Na Reuters: PT define prioridade nas eleições de outubro - eleger deputados federais

Publicado em 23/03/2018 17:10

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BRASÍLIA (Reuters) - Sob o risco de ver diminuir sua bancada federal, o PT definiu como prioridade o investimento na tentativa de eleger deputados federais, ficando esta meta atrás apenas da candidatura presidencial.

Com o dinheiro mais curto depois da proibição das doações empresariais, os partidos estão calculando real a real quem irá receber mais verbas e mais investimento. O PT tem hoje, de acordo com o deputado Carlos Zarattini (SP), 200 milhões do fundo eleitoral e mais 110 milhões do fundo partidário.

Desses recursos, um máximo de 70 milhões irá para a campanha presidencial. "Creio que menos porque planejamos conseguir doações de pessoas físicas para o presidente", disse o parlamentar.

O resto do dinheiro precisa ser usado para eleger deputados, senadores, governadores e deputados estaduais.

Zarattini afirmou que a meta do partido é aumentar a bancada. Hoje, o PT tem a maior bancada individual da Câmara, com 58 deputados. Está acima do MDB, que hoje tem 54, e perde apenas para o bloco de centro formado por PP, Podemos, Avante e PEN.

Internamente, petistas admitem que o risco maior é do partido perder um bom pedaço dessa bancada, o que implicaria em perdas financeiras e em tempo de tevê para futuras eleições. A atual regra partidária distribui os fundos de acordo com a bancada que o partido tem no momento da eleição.

"Se ganharmos a eleição, vamos precisar de uma bancada expressiva para depender menos de alianças e acordos. Se perdermos, corremos o risco de diminuir o espaço que temos no Parlamento. Precisamos manter uma bancada forte, é uma questão de sobrevivência do partido", disse à Reuters um parlamentar sob condição de anonimato.

Zarattini usa o discurso otimista. Afirma que o PT vai ganhar a eleição --"com o presidente Lula ou alguém indicado por ele"-- porque o governo atual está dividido e por isso o partido precisa garantir uma bancada forte.

"Sabemos os limites de ter uma grande bancada, mas queremos eleger uma maior que a atual. Pela legislação, o tempo de tevê, a verba partidária, tem relação com o tamanho da bancada e o número de votos", disse Zarattini.

O deputado diz que não é possível calcular atualmente de quanto seria esse crescimento, mas uma meta que tem sido falada no partido é de voltar aos 70 eleitos em 2014.

O próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem incentivado o partido a se concentrar em eleger uma boa bancada na Câmara. Em um evento na fundação Perseu Abramo, no ano passado, o ex-presidente defendeu que o partido gaste menos energia com candidatos a governos estaduais e se concentre em fortalecer as bancadas parlamentares.

"O partido tem que decidir se a pessoa merece ser candidata do partido. Nessas eleições a gente vai ter que pensar. Tem Estado que a gente vai ter candidato a governador, mas tem Estado que é melhor a gente nem ter. É melhor ter candidato a deputado, a senador", disse Lula na ocasião.

Ainda assim, o PT deve ter, segundo Zarattini, 15 candidatos a governador, mesmo que na distribuição de verbas essas candidaturas estejam em quarto lugar na lista de prioridades.

"Não adianta, somos um partido grande. Não é que nem o PR, o PP, que só querem disputar deputado", disse, explicando que o partido ainda está tentando encontrar uma forma de distribuir o dinheiro das verbas eleitorais.

Seria uma covardia não ser candidato, diz Temer à IstoÉ

(Reuters) - O presidente Michel Temer disse em entrevista divulgada pela revista IstoÉ, em seu site, nesta sexta-feira que seria uma "covardia" não disputar a eleição para a Presidência da República em outubro.

"É natural que quem preside a nação dispute a eleição. Eu até ouvi recentemente alguém me dizer que não disputar a reeleição seria uma covardia. Que eu teria me acovardado. Governar por dois anos e meio e não disputar a reeleição. O que seria um fato ímpar no país. Desde que foi criada a reeleição, todos disputaram", disse o presidente, de acordo com a revista.

Indagado sobre se também sentia que não entrar na disputa seria uma covardia, Temer respondeu, de acordo com a IstoÉ: "Seria. Acho que seria uma covardia não ser candidato."

O Palácio do Planalto confirmou à Reuters o conteúdo da entrevista publicada pela IstoÉ.

Mais cedo nesta sexta, Temer, que nos últimos dias já havia admitido avaliar a possibilidade de disputar a Presidência, disse ao inaugurar uma obra de irrigação no interior da Bahia que governa em conjunto com o Congresso Nacional, mas especialmente com o povo e ouvindo a sociedade.

"Em primeiro lugar, é um governo que diz assim ‘nós temos que governar junto com o Congresso Nacional’, nós temos que trabalhar junto com o Congresso Nacional, mas, especialmente, temos que trabalhar com o povo, ouvindo a sociedade”, disse o presidente.

"Portanto é um governo integrado com o povo brasileiro, com o povo dessa região", completou.

Apesar da disposição de entrar na corrida presidencial, Temer tem registrado baixos índices de popularidade assim como não passa dos cerca de 1 por cento nas pesquisas de intenção de voto para a eleição presidencial de outubro.

Pesquisa do instituto MDA para a Confederação Nacional do Transporte (CNT) divulgada no início do mês apontou que a avaliação ruim/péssima do governo Temer é de 73,3 por cento. Ainda de acordo com o levantamento, o percentual dos que desaprovam o desempenho pessoal do presidente é de 83,6 por cento.

A pesquisa eleitoral do CNT/MDA mostrou ainda que Temer é o campeão de rejeição entre os possíveis postulantes ao Planalto. Quando perguntados sobre a possibilidade de votar no presidente, 88,0 por cento responderam que não votariam nele de jeito nenhum.

Flavio Rocha deixa Riachuelo para se concentrar na eleição presidencial

 

SÃO PAULO (Reuters) - A Guararapes, dona da rede de lojas de vestuário Riachuelo, confirmou nesta sexta-feira que o vice-presidente e diretor de relações com investidores da companhia, Flavio Rocha, deixará a companhia para ser candidato à Presidência da República neste ano.

Segundo a empresa, Rocha continuará a exercer suas funções nos cargos que ocupa até o término do mandato, em 26 de abril.

"No entanto em razão do tempo a ser depreendido no exercício das atividades de candidato à Presidência da República, a companhia informa aos seus acionistas e ao mercado em geral que Flavio Rocha não será indicado para reeleição", diz trecho do comunicado.

A Reuters publicou nesta semana que Rocha, seria candidato à Presidência da República e que conversa com seis partidos para definir a sua filiação.

Joaquim Barbosa terá candidatura praticamente certa no PSB

BRASÍLIA (Reuters) - Caso decida se filiar ao PSB, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa teria sua candidatura ao Palácio do Planalto praticamente viabilizada, garantem fontes do partido.

A ideia da candidatura de Barbosa, até pouco tempo defendida por poucos socialistas, ganhou força dentro da sigla e tem como trunfo a grande viabilidade eleitoral do ministro atestada em pesquisas qualitativas, garante uma das fontes.

"Na hora em que ele se filiar está praticamente viabilizado, ele não tem que 'pegar fila'", disse a fonte, referindo-se à lista de possíveis nomes a serem lançados como candidatos do PSB.

"Quando ele se filiar e bater os 15 por cento (em pesquisas eleitorais), quem vai fazer ele pegar fila?"

Essa fonte, assim como outra do PT, confirmam pesquisas e análises segundo as quais Barbosa poderia angariar boa parte do eleitorado petista.

Um exemplo da empolgação de socialistas é a disposição do vice-presidente de Relações Governamentais do partido , Beto Albuquerque (RS), de abrir mão de seu próprio nome como candidato do partido.

"Sempre estive à disposição, no Congresso do partido distribuí documento defendendo a candidatura própria e colocando o meu nome como candidato", disse Beto à Reuters.

"Obviamente que se ele se filiar não vou disputar com ele. Ele tem meu apoio. Retiro minha postulação em 2018 para apoiar Joaquim Barbosa", afirmou.

O ex-deputado, que concorreu como candidato a vice-presidente na chapa de Marina Silva nas últimas eleições, deve se dedicar à disputa pelo Senado caso Barbosa se confirme candidato do PSB.

Apesar de ter ganhado fôlego, a candidatura de Barbosa ainda não está definida e depende, antes de mais nada, de sua filiação ao PSB. E isso tem que ocorrer até 7 de abril, prazo máximo para quem deseja disputar as eleições de outubro estar filiado a um partido.

O convite já foi feito, ainda em 2017, e resta saber se Barbosa embarcará na sigla. Uma vez filiado, a candidatura se construiria de maneira natural, avalia uma das fontes.

Outra fonte explica que filiado, Barbosa poderia se inteirar e conviver com os correligionários e trabalhar até julho, quando ocorre a convenção partidária para a oficialização da candidatura.

RESISTÊNCIA

Ainda que tenha crescido entre os socialistas, a candidatura de Barbosa enfrenta resistências no partido, principalmente por parte de candidatos a governos estaduais, que temem reviravoltas nas alianças locais que já vêm sendo negociadas.

Pesa também, para os que se opõe à ideia, a questão financeira: uma candidatura presidencial abarcaria boa parcela dos recursos destinados à campanha.

Resolução aprovada no último congresso do PSB autorizou a direção nacional a negociar em três frentes diferentes. A mais defendida, no momento, é a da candidatura própria, tendo Barbosa como o nome mais forte.

O segundo caminho, que pode ser adotado pela direção a depender do desenrolar do cenário eleitoral, diz respeito a coligações e alianças em nível nacional, desde que com partidos que tenham identificação com o PSB.

E a terceira via seria nem investir em candidatura própria nem em coligações nacionais, mas priorizar a eleição de deputados federais --a meta é chegar a mais de 40 deputados-- e de governadores em até 10 Estados.

Nesse contexto, a eleição do vice-governador de São Paulo Márcio França é tida como "prioridade zero", tanto pela importância do Estado, quanto pelo impacto de uma eleição dessas na estratégia nacional do partido.

Pesquisa Datafolha do final de janeiro mostrou Barbosa com 5 por cento das intenções de voto, em seu melhor cenário.

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Fonte:
Reuters

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