, um país de elevada renda per capita. Para isso, Campos sabia do imperativo de conjugar liberdade, instituições e estratégia.

A necessidade de se postar a liberdade a serviço de um projeto estratégico, convida, de fato, ao repensar de um conceito que continua bastante atual: a chamada "armadilha da renda média". Trata-se do "ponto de inflexão" na trajetória de desenvolvimento dos países, tal como formulou Arthur Lewis, vencedor do Prêmio Nobel em Economia, em 1979.

Ferramenta utilizada para analisar a estagnação da economia brasileira a partir dos anos 1980, a noção de "armadilha" hoje vem sendo empregada para examinar o futuro das economias de renda média da Ásia que experimentaram elevado crescimento do final da década de 1970 até hoje. Mais do que tudo, examinar hoje a "armadilha" traz à tona os verdadeiros elementos que permitem crescimento elevado —e sustentado— ao longo do tempo.

Os pressupostos dessa maneira de analisar o problema são os seguintes: é mais fácil —e rápido— para uma nação deixar um nível de renda baixa para o de renda média do que sair da renda média e ingressar no clube de países de renda elevada. O percurso da renda baixa à média se faz por "imitação" (adaptação criativa); o da média à alta por "inovação" (destruição criativa). Países de crescimento rápido são aqueles cuja economia expande-se a níveis superiores a 3,5% ao ano em ciclos de no mínimo 7 anos.

No limite, países de renda média têm dificuldade de competir com nações de renda mais baixa em produtos de menor valor agregado. Sofrem também com a competição dos mais ricos em bens e serviços mais sofisticados. Em suma, a "armadilha" implica que aqueles nela enredados padecem das limitações do crescimento elevado e rápido, sem, no entanto, haver atingido o grau de especialização da produção e a qualidade de vida das nações mais desenvolvidas.

O Brasil tem como romper as amarras da armadilha da renda média? Não é fácil, pois, como bem aponta o professor Barry Eichengreen, da Universidade da Califórnia-Berkeley, a desaceleração do crescimento é sinônimo de desaceleração da produtividade total dos fatores (PTF). Este é um parâmetro esclarecedor. Reforça a noção de que os períodos de elevado crescimento da economia brasileira associam-se (1) à vigorosa demanda global por commodities em que o Brasil apresenta vantagens comparativas ou (2) a períodos de proteção do mercado via substituição de importações, forte papel do Estado na composição da demanda e consumo interno voraz.

O primeiro parâmetro nos atrela à expansão da infraestrutura e a uma aquecida demanda por bens agrícolas de países como a China ou a Índia. O segundo aposta numa veloz —e duradoura— construção de capacidades locais, de modo a compensar pela ineficiência e pelos altos custos dos estágios iniciais das políticas de favorecimento de conteúdo local. Além, é claro, de instigar crescentemente a disposição a consumir do cidadão brasileiro. Este segundo parâmetro foi aposta recente das administrações Lula-Dilma, com desastrosas consequências.

Que bom seria utilizar nossas credenciais agrícolas e minerais como base para incrementar os vetores (educação, ciência, tecnologia, inovação) que, de fato, empurram para cima a produtividade total dos fatores. São eles que permitem a um país escapar da armadilha da renda média. Para esse fim, o Estado tem de estar liberado de tarefas pseudorregulatórias para realmente dedicar-se ao fortalecimento dos elementos-chave do desenvolvimento.

Na entrevista ao "Roda Viva" em maio de 1997, Roberto Campos dizia "venho defendendo, há muitos anos, ideias liberais, abertura econômica, internacionalização da economia, o Brasil está marchando nesse sentido. Está longe de ser um país liberal, não somos vítimas do liberalismo, nem sequer somos ameaçados pelo neoliberalismo".

Campos não previu a ascensão do Estado-capitalismo no Brasil de 2003 a 2016. Esta é uma das razões pelas quais seu sonho de um Brasil próspero continua irrealizado.

Indústria 4.0 gera medo e fascinação (MARCOS TROYO)

Não importa se sua empresa atua no setor de sementes ou na tecelagem; se seu negócio é uma agência de publicidade ou fornecer autopeças.

Provavelmente você já participou de alguma reunião —sobretudo de planejamento estratégico— em que tenham aparecido conceitos como "internet das coisas" —a onipresente IoT (na sigla em inglês)— ou inteligência artificial (IA).

Vários fatores confluem para acentuar esses fenômenos disruptivos.

Os smartphones são mais populares do que nunca. Norte-americanos com menos de 25 anos preferem ter um smartphone de último tipo do que um carro esportivo.

Na Índia, há mais aparelhos de telefonia celular do que vasos sanitários. Os custos de tecnologia caem no mundo todo. A conectividade —banda larga, wi-fi— se alastra de modo exponencial.

Bancos de dados, impressoras em 3D, plantas industriais robotizadas, chips de geoposicionamento, tecnologia "vestível" (como o Apple Watch), veículos motorizados (como o Google Car), eletrodomésticos, aeronaves não pilotadas (como os drones das Forças Armadas dos EUA) compõem o vasto estoque de itens "conectáveis".

  Nacho Doce - 13.ago.2013/Reuters  
Trabalhadores na produção de automóveis da montadora Ford, em São Bernardo do Campo (SP). O Governo pode elevar a quantidade exigida de auto-peças brasileiras em um véiculo para que as montadoras recebam os incentivos fiscais previstos no regime automotivo. *** Brazilian workers polish Ford cars on a assembly line at Sao Bernardo do Campo Ford plant, near Sao Paulo August 13, 2013. The pace of vehicle production in Brazil slipped in July to the lowest daily rate in five months as factories, facing sagging consumer confidence, scaled back output, industry data showed on August, 6. Anfavea, the national automakers association, said automobile production in Brazil fell 2.7 percent from June, even though July had three additional work days. Factories produced about 13,600 cars a day, the lowest rate since February. REUTERS/Nacho Doce (BRAZIL - Tags: TRANSPORT BUSINESS EMPLOYMENT)
Trabalhadores na produção de automóveis da montadora Ford, em São Bernardo do Campo (SP)

Estima-se que, em dez anos, tudo o que pode ser conectado estará conectado. Já hoje o número de objetos interconectados (14 bilhões), segundo a consultoria Gartner, é o dobro da população mundial.

Internet das coisas e a própria IA são portanto alguns dos principais aceleradores da chamada "Quarta Revolução Industrial". Nela, ainda que atuemos em diferentes segmentos do agronegócio ou da indústria siderúrgica, no ramo de cinema ou num supermercado, no limite seremos todos empresas de tecnologia, ou desapareceremos do mercado.

Essa nova realidade gera, por óbvio, medo. E tais temores não se centram tão somente na acelerada substituição da presença humana em diferentes processos produtivos.

Não se trata portanto apenas de robôs expulsando trabalhadores de macacão numa linha de montagem. Ou ainda carros autônomos que potencialmente sucederão os motoristas do Uber, que por seu turno convulsionam os serviços tradicionais de táxi.

A ascensão da IA fez com que o físico Stephen Hawking tenha recentemente advertido que as máquinas estão ficando inteligentes demais —e que os humanos perderão o controle.

O eminente cientista britânico chegou a apontar que a IA pode representar o maior acontecimento da história humana —e talvez o último.

Titãs da tecnologia, como Bill Gates e Elon Musk, indicam que deveríamos gastar mais tempo e dinheiro na avaliação dos riscos da IA e não simplesmente acelerar seu desenvolvimento.

Daí cabe perguntar: se as máquinas poderão ser cada vez mais criativas e portanto tomar decisões independentes, não nos arriscamos a que elas optem por ações contra nós?

O cinema dos anos 1980, em clássicos de ficção científica como "Blade Runner" ou "O Exterminador do Futuro", antecipava esses pesadelos.

Estes são alguns dos temas tratados na recente entrevista que Fareed Zakharia, apresentador do programa "GPS" da CNN, realizou com Ginni Rometty, presidente da IBM.

Essa entrevista, uma das mais vistas dentre todas as edições do "GPS", é um excelente resumo do balanço risco/oportunidades das novas tecnologias. É obrigatório assisti-la.

Rometty argumenta que os benefícios de plataformas de IA em muito superarão as ameaças que emergem com tais tecnologias. O campo da medicina é um deles. Os sistemas computacionais cognitivos teriam mais que ver não com inteligência "artificial", mas inteligência "aumentada".

Que dizer de uma tecnologia, como o Watson, que já assimilou toda a literatura publicada até o presente sobre o câncer, em seu papel de aconselhar os médicos quanto ao melhor tratamento possível?

Para o comércio global, a disseminação dessas tecnologias levaria a um gigantesco processo de desintermediação. Isso poderia gerar imensas oportunidades para empresas de pequeno e médio porte, bem como para o perfil exportador de países mais economicamente periféricos. Apontaria também caminhos para superar entraves à liberalização comercial como os que minaram a Rodada de Doha da OMC.

Que governança (se alguma) é necessária para que os claros benefícios desse novo ciclo tecnológico sejam sentidos em nações dos mais variados níveis de desenvolvimento relativo? Como equipar as pessoas para essa nova etapa intensiva em talento? Responder a essa questão talvez seja o principal desafio para as relações internacionais do próximo quarto de século.

A Indústria 4.0 revolucionará a especialidade de profissionais; o "core business" de empresas; as vantagens comparativas de países. Por isso, suscita medo e resistência —mas também ilimitadas possibilidades e fascinação. 

 

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Fonte:
Folha de S. Paulo

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1 comentário

  • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

    Sei que o espaço "Fala Produtor" é aberto para que fatos diários sejam expostos e debatidos com pragmatismo, mas de vez em quando é interessante lançar alguns assuntos programáticos.

    Alguém já ouviu falar da "armadilha da renda média" ?... Não?... Então seria interessante "gastar um pouco o tempo" e dar uma lida nesse artigo: ... http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1765

    Acho que vai ajudar muitos a entenderem o nosso dilema econômico dos "voos de galinha" !!!

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