Demanda por commodities deve continuar estimulada em 2017; café pode subir e soja ficar entre US$9,50 a U$10/bushel

Publicado em 21/12/2016 09:38

Especuladores - incluindo 5000 fundos de hedge chineses que negociam em commodities - devem ampliar, em 2017, seu interesse em mercados de matérias-primas, de acordo com a Sucden Financial, que ainda prevê uma revitalização de preços para o café.

As semanas de fechamento deste ano têm, até então, apoiado a maioria dos contratos do complexo de commodities, como aponta a Sucden, deixando claro a disposição dos especuladores em apoiar contratos que possuem um histórico de oferta e demanda.

"Um cenário fundamentalmente otimista levou a uma perspectiva promissora", disse a corretora, destacando os ganhos de preços nos mercados de petróleo, zinco e no cobre, este último que subiu mais de 25% no trimestre de outubro a dezembro.

Aumento da atividade especulativa

O aumento da atividade especulativa nas commodities, um fator que a Sucden aponta estar evidente por conta da volatilidade em alguns mercados, parece estar bem posicionado até 2017, considerando ainda questões como a eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos.

"Os investidores ainda devem continuar a usar a classe de ativos como hedge de inflação, bem como também a caça por maiores retornos", prevê a Sucden.

Para a corretora, Donald Trump deverá atingir "altos níveis de crescimento" por meio de investimentos em infraestrutura, o que também deve impulsionar os preços das commodities.

"Nós suspeitamos e esperamos que essas commodities que possuem uma forte perspectiva do lado dos fundamentos continuarão a atrair o interesse dos investidores não-comerciais, o que inclui investidores de varejo e também os 5000 fundos de hedge que negociam commodities na China".

Perspectivas de preços para o café

Entre as commodities agrícolas, o café de curto prazo apresenta fatores fundamentais otimistas, segundo a Sucden, após um 2016 considerado decepcionante para a produção do café robusta, com seca no Brasil e no Vietnã.

"A forte demanda que apoiou o mercado ao longo de 2016 deve continuar no próximo ano", disse, acrescentando que os preços irão se suavizar "na segunda metade de 2017", à medida em que a produção se recupera e alivia a tensão do mercado.

A Sucden suspeita que uma combinação de longas liquidações, junto a algoritmos comerciais, podem ter gerado movimentos exagerados na Bolsa de Nova York para os futuros do arábica. Ela sinalizou uma esperança de que "se observarmos alguma estabilidade [nos futuros do arábica] em torno dos 140 centavos por libra peso, poderíamos ver os futuros voltando a 150 a 160 centavos por libra peso".

Perspectivas de uma forte demanda

A corretora ainda sublinhou o potencial da demanda para "apoiar" o mercado de soja em 2017, dado o consumo chinês previsto pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que deve bater o recorde de 100,8 milhões de toneladas nesta temporada.

"Sentimos que, devido à forte demanda, os preços futuros poderiam permanecer acima dos US$10/bushel a curto prazo, com potencial para um pico superior".

No entanto, os preços poderiam recuar para cerca de U$9,50/bushel caso as colheitas da América do Sul não sofram perdas expressivas, além das expectativas de plantio na primavera para a soja americana.

"Apesar da nossa reafirmação de que a demanda chinesa de soja permanecerá alta, certamente haverá fatores que poderão afetar os preços, levando a uma retração para o lado negativo", finaliza a Sucden.

Tradução: Izadora Pimenta

Fonte: Agrimoney

NOTÍCIAS RELACIONADAS

STF suspende prazos processuais em todas as ações ligadas ao RS
Wall St salta com dados de empregos nos EUA reforçando hipótese de cortes nos juros
Dólar cai ao menor valor em quase um mês com dados fracos de emprego nos EUA
Ibovespa fecha em alta com melhora em perspectivas sobre juros nos EUA
Taxas futuras de juros têm nova queda firme no Brasil após dados de emprego nos EUA