Trump lança ‘maior corte de impostos da história’ dos EUA

Publicado em 27/04/2017 07:48

O governo de Donald Trump lançou nesta quarta-feira uma ambiciosa reforma fiscal com um grande corte de impostos a empresas e pessoas físicas e que o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, considerou como a maior da história dos Estados Unidos.

O plano se propõe revisar todo o sistema fiscal do país, mas o grande destaque é a redução de 35% para 15% os impostos para as empresas, um corte de 20 pontos percentuais que pode ter efeitos diretos no déficit federal.

Ema entrevista coletiva na Casa Branca, Mnuchin garantiu que o plano não terá efeitos negativos e que, pelo contrário, impulsionará a criação de novos empregos, gerando uma maior arrecadação fiscal.

“Isso será pago com crescimento, e com menos redução de índole diversa e com o fechamento de fissuras nas normas”, disse Mnuchin na Casa Branca.

O novo sistema reduzirá de 7 para somente 3 as faixas de tributação para as pessoas.

Um documento da Casa Branca diz que o plano também inclui previsões para uma taxa única para repatriar “trilhões de dólares que são mantidos no exterior”.

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Governo Trump anuncia corte de impostos para empresas e indivíduos

WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, revelou nesta quarta-feira um plano de uma página que propõe cortes profundos de impostos na maior economia do mundo, principalmente para empresas.

A proposta, caso seja implementada, deve elevar o déficit fiscal e foi recebida com certa cautela pelos mercados financeiros e defensores do equilíbrio fiscal.

Embora os cortes de impostos propostos agradem os beneficiários, como corporações multinacionais e contribuintes ricos, o pacote de Trump ficou muito aquém do tipo de reforma tributária abrangente que ambos os partidos em Washington têm buscado há anos.

Com a aproximação da marca de 100 dias de governo no sábado, Trump tem lutado para mostrar progresso em sua agenda. O plano tributário, embora escasso em detalhes, se aproxima das promessas feitas durante a sua campanha eleitoral vitoriosa de 2016.

Os investidores, que estavam aguardando detalhes do plano tributário por meses, em grande parte ignoraram a notícia, com muitos dizendo que ainda faltam detalhes e que a proposta ainda tem um longo caminho até a implementação. "Me acorde quando algo realmente for promulgado em lei", disse Greg McBride, analista financeiro da Bankrate.com em West Palm Beach, Flórida.

Apenas o Congresso pode fazer grandes mudanças na legislação tributária, e os democratas imediatamente atacaram o plano do presidente republicano como irresponsável em termos fiscais.

"O plano fiscal do presidente Trump é escasso em detalhes e abundante em benefícios para grandes corporações e bilionários", disse Nancy Pelosi, a principal democrata na Câmara dos Deputados.

O presidente da Câmara, o republicano Paul Ryan, o líder da maioria no Senado, Mitch McConnell, e os republicanos líderes dos comitês tributários do Congresso saudaram as propostas de Trump, mas deixaram espaço para que os detalhes mudem à medida que a legislação evolui.

"Os princípios esboçados pelo governo Trump hoje servirão como importantes guias" enquanto o Congresso e o Executivo trabalham nas mudanças de impostos, disseram em um comunicado.

No plano, revelado na Casa Branca pelo assessor econômico do presidente Gary Cohn e pelo secretário do Tesouro, Steve Mnuchin, Trump propôs cortar para 15 por cento a alíquota do imposto de renda paga por corporações abertas e pequenos negócios.

A alíquota mais alta do imposto sobre a renda das corporações atualmente é de 35 por cento, mas poucas empresas multinacionais pagam essa alíquota, graças a brechas que lhes permitem reduzir a alíquota efetiva. Apesar disso, as corporações têm pressionado há muitos anos por um corte de impostos.

A alíquota máxima para as pequenas empresas é de 39,6 por cento, a mesma alíquota máxima paga por indivíduos. Ao contrário das corporações, os lucros das pequenas empresas, as chamadas "pass-through", fluem diretamente para as declarações de imposto de seus proprietários.

Em outra concessão às demandas de longa data das corporações norte-americanas, Trump propôs que os lucros corporativos gerados no exterior por multinacionais norte-americanas sejam repatriados com uma taxa de imposto bem inferior à alíquota atual de 35 por cento. Ele não revelou qual seria a alíquota, mas disse que o governo está trabalhando com o Congresso em uma taxa mais baixa.

Cerca de 2,6 trilhões de dólares em lucros de multinacionais dos EUA são mantidos no exterior e isentos de impostos sob uma regra que diz que os rendimentos somente são tributáveis se repatriados para os Estados Unidos.

Se promulgada, a repatriação poderia gerar um receita extraordinária para o governo. Caso esses recursos sejam direcionados para gastos de infraestrutura, a proposta pode atrair os votos dos democratas.

(Por Amanda Becker e Ginger Gibson; reportagem adicional de Steve Holland, David Lawder e Doina Chiacu)

Fonte: IstoÉ Dinheiro + Reuters

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