Processo contra chapa Dilma-Temer no TSE ficará para 2017, diz relator
SÃO PAULO (Reuters) - O processo que pede a cassação da chapa vencedora das eleições presidenciais de 2014, formada pela ex-presidente Dilma Rousseff e pelo presidente Michel Temer, será julgado somente em 2017 no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), após o relator do caso na corte eleitoral, ministro Herman Benjamin, anunciar que não concluirá seu voto antes do recesso do Judiciário.
De acordo com o TSE, Benjamin fez o anúncio no início da sessão da corte desta terça-feira, o que deixa a análise do caso, que pode levar à cassação de Temer, para o ano que vem.
O processo, movido pelo PSDB, pede a cassação da chapa Dilma-Temer sob acusação de abuso de poder político e econômico nas eleições de 2014, as mais acirradas desde a democratização, quando Dilma derrotou o senador tucano Aécio Neves (MG).
Dilma teve o mandato cassado em um processo de impeachment no final de agosto. Temer assumiu o governo interinamente em maio e foi efetivado no cargo com condenação da petista.
Atualmente o PSDB faz parte da base de apoio parlamentar de Temer e ocupa três ministérios no governo do peemedebista --Cidades, com Bruno Araújo; Relações Exteriores, com José Serra, e Justiça, com Alexandre de Moraes. O senador tucano Aloysio Nunes (SP), candidato a vice de Aécio em 2014, é o líder do governo no Senado.
Como o julgamento do processo contra chapa Dilma-Temer ficará para o ano que vem, se o TSE decidir cassar a chapa com efeito sobre o mandato de Temer, a eleição para um novo presidente será feita de forma indireta, pelo Congresso Nacional.
Os advogados de Temer pediram à Justiça Eleitoral que as contas eleitorais do peemedebista sejam separadas das de Dilma, em uma tentativa de evitar que ele perca o mandato caso o TSE condene a chapa.
(Por Eduardo Simões)