Ibovespa fecha em baixa minado por Wall Street, que despenca...

Publicado em 23/03/2018 18:14

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SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice de ações da B3 fechou em queda nesta sexta-feira, após sessão volátil, com fortes perdas em Wall Street novamente minando o pregão local, conforme persistem os temores de guerra comercial entre as principais economias do mundo.

De acordo com dados preliminares, o Ibovespa encerrou em baixa de 0,46 por cento, a 84.374 pontos. O volume financeiro somava 9,4 bilhões de reais.

Na semana, o índice contabilizou um decréscimo de 0,6 por cento, também conforme dados pré-ajuste.

Wall St despenca com investidores evitando risco por medo de guerra comercial

NOVA YORK (Reuters) - Wall Street despencou nesta sexta-feira, com mais de 1.000 pontos eliminados do Dow em dois dias, à medida que investidores, cada vez mais nervosos sobre uma possível guerra comercial entre Estados Unidos e China, se afastaram do risco antes do fim de semana e buscaram abrigo contra perdas maiores.

O Dow Jones caiu 1,77 por cento, a 23.533 pontos, o S&P 500 recuou 2,10 por cento, a 2.588 pontos, após atingir uma mínima intradia que ficou pouco acima de sua média móvel de 200 dias de 2.585 pontos.

O Nasdaq perdeu 2,43 por cento, a 6.992 pontos.

Na semana, o Dow caiu 5,67 por cento, o S&P 500 caiu 5,95 por cento e o Nasdaq caiu 6,54 por cento, registrando suas maiores quedas percentuais semanais desde janeiro de 2016.

Em uma sessão volátil, o S&P 500 quase alcançou sua média móvel de 200 dias, um nível técnico chave. O índice de referência também se aproximou de sua mínima de fevereiro, que marcou uma correção, fechando 9,9 por cento abaixo de sua máxima recorde de 26 de janeiro.

"Há preocupação sobre como a guerra comercial se pareceria. Investidores querem gerir seu risco. Se isso escalar rapidamente, poderia ser um grande revés para o mercado", disse Peter Kenny, estrategista sênior de mercado do Global Markets.

Os planos do presidente Donald Trump de impor tarifas em até 60 bilhões de dólares em produtos chineses aproximou as duas maiores economias do mundo de uma guerra comercial, à medida que a China declarou planos de tarifar até 3 bilhões de dólares em importações dos EUA, incluindo frutas e vinho, ainda que tenha pedido aos Estados Unidos que recuasse.

O Dow fechou em queda de 11,6 por cento na comparação com a sua máxima de 26 de janeiro e alcançou seu menor fechamento desde que confirmou uma correção em fevereiro.

O Índice de Volatilidade do CBOE, o medidor mais amplamente acompanhado de volatilidade esperada para o curto prazo no S&P 500, fechou em alta de 1,53 ponto, a 24,87 pontos, maior fechamento desde 13 de fevereiro.

Investidores mantêm otimismo sobre bolsa brasileira apesar de saída recente de estrangeiros

SÃO PAULO (Reuters) - O saldo positivo de capital externo na bolsa brasileira caiu em quase 9 bilhões de reais desde o final de janeiro, mas especialistas seguem com uma visão positiva para as ações no Brasil, avaliando que a saída de recursos ocorreu em razão de eventos na cena internacional, que incluíram risco de guerra comercial e elevação de juros nos Estados Unidos.

Dados divulgados nesta sexta-feira mostraram que em 21 de março houve a primeira entrada líquida diária após 17 sessões com saídas, com o saldo acumulado no ano em 937,9 milhões de reais ante 9,55 bilhões no final de janeiro.

Gestores e estrategistas ouvidos pela Reuters atrelaram o movimento de saída a correções de portfólios de ações globais, dado o aumento de preocupações geopolíticas com a questão de barreiras tarifárias liderada pelos EUA e a cautela com a elevação juros pelo Federal Reserve, banco central norte-americano, entre outros fatores.

O diretor da área de renda variável do Credit Suisse para a América Latina, Emerson Leite, disse que é difícil atestar sobre a continuidade ou não das saídas, mas que uma virada não é favorecida enquanto houver incerteza no ar.

Ele ressaltou, contudo, que o prognóstico com Brasil segue construtivo, diante da recuperação econômica e dos juros baixos; e que os investidores locais têm absorvido o movimento de estrangeiros, principalmente fundos, mas também pessoas físicas, com o Ibovespa se sustentando no nível de 84 mil, 85 mil pontos.

"O fundamento ainda é bom, enxergamos mais como uma oportunidade de compra do que início de correção maior", afirmou Leite.

Em janeiro, quando houve entrada recorde de recursos de estrangeiros para o mês, o Ibovespa renovou máximas históricas em várias sessões, o que se repetiu no mês seguinte, alcançando o recorde de 87.652 pontos para o fechamento no dia 26. De lá pra cá, considerando o fechamento da véspera, o índice acumulou queda de 3,3 por cento.

O chefe de economia e estratégia do Bank of America Merrill Lynch no Brasil, David Beker, afirmou que o investidor estrangeiro ainda é muito importante para a bolsa, mas citou que o potencial de alocação da indústria de fundos do país é relevante e que, para esse grupo, o cenário de juros baixos está se sobrepondo.

"O participante local tende a aumentar (sua participação) versus estrangeiros", afirmou, reforçando que faz parte do grupo no mercado que mantém uma visão positiva para as ações no país.

Dados da B3 sobre a participação dos investidores no volume negociado mostrou que em janeiro a fatia dos estrangeiros era de 48,5 por cento, passando para 49,4 por cento em fevereiro e 50,8 por cento em março até o dia 21. A parcela dos institucionais passou de 27,2 por cento, para 27,9 por cento e estava em 26,2 por cento.

O gestor Florian Bartunek, sócio-fundador da administradora de recursos Constellation, também não vê a saída de estrangeiros como uma tendência, destacando que esses investidores seguem interessados em Brasil. "Daqui a pouco (o fluxo) volta", disse.

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Fonte:
Reuters

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