Credores de Cuba aumentam pressão para receber dívida de 1,4 bilhão de dólares

Publicado em 13/02/2018 17:38

LONDRES (Reuters) - Os credores comerciais de Cuba ofereceram um “alívio de dívida muito significativo” em uma proposta enviada a Havana no final de janeiro, segundo dois assessores do grupo, em um sinal de que os detentores de títulos inadimplentes estão prontos para aumentar pressão sobre a ilha.

Cuba tem visto uma queda em sua situação financeira nos últimos dois meses por conta do aprofundamento de uma crise econômica na Venezuela, menores receitas de exportações de matérias-primas e produtos relacionados, devastação provocada pelo furacão Irma e por conta do endurecimento das restrições a negócios e viagens feitas pelos Estados Unidos.

Em 2015, a ilha chegou a um acordo de dívida com credores reunidos no Clube de Paris, mas o país segue excluído dos mercados internacionais de capitais por não ter negociado com detentores de dívidas inadimplentes do Clube de Londres.

“O comitê se aproximou de Cuba no final de janeiro”, disse Rodrigo Olivares-Caminal, coordenador do grupo de credores e professor de direito da Queen Mary University, em Londres. “Fizemos uma proposta de boa-fé ao governo”, acrescentou.

O grupo possui dívida cubana com um valor nominal de 1,4 bilhão de dólares e é formado por três fundos – Stancroft Trust, Adelante Exotic Debt Fund e CRF I – e um banco comercial.

“Estamos tentando dar outra oportunidade ao país para que alcance um entendimento amigável com credores”, disse Olivares-Caminal à Reuters. “Isto lhe daria termos vantajosos para remediar sua situação a respeito dos mercados de capital.”

Embora os detalhes da proposta sejam confidenciais, a proposta incluirá um “alívio de dívida muito significativo”, disse Lee Buchheit, do escritório Cleary Gottlieb Steen & Hamilton, um advogado especializado em reestruturações que foi contratado pelo grupo no ano passado.

Sob o acordo de 2015, diversos credores do Clube de Paris perdoaram 8,5 bilhões dos 11,1 bilhões de dólares em dívidas que o país não havia cumprido desde 1986, mais encargos. O pagamento foi estruturado em 18 anos e Havana já cobriu duas parcelas deste então.

Como parte do acordo, alguns credores também se prepararam para trocar dívida por uma participação em projetos locais de desenvolvimento. Isto foi visto como um avanço e Cuba concordou pela primeira vez em entregar a países capitalistas ricos uma parte de projetos em setores como manufaturas e agricultura.

Fonte: Reuters

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