BC continuará atuando no câmbio e estoque de swap dá "conforto", diz Ilan

Publicado em 11/11/2016 12:57

O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou nesta sexta-feira que a autoridade monetária continuará atuando no mercado de câmbio, ressaltando que o estoque de swaps tradicionais é menor hoje em dia, o que dá "conforto" para a ação do BC.

Ilan, que participou de evento no Chile sobre bancos centrais, disse ainda que o câmbio flutuante no Brasil é uma importante ferramenta e repetiu que o BC somente reduzirá o estoque de swaps tradicionais quando as condições de mercado permitirem.

"Não vamos deixar faltar liquidez aos mercados", afirmou ele. "Hoje o estoque de swaps cambiais é bem menor, de 24 bilhões (de dólares), o que nos dá mais conforto e espaço para atuar", acrescentou.

A vitória de Donald Trump na corrida pela Presidência dos Estados Unidos trouxe muitas incertezas nos mercados financeiros globais, fazendo o dólar saltar mais de 6 por cento sobre o real nas duas sessões passadas; nesta, já encostou em 3,50 reais.

Com isso, o BC informou na véspera que começaria a rolagem dos swaps tradicionais --equivalentes à venda futura de dólares-- que vencem em 1º de dezembro e totalizam 6,490 bilhões de dólares. Segundo o BC, caso a rolagem seja integral, o estoque de swaps tradicionais será mantido em 24,106 bilhões de dólares.

Desde abril passado, o BC não fazia leilões de swaps tradicionais, mas apenas swaps reversos, que equivalem à compra futura de dólares.

"O câmbio flutuante é uma importante ferramenta", afirmou Ilan. "O BC somente reduzirá estoque de swap quando condições de mercado permitirem", acrescentou.

Questionado se o BC poderia atuar no mercado de câmbio à vista, utilizando as reservas internacionais do país, Ilan disse que não descartava nenhuma possibilidade.

Nesta sexta-feira, o BC fez três leilões de swaps tradicionais, colocando o equivalente a 1,703 bilhão de dólares, o que ajudou a alta do dólar perder considerável força ante o real. Por volta das 16h, a moeda note-americana subia cerca de 0,85 por cento, depois de ter saltado mais de 4 por cento pela manhã.

POLÍTICA MONETÁRIA

Sobre a política monetária, Ilan reforçou ainda que o Comitê de Política Monetária (Copom) "avaliará o ritmo e magnitude da flexibilização monetária ao longo do tempo, para assegurar convergência da inflação para a meta de 4,5 por cento".

O BC iniciou no mês passado novo ciclo de afrouxamento monetário, ao reduzir a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, a 14 por cento ao ano. E havia indicado que novas quedas e maior intensidade dependeriam do comportamento, sobretudo, da inflação de serviços e do ajuste fiscal brasileiro.

Ilan, , reafirmou ainda que o BC está comprometido em trazer inflação para a meta e mantê-la estável, o que ajudará a economia a recuperar a confiança e o crescimento.

"A convergência da inflação para a meta em 2017 e 2018 é compatível com flexibilização moderada e gradual das condições monetárias", afirmou ele, segundo apresentação em inglês publicada no site do BC.

Ilan disse ainda na apresentação que o objetivo de regulação e supervisão do BC é manter o sistema financeiro sólido, líquido e provisionado durante toda a crise.

(Texto de Patrícia Duarte; Edição de Alexandre Caverni)

 

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Wall St salta com dados de empregos nos EUA reforçando hipótese de cortes nos juros
Dólar cai ao menor valor em quase um mês com dados fracos de emprego nos EUA
Ibovespa fecha em alta com melhora em perspectivas sobre juros nos EUA
Taxas futuras de juros têm nova queda firme no Brasil após dados de emprego nos EUA
Brasil e Japão assinam acordos em agricultura e segurança cibernética