Ibovespa fecha em leve baixa com exterior; Wall St recua com alta nos rendimentos dos Treasuries

Publicado em 24/04/2018 18:15

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Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice de ações da B3 fechou em leve baixa nesta terça-feira, após sessão sem viés definido, com o cenário externo negativo prevalecendo sobre o noticiário corporativo doméstico benigno, que teve entre os destaques a Cosan após anúncio de compra de ativos da Shell na Argentina.

O Ibovespa recuou 0,16 por cento, a 85.469 pontos, tendo tocado 86.577 pontos no melhor momento e 85.105 pontos na mínima da sessão. O volume financeiro do pregão somou 9,53 bilhões de reais.

No Estados Unidos, os rendimentos dos Treasuries de 10 anos atingiram 3 por cento pela primeira vez em mais de quatro anos, com os investidores reduzindo exposição por receio com o aumento da inflação e a oferta de dívida do governo, bem como apostas de que Federal Reserve elevará ainda mais os juros.

As bolsas norte-americanas foram contaminadas pelo movimento dos títulos do Tesouro norte-americano, em meio a preocupações sobre efeitos nos custos de empresas. O S&P 500 fechou em baixa de 1,34 por cento.

Profissionais da área de renda variável citaram desde cedo um aumento da cautela nos negócios, com o cenário externo mais instável, enquanto no Brasil desenvolvimentos políticos referentes às eleições contribuem com a volatilidade nos negócios.

"Embora as eleições no Brasil ainda estejam muito distantes, as incertezas relacionadas a um processo com uma multiplicidade de candidatos em potencial e sem nenhum favorito claro podem fazer a volatilidade do mercado disparar nos próximos meses", escreveram estrategistas do BTG Pactual em relatório a clientes.

DESTAQUES

- COSAN subiu 4,63 por cento, ocupando a segunda posição entre as principais altas do Ibovespa, após a Raízen Combustíveis, joint venture formada entre a empresa e a Shell, assinar contrato para aquisição do negócio de distribuição da Shell na Argentina, em um acordo de 950 milhões de dólares, que deve ser concluído no segundo semestre deste ano.

- SANTANDER BRASIL UNIT encerrou com alta de 0,15 cento, antes do balanço agendado para depois do fechamento da bolsa. Na máxima, subiu 4 por cento, a 40,8 reais, recorde intradia, tendo como pano de fundo resultado divulgado pelo seu controlador, o Banco Santander na Espanha, com lucro acima das previsões de analistas e ajudado pela unidade no Brasil.

- ITAÚ UNIBANCO PN caiu 0,49 por cento e BRADESCO PN encerrou com variação positiva de 0,18 por cento, respectivamente. O BANCO DO BRASIL ON recuou 0,97 por cento.

- KROTON ON avançou 2,04 por cento, esticando os ganhos da véspera após o anúncio da compra do controle da SOMOS EDUCAÇÃO, que não faz parte do Ibovespa e ficou estável, após fechar em alta de quase 50 por cento na segunda-feira. A rival ESTÁCIO ON, que divulga resultado na quarta-feira, recuou 1,52 por cento.

- BRF ON subiu 2,05 por cento, tendo no radar renúncia do presidente-executivo, José Aurélio Drummond Jr., às vésperas de uma assembleia de acionistas, tida como vital para o futuro da exportadora de carne de frango, para mudar o conselho de administração.

- PETROBRAS PN cedeu 0,36 por cento e PETROBRAS ON recuou 0,33 por cento, conforme os preços do petróleo firmaram-se em queda. A petroleira iniciou fase vinculante referente à cessão da totalidade de sua participação nos campos de Piranema e Piranema Sul.

- VALE ON subiu 1,71 por cento, antes da divulgação do balanço na quarta-feira, apesar da queda do preço do minério de ferro à vista na China. Analistas do Credit Suisse elevaram o preço-alvo do ADR (recibo de ação negociado nos EUA) da mineradora de 16 para 17 dólares e reiteraram a recomendação 'outperform'.

- BR MALLS ON caiu 2,7 por cento, em sessão negativa também para outras ações de shopping centers, com IGUATEMI ON cedendo 1,55 por cento.

Wall St recua com alta nos rendimentos dos Treasuries alimentando preocupações sobre custos

Por Stephen Culp

NOVA YORK (Reuters) - Os índices acionários dos Estados Unidos caíram nesta terça-feira depois que os rendimentos dos Treasuries de 10 anos atingiram a marca amplamente antecipada de 3 por cento pela primeira vez em quatro anos, alimentando preocupações sobre maiores taxas de juros para companhias que já estão enfrentando custos crescentes, e à medida que os resultados trimestrais não conseguiram fornecer perspectivas positivas.

O índice Dow Jones caiu 1,74 por cento, a 24.024 pontos, enquanto o S&P 500 perdeu 1,338057 por cento, a 2.635 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq recuou 1,7 por cento, a 7.007 pontos.

O S&P 500 e o Dow tiveram a maior queda em duas semanas e meia e o Dow recuou pelo quinto dia consecutivo. O S&P agora acumula queda de 1,5 por cento no ano.

Os rendimentos dos Treasuries de 10 anos, um título de referência para custos globais de empréstimo, têm sido puxado mais alto por uma combinação de preocupações sobre inflação, crescente oferta de dívida e crescentes custos de empréstimo do Federal Reserve.

"Isso torna os custos de financiamento mais caros para corporações. Esse rali do mercado nos últimos nove anos tem sido puxado por baixas taxas de juros, políticas monetárias acomodatícias e liquidez em excesso", disse Oliver Pursche, estrategista chefe de mercado da Bruderman Asset Management.

Rendimentos mais altos de títulos poderiam também levar gestores de portfólio a cogitar a alocação de dinheiro em títulos de renda fixa mais atrativas em detrimento de ações. O mercado acionário já havia se assustado com uma alta nos rendimentos dos títulos mais cedo no ano, caindo acentuadamente em fevereiro.

Os setores de tecnologia e industriais pesaram sobre os principais índices nesta terça-feira, com a Alphabet Inc, Facebook Inc, 3M Co e Caterpillar Inc caindo mais de 3,5 por cento, cada uma.

 

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Fonte:
Reuters

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