Fachin vota pela validade da delação da JBS

Publicado em 21/06/2017 17:36

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin votou pela validade da delação de executivos da JBS, que ele mesmo havia homologado em maio e que está sendo julgada pelo plenário da Corte nesta quarta-feira. O ministro, relator da Operação Lava Jato no Supremo, afirmou que apenas a homologação do acordo é monocrática (decidida por um único juiz) e que a palavra final será sempre do colegiado na análise do mérito e da eficácia da colaboração. Ele destacou que a delação “é um meio, e não um fim em si” e que o delator é “um delituoso confesso”, o que exige um esforço dos investigadores para comprovar as declarações prestadas.

O STF também discute se Fachin deve continuar ou não como relator do processo e quais os limites para a sua atuação — o debate partiu de um recurso movido pelo governador do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), que questionou a competência do ministro de validar a delação.

Antes do ministro pronunciar o seu voto, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, fez uma ampla defesa do acordo firmado por ele com os empresários da JBS, entre eles Joesley Batista. Em sua explanação, ele disse que a revisão da delação pode afetar outros acordos firmados na Operação Lava Jato e até apurações sobre tráfico de drogas e terrorismo.

“Permitir a revisão completa terá consequências, sim, em outros acordos de delação. A mensagem será: o Ministério Público pode, mas não muito; o Ministério Público promete, mas não sabe se vai poder cumprir. A decisão tomada aqui vai alcançar as delações premiadas para apurar tráfico de drogas, de armas, de pessoas, PCC, Comando Vermelho, sequestro, terrorismo, toda a forma de macrocriminalidade”, afirmou Janot.

Leia a notícia na íntegra no site da Veja

Fachin diz que há "cadeia" de fatos para justificar sua relatoria no caso da JBS

BRASÍLIA (Reuters) - O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta quarta-feira que há uma "cadeia" de fatos sob investigação que justificam o fato de ele ser mantido como relator dos casos da JBS em curso na corte, inclusive na delação dos executivos do grupo.

Segundo Fachin, ainda que não haja fatos ligados à Petrobras, não se verifica qualquer "mácula" na distribuição do pedido de homologação do acordo de delação premiada da JBS.

O ministro disse que, no curso das apurações da operação Lava Jato, surgiram dois braços que envolviam partidos: o primeiro envolvendo o PT e o segundo, o PMDB.

Segundo ele, paralelamente a isso, o Ministério Público Federal celebrou acordo de delação com o ex-vice-presidente da Caixa Fábio Cleto, que acusou a atuação do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no FI-FGTS, apuração esta sob relatoria do ex-ministro Teori Zavascki.

O relator disse que, após a morte de Zavascki, recebeu os autos dessa delação de Fábio Cleto das mãos do ministro Alexandre de Moraes, que considerou Fachin relator das investigações. Ele disse que o delator Joesley Batista, da JBS, também citou em seu acordo irregularidades no FI-FGTS, medida que atrairia a competência de Fachin.

O ministro do STF rejeitou o recurso apresentado pela defesa do governador do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), que questionava sua competência para ser relator do caso.

"Não se verifica, a meu modo de ver, qualquer ilegalidade na distribuição por prevenção", disse Fachin.

(Reportagem de Ricardo Brito e César Raizer)

Fonte: Veja + Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Ações da China registram recuperação, Hong Kong tem maior sequência de ganhos desde 2018
Atividade empresarial da zona do euro cresce em abril no ritmo mais rápido em quase um ano, mostra PMI
Expansão da atividade de serviços da China enfraquece em abril, mostra PMI do Caixin
Quase 850 mil pessoas foram afetadas por chuvas no Rio Grande do Sul
STF suspende prazos processuais em todas as ações ligadas ao RS