Na FOLHA: Lula, Temer e Bolsonaro é só blá, blá, blá: buraco é mais embaixo

Publicado em 26/04/2018 05:51
Brasil tem espaço para arrumar a casa e importante é o que candidatos dizem sobre isso (por FERNANDO CANZIAN)

Quem estiver interessado mesmo no futuro deveria esquecer um pouco o caso Lula, as lambanças de Temer e aquele candidato que faz apologia ao estupro.

Nosso buraco é mais embaixo e isso determinará o que virá pela frente em termos de emprego, renda e desigualdade. O nervosismo do mercado, com o dólar em alta e Bolsa em queda, não prenuncia boa coisa.

O Brasil está quebrado.

A boa notícia é que um novo ciclo de crescimento mundial vem dobrando a esquina. Ele pode nos aliviar por um tempo, mas chega com riscos embutidos.

O maior é o Brasil relaxar numa banheira morna de dinheiro que virá com o aumento da demanda mundial e valor das commodities que produzimos. O preço do petróleo já subiu quase 50% no último ano e há tendência de alta moderada para metais e produtos agrícolas.

O Centro Brasileiro de Infraestrutura projeta que o petróleo trará quase R$ 60 bilhões em receitas novas para a União, estados e municípios em royalties e leilões de exploração. Isso é piso. Podem ser mais vários bilhões dependendo do dólar e das exportações.

O Rio, abre alas da quebradeira nacional, será um dos mais beneficiados pelo dinheiro do petróleo. Foi assim no ciclo anterior de alta, quando ampliou gastos (principalmente com servidores) em cima de receitas não recorrentes. O estado quebrou quando o preço caiu.

O resto do país também terá alguma folga com o aumento da arrecadação que essa renovada demanda mundial por commodities vai gerar.

O risco é adiarmos o ajuste. E quebrarmos duplamente à frente.

Os números falam por si: o Brasil precisa de quase R$ 300 bilhões a mais por ano para estabilizar o crescimento de sua dívida pública. Ela saltou, em apenas três anos, do equivalente a 52% do PIB para 75% (+23 pontos), e é a maior entre os emergentes.

A dívida e outros indicadores importantes são calculados como proporção do PIB para que se tenha ideia se um país pode financiá-los.

No caso brasileiro, isso está ficando difícil, pois União, estados e municípios deixaram de economizar e hoje vivem no vermelho.

Até 2011, eles mantinham um superavit de cerca de 3% do PIB todos anos, o que ajudava a conter o endividamento. Agora, têm déficit de cerca de 2%, o que faz a dívida aumentar.

Nos últimos 20 anos, a despesa pública no Brasil sempre cresceu acima da inflação, sobretudo pelos gastos com servidores e o déficit da Previdência. Somos um país ainda jovem, mas gastamos cerca de 8% do PIB com aposentadorias, o mesmo que o Japão.

O novo fôlego que o mundo nos oferece deveria ser usado para tentar reformar a Previdência enquanto é tempo, aumentando a idade mínima de aposentadorias e a contribuição dos servidores.

Esse novo ciclo de crescimento global pode ter pernas curtas, pois está apoiado em um inédito despejo de dinheiro barato no mercado que bancos centrais de EUA e União Europeia promoveram para tirar suas economias da Grande Recessão mundial a partir de 2008.

Ainda não sabemos quanto tempo isso vai levar. Mas com o crescimento global agora sincronizado haverá aumento da demanda e, consequentemente, da inflação nesses países.

Quando seus bancos centrais tiverem que subir ainda mais os juros para conter isso, a massa de dinheiro barato que hoje financia países como o Brasil encolherá e migrará para lugares mais arrumados que o nosso.

Essa hora vai chegar.

Por isso, esqueça o blá, blá, blá. O importante é prestar atenção no que (e se) os candidatos falam sobre isso. (Fernando Canzian,  vencedor de quatro prêmios Esso e autor de 'Desastre Global-Um ano na pior crise desde 1929'.)

Estratégia do PT cria poste sem luz na campanha (por ROBERTO DIAS)

Brincar de candidato preso não é só uma maluquice, é irresponsabilidade política

Por mais maluca que esteja a corrida deste ano, o corredor polonês da eleição logo mais vai entrar em funcionamento.

Os candidatos serão convidados a falar em público. Irão a sabatinas. Participarão de debates. Darão entrevistas. Terão sua vida escrutinada. Nomearão assessores, que darão voz a suas ideias (caso existam).

E o PT, como fica?

Essa história de brincar de candidato preso não é apenas uma maluquice. Por mais bonito que o cálculo eleitoral possa parecer —e há muita dúvida se é tão bonito assim—, trata-se de irresponsabilidade política.

Um dos mais antigos partidos do país, o PT conta com a maior bancadade deputados federais e teve candidato a presidente em todas as eleições desde a redemocratização.

Na de 1989, num 26 de abril como este, a edição da Folha relatava o dia de um petista bastante ativo nas montadoras de São Bernardo, em reportagem intitulada: “Lula ataca os empresários nas portas das fábricas”. Em 1994, a essa altura do campeonato, o partido fechava seu plano de governo. Em 1998, discutia a aliança com Brizola. Em 2002, desfilava seu neopragmatismo, sintetizado noutro título: “Lula diz estar à caça de votos de esquerda, centro e direita”. Em 2006, ele disputou a cadeira já sentado nela.

Todo o acima fica mais difícil de ser feito em Curitiba. O PT já errou o cálculo esperando uma revolta social que não existiu no momento da prisão. Agora dedica-se a produzir fotos de filiados na frente do prédio da PF. Rendem memes engraçados, mas é difícil ver votos brotando dali. 

Lançar Lula na cabeça da chapa com um vice que assumirá quando morrer a esperança de um milagre jurídico é brincar abertamente de poste. No fundo, um desrespeito aos eleitores —o candidato passará a campanha repetindo que só está ali porque o outro não apareceu?

Se existe um déficit democrático decorrente da prisão de Lula, ele deriva não da ausência dele em si, mas sim da estratégia de seu partido.

Roberto Dias Jornalista, é secretário de Redação da área de Produção da Folha, onde trabalha desde 1998.

A esquerda é o Titanic de 2018 (Já bateu no iceberg e afunda em meio ao ridículo), por CLÓVIS ROSSI

 

Que a esquerda está em crise em boa parte do mundo não chega a ser uma grande novidade. Novidade é que significativa parcela do mais importante partido da esquerda brasileira, o PT, esteja contribuindo para esse cenário geral de crise com uma forte pitada de ridículo.

Se a única ideia que os petistas podem oferecer é essa estupidez de acrescentar "Lula" ao nome, é melhor chamar o Tiririca para substituir a Gleisi Hoffmann na presidência do partido. Palhaçada por palhaçada, fiquemos com quem é mais autêntico.

Idiotice à parte, passemos a uma crítica fulminante à esquerda vinda de um acadêmico, Wanderley Guilherme dos Santos, de impecáveis credenciais esquerdistas e um propagandista entusiasmado do governo Lula.

"Esse é um mundo no qual a esquerda do século 20 não tem mais lugar. Por isso toda esquerda no mundo hoje é obsoleta, conservadora e reacionária. Ela se organizou em termos de pensamento e ação no século 19 para concorrer com o liberalismo em termos de imaginário futuro de organização social. O liberalismo oferecia o progresso, a esquerda oferecia a revolução pela ruptura. A queda do muro de Berlim destruiu esse projeto alternativo. A esquerda desde então tem estado na defensiva e não é à toa que sua palavra de ordem seja resistência", escreveu esse cientista social para o último número de 2017 da trimestral revista Inteligência.

Sou obrigado a concordar com ele, até porque já escrevi inúmeras vezes que a esquerda —não só a brasileira— não conseguiu ainda sair dos escombros do muro de Berlim, mesmo passados quase 30 anos da queda. Foi também o fim do comunismo e é intrigante que mesmo a esquerda que não comungava com o comunismo soviético tenha se ressentido.

Se a obsolescência da esquerda tivesse provocado apenas a ascensão de uma direita civilizada, não haveria grandes problemas. Veja-se o Chile: a esquerdista Michelle Bachelet dá lugar ao direitista Sebastián Piñera, que, quatro anos depois, devolve a cadeira a Bachelet para que ela a entregue, após outros quatro anos, a Piñera. E o Chile vai em frente, tropeçando às vezes, mas sem uma crise tremenda como a que devorou o Brasil e ainda se faz sentir.

O problema é que o vácuo deixado pela esquerda foi preenchido pela extrema-direita, como escreve Dani Rodrik, um heterodoxo professor de economia política internacional na Escola de Governo John F. Kennedy, da mitológica Harvard: "Tivessem os partidos políticos, particularmente os de centro-esquerda, perseguido uma agenda mais ousada, talvez o crescimento de movimentos de direita, nativistas [nacionalistas], pudesse ter sido evitado".

O raciocínio parece correto, mas o problema é que nem a direita (civilizada) nem a esquerda puseram de pé até agora uma agenda capaz de contrapor-se "às queixas que autocratas populistas exploraram com sucesso —desigualdade e ansiedade econômica, a percepção de declínio do status social e o abismo entre as elites e os cidadãos comuns", para citar de novo Rodrik.

A esquerda brasileira acha mesmo que pôr "Lula" no nome é uma agenda suficiente? (Clóvis Rossi é repórter especial e membro do Conselho Editorial da Folha. É vencedor do prêmio Maria Moors Cabot) 

DESCONTROLADO, PROFESSOR INTIMIDA ALUNOS E COMPARA BOLSONARO A HITLER (por RODRIGO CONSTANTINO)

O problema da militância vermelha disfarçada de professores e pedagogos, que dominou totalmente o ensino público brasileiro, é talvez o mais grave a longo prazo. Sem reverter esse quadro lamentável, inspirado no comunista Paulo Freire, não por acaso o “patrono” da nossa “educação”, não temos como sonhar com um futuro melhor. Nossos jovens, em vez de aprender a ler e escrever ou a fazer contas, estão sendo deformados, doutrinados ideologicamente por uma corja socialista.

O mais novo caso está evidente nesse vídeo que tem circulado pelas redes sociais, em que um “professor”, completamente surtado, intimida os alunos aos berros, ataca Jair Bolsonaro, quem é comparado a Hitler, e ainda tira pontos do aluno só por mencionar o “mito”:

O que o Ministério Público vai fazer a respeito? O uso partidário não é permitido dentro da sala de aula, onde o professor tem audiência cativa e currículo a seguir. Ou seja, não se trata, como alegam os esquerdistas, de “liberdade de expressão”, até porque o professor que ficasse fazendo campanha para Bolsonaro seria logo denunciado pela patota, que cobraria punição exemplar. A lei só vale para os adversários?

Os “isentões” que negam a situação de doutrinação comunista, ou que repetem que há viés “de ambos os lados”, são cínicos que tentam enganar os trouxas, já que qualquer pessoa minimamente honesta e atenta saberá que existe uma ocupação hegemônica da esquerda no ensino. E é por isso que o projeto Escola Sem Partido assusta e incomoda tanto: não lhes interessa levar ao conhecimento dos alunos e seus pais quais são os seus direitos constitucionais, para impedir esse tipo de abuso que vimos acima.

Só vamos vencer essa guerra quando começarmos a reagir mais. Esses vagabundos precisam ser punidos com o rigor das leis, já que é inadmissível um professor atacar um candidato dessa forma em sala de aula, para um público que é obrigado a estar presente ali, para supostamente aprender determinada matéria. Chega de tanto abuso!

Rodrigo Constantino

DESCONTROLADO, PROFESSOR INTIMIDA ALUNOS E COMPARA BOLSONARO A HITLER

 

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Fonte:
Folha de S. Paulo/Gazeta do Povo

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1 comentário

  • Rodrigo Tonet Campo Mourão - PR

    O noticias agrícolas não deveria replicar essas matérias desonestas do jornal tendencioso e desonesto folha de são paulo. Logo de cara refere-se ao candidato Jair Bolsonaro como apologista do estupro, uma falácia absurda, devido àquele imbróglio antigo com a Maria do Rosário. De extremo mal gosto o deputado fez uso de uma ironia infeliz para atacar a deputada. O caso ocorreu em 2003 e só tomou vulto pela ascensão da popularidade do candidato e desde então o caso vem sendo utilizado para denegrir imagem do mesmo, transformando uma ironia besta em apologia ao estupro mesmo que literalmente ele tenha afirmado que a deputada "não merecia ser estuprada". Se isso é apologia ao estupro então se afirmasse que fulana "merece ser estuprada" é o quê? Seria isso apologia a virgindade seguindo uma lógica parecida. Enfim, o que a folha faz é maximizar as falhas do Bolsonaro ao mesmo tempo que minimiza seus preferidos. Isso não é jornalismo. É panfletagem politica.

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