Advogado de Temer desafia MPF a apresentar "dados concretos" de recebimento de dinheiro
BRASÍLIA (Reuters) - Em linha com a guerra declarada pelo presidente Michel Temer contra a Procuradoria-Geral da República, o advogado Antonio Cláudio Mariz de Oliveira, que representa o peemedebista, desafiou nesta terça-feira o Ministério Público Federal (MPF) a apresentar "dados concretos" de que Temer tenha recebido propina para que se tenha a ampla possibilidade de defesa.
Em nota, Mariz contestou as conclusões da Polícia Federal sobre a gravação da conversa do presidente com o empresário Joesley Batista e ainda afirmou que as delações não podem ser tomadas como "verdade absoluta".
A nota de cinco páginas rebate a denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de que Temer cometeu o crime de corrupção passiva ao supostamente receber recursos para defender interesses da JBS, por intermédio do ex-assessor e ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR).
Para a defesa, o laudo da PF que fundamentou a acusação do MPF ao mesmo tempo em que afirma não haver edição da conversa entre o presidente e o empresário "comprova" a existência de 180 paralisações. O advogado disse que três outros peritos confirmam ter havido adulteração: Ricardo Molina, Ricardo Caires dos Santos e Marcelo Carneiro.
"Contestamos, portanto, a autenticidade da gravação. Dessa forma, o áudio não pode ser considerado como prova de responsabilidade penal", argumentou Mariz.
(Reportagem de Ricardo Brito e Lisandra Paraguassu)