BOLSONARO: “MORO ESTÁ NA MINHA LISTA PARA O SUPREMO”

Publicado em 19/10/2017 22:36
EM O ANTAGONISTA

Jair Bolsonaro concedeu entrevista exclusiva a Claudio Dantas durante viagem, ontem, a Uberlândia.

O bate-papo, de quase duas horas, se deu no trajeto (de carro) de seu apartamento ao aeroporto de Brasília e de lá (de avião) até a cidade mineira.

A partir de agora, O Antagonista publica os principais trechos da entrevista. A íntegra você confere na newsletter do site e no canal do YouTube

 

Na entrevista exclusiva a Claudio Dantas, em O Antagonista, Jair Bolsonaro disse que vai governar com ajuda dos militares e já teria uma lista de cinco generais como prováveis ministros.

Um dos nomes cotados é o do general Antonio Hamilton Martins Mourão, que defendeu uma eventual intervenção militar em caso de falência institucional.

“Não há a menor dúvida (de que Mourão terá vaga no meu governo). Ele é aquela figurinha carimbada.”

Segundo Bolsonaro, “a intervenção militar poderá vir, mas através de um militar eleito”.

‘O eleitor espera um perfil reformista liberal’ (FLAVIO ROCHA, RIACHUELO)

Flávio Rocha, dono da Riachuelo, disse ao Estadão que a candidatura de Jair Bolsonaro “não vingará”. Na avaliação do empresário, que pretende se filiar ao Partido Novo, o eleitor espera um perfil “reformista liberal”.

Veja este trecho da entrevista:

Quem é o seu candidato para o Palácio do Planalto em 2018? 

O processo que mostrou a virada da cabeça do eleitor foi a eleição de 2016. O caso mais emblemático foi o prefeito de São Paulo, João Doria. Entre os nomes colocados, ele é o melhor porta-voz de uma campanha reformista e liberal. Vejo João Doria como um nome nacional. Vejo nele mais viabilidade e chance de ganhar.

Seu nome é cotado como vice dele…

Fico honrado com a lembrança, mas a composição de uma chapa deve trazer complementaridade de novos segmentos. Sou muito parecido com ele. Somos ambos empresários e liberais. Na hora H, os estrategistas vão recomendar que buscar alguém que complemente.

‘Candidatura de Bolsonaro não vingará’

Ainda na entrevista ao Estadão, o empresário Flávio Rocha explica por que acha que a candidatura de Jair Bolsonaro não vai vingar.

“Não vingará. Sobre o discurso, o pano de fundo é a segurança. O liberal de fato, que acredita no indivíduo em detrimento do Estado, defende isso na economia e na segurança. A população não admite o monopólio da força pelo Estado. Uma questão fundamental que será reaberta será o debate sobre desarmamento. O povo rejeitou o desarmamento. É uma tática perversa das esquerdas: desarma o camponês e solta o MST em cima. Ninguém ainda, que está dentro de um viés liberal, manifestou essa coerência.”

O dono da Riachuelo acrescentou:

“Ser liberal na economia é ser liberal também na segurança. Acreditar no indivíduo. Se é o individuo será o protagonista da prosperidade econômica, ele também tem o papel fundamental nessa guerra que estamos perdendo, que a guerra da segurança.”

Bolsonaro em primeiro lugar em Sta. Catarina (em O Antagonista)

Jair Bolsonaro, em Santa Catarina, dá uma surra em todos os outros candidatos.

O Antagonista teve acesso a uma pesquisa do Instituto Paraná em que ele aparece com 24,7% dos votos no estado. Lula tem 18,3%, João Doria 10,8% e Marina Silva 9,6%.

Quando o adversário é Geraldo Alckmin, sua vantagem aumenta. Jair Bolsonaro tem 26,2%, Lula 18%, Marina Silva 9,3% e Geraldo Alckmin 8,2%.

Lula pede suspeição de Moro. Sim, de novo

Há três coisas certas no Brasil: morte, impostos e advogados de Lula pedindo a suspeição de Sérgio Moro porque alegam que o juiz federal é “parcial”.

Cristiano Zanin tentou de novo, no processo em que o petista é acusado de receber R$ 12,5 milhões em propina da Odebrecht.

A Oitava Turma do TRF-4 negou o pedido por unanimidade.

Doze ligações de Roberto Teixeira para Glaucos

O Ministério Público Federal apresentou hoje a Sérgio Moro um relatório apontando ligações telefônicas entre Roberto Teixeira e Glaucos da Costamarques.

Segundo os procuradores, foram 12 ligações do advogado e compadre de Lula para o empresário e primo de José Carlos Bumlai entre novembro e dezembro de 2015, quando Glaucos estava internado no Sírio-Libanês.

Para a força-tarefa da Lava Jato, Glaucos é laranja de Lula: o ex-presidente seria o verdadeiro dono do apartamento vizinho ao seu em São Bernardo, pago pela Odebrecht.

A defesa do petista alega que o imóvel foi locado a Marisa Letícia. Para comprovar a tese, apresentaram uma série de recibos com erros de data e de grafia.

“Os elementos ora trazidos [as ligações] vêm a corroborar a narrativa feita por Glaucos da Costamarques a respeito de ter sido contatado por Roberto Teixeira, durante a internação, período em que o contador João Muniz Leite compareceu ao hospital levando recibos para a colheita de assinaturas referentes à simulada locação do apartamento 121”, escreveu o MPF.

Moro remarca depoimento de Dilma para dia 27

Sérgio Moro marcou para o dia 27 o depoimento de Dilma Rousseff como testemunha de defesa de Aldemir Bendine.

Dilma será ouvida de Belo Horizonte, por videoconferência. Segundo o juiz, a ex-presidente está na capital mineira “para acompanhar a sua genitora, internada naquela cidade desde 11 de outubro de 2017, sem previsão de alta hospitalar.”

Bendine, ex-presidente da Petrobras e do BB, é acusado de receber R$ 3 milhões em propinas da Odebrecht.

PT quer arrastar Lula até setembro

O PT calcula que pode arrastar a candidatura do condenado até setembro de 2018.

Segundo a Folha de S. Paulo, “o parecer de Luiz Fernando Casagrande Pereira deu ao PT a segurança de que Lula, mesmo condenado em segunda instância, poderá ser inscrito no TSE em agosto de 2018 para as eleições.

Eventual impugnação demoraria um mês para ser julgada, garantindo a presença dele na campanha até setembro”.

Diz a Folha de S. Paulo:

“Dirigentes do partido avaliam que a participação de Lula em ao menos uma etapa da campanha de 2018, ainda que ele venha a ser impugnado na reta final, é fundamental para ajudar o partido a eleger bancada mínima de senadores e deputados.

A presença dele no horário eleitoral e em viagens nas primeiras semanas da campanha livraria o PT de um fiasco nas eleições parlamentares.”

As chaves da cadeia

Lula processou a Veja por uma capa em que ele aparecia vestido de presidiário.

Ontem os desembargadores do TJ negaram seu recurso.

Agora só falta transformar a imagem da Veja em realidade.

Fernão Lara Mesquita: O medo que nos une (estadão)

Poder absoluto para o eleitor interferir a qualquer momento em cada pequeno pedacinho do País é o remédio sem o risco da intoxicação

Democracia é o povo no poder. Ponto.

O desastre brasileiro só se vai aprofundar se continuarmos discutindo “por que” ou “quando” a imunidade dos mandatos parlamentares deve ser suspensa. A discussão que resolve é apenas e tão somente a sobre “quem” deve ter o poder de fazê-lo, até mesmo sem ter de dar satisfação a ninguém sobre o quando ou o por que se decidiu a isso.

O “parágrafo único” do Título I, “Dos Princípios Fundamentais”, da Constituição diz que “todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”. Daí o texto deveria saltar para o Título II, que deveria tratar de empoderar o eleitor para fazer valer o I, se essa Constituição acreditasse em suas próprias palavras. Mas não. Há cinco “jabutis” antes e mais pelo menos uma dúzia enfileirados depois desse “parágrafo único” para negar o que ele afirma e tutelar a vontade popular, que deveria ser soberana. E do Título II em diante segue sempre assim.
 
Nem no STF, nem no Legislativo, nem mesmo nos debates mediados pela imprensa sobre a imunidade parlamentar, instituto que visa a proteger o representado, e não a pessoa do representante, muito menos um cargo, a palavra “eleitor”, esse tal de “povo” de quem todo poder deveria emanar, chega a ser mencionada. Os três Poderes não só estão livres para cassar representantes eleitos e inverter a seu bel-prazer até o que o eleitor afirma em plebiscitos (como o do desarmamento), eles são cobrados pelos cidadãos supostamente mais ilustrados do País a assumir o papel que deveria ser exclusivo deles de decidir quem continua e quem sai, e quando, do jogo da – é sempre bom lembrar o nome – “democracia representativa”. São os cidadãos mais ilustrados e mais genuinamente imbuídos de civismo que, reagindo uns aos outros intoxicados por ondas de indignação adrede semeadas, exigem, “em nome da democracia”... que se extinga a democracia, seja com juízes, seja com a articulação de cúmplices no crime, seja com soldados.
 
Em plena era da informação é difícil sustentar que essa inversão decorra apenas de falta de informação. Trata-se de um vício bem mais entranhado. A verdade é que o que irmana esquerda, direita e centro desde sempre no Brasil é a desconfiança que todos têm do povo.
 
Considere o Estado brasileiro. Considere a Petrobrás, a Caixa Econômica, o Banco do Brasil, o BNDES e as 150 “brases” coadjuvantes no nosso escândalo sem fim. Sai Império entra República, as gerações chegam e se vão, direita e esquerda sucedem-se no poder e as histórias são sempre as mesmas. Só muda o grau da desfaçatez, que vai ficando tanto maior quanto mais óbvia se vai tornando a coisa. O Brasil e o mundo inteiro sabem que empresa e banco estatal só existem para serem roubados. O Brasil e o mundo inteiro sabem que desenvolvimento de verdade só há onde essas excrescências que tratam de justificar-se em nome dele são proibidas. Se quisessem mesmo que o País deixasse de ser roubado, o primeiro alvo de toda essa gente que anda de dedo em riste por aí estaria pra lá de definido. Mas quanto mais roubam o País por meio delas, mais proibido se torna falar em nos livrarmos das estatais.
 
Qual é o mistério?
 
Nenhum. Ao redor das empresas estatais e de quem vive específica e confessadamente de roubá-las estão os empregos nas estatais e no serviço público que a alta classe média, “vocal” e politicamente organizada, reserva “aos seus”. Os donos do Estado estendem a ela o regime de privilégios em que vivem de modo a estabelecer a cumplicidade que lhes permite entrar e sair de seus cofres à vontade para comprar e recomprar o poder de continuar eternamente a fazê-lo. Como os empregos públicos, os das estatais também vêm com a garantia da estabilidade eterna, com muito mais salários do que há meses no ano, cercados de “auxílios” isentos de impostos extensivos a toda a raça do agraciado já nascida e ainda por nascer, com aposentadorias precoces por valores muito maiores que os comprados pelas contribuições e dispensada da corrida maluca pela apresentação de resultados. São tão sólidas as garantias de “petrificação” eterna desses “direitos” instantaneamente extensíveis a toda a “privilegiatura” assim que “aquiridos” por qualquer membro individual dela que até os banqueiros, que jamais poderão ser acusados de inclinações altruísticas, lhes concedem crédito para consumo a juros descontados, constitucionalmente assegurados que estão de que o favelão nacional será sempre chamado a pagar a conta nas marés de inadimplência.
 
Quanto mais miserável esse sistema medieval de servidão faz a Nação neste mundo de competição feroz, mais absolutamente o concurso público, único canal de passagem da nau dos explorados para a nau dos exploradores, afora as nomeações, que são ainda mais explícitas, passa a ser um atestado de rendição. E isso cria um Brasil oficial sem pressa e moralmente entregue desde a partida, com tempo e dinheiro bastantes para tomar de assalto todos os canais de expressão política da Nação, e um Brasil real mudo que aprende a amargas penas que nem correr muito fará qualquer diferença.
 
O preço disso é a guerra. 60 mil mortos por ano, por enquanto, e piorando por minuto.
 
Solução só tem uma. Entregar o poder a quem paga a conta. Instituições políticas são uma tecnologia como outra qualquer e a que foi batizada “democracia”, testada e aprovada, pode ser reproduzida sem pagamento de royalties. Poder absoluto para o eleitor interferir a qualquer momento em cada pequeno pedacinho do País é o remédio sem o risco da intoxicação. E isso se faz tirando os porteiros da entrada e escancarando as portas de saída tanto da política quanto do serviço público com eleições distritais, que definem quem é representante de quem, retomada a qualquer hora de mandatos concedidos e empregos contratados sem entrega de resultados e poder de referendo das leis como garantia de uma reconstrução sadia.
 
Como se faz? Querendo. O Brasil só precisa decidir se quer mesmo democracia, ou seja, o povo no poder.
 
* FERNÃO LARA MESQUITA É JORNALISTA, ESCREVE EM WWW.VESPEIRO.COM

 

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Fonte:
O Antagonista/ESTADÃO

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