EXCLUSIVO-Navios de guerra dos EUA navegam perto de ilhas reivindicadas por Pequim no Mar do Sul da China

Publicado em 27/05/2018 17:36
Reuters

WASHINGTON (Reuters) - Dois navios de guerra da Marinha dos Estados Unidos navegavam perto das ilhas do Mar do Sul da China reivindicadas pela China no domingo, disseram duas autoridades norte-americanas à Reuters, em uma atitude que levou à condenação por parte de Pequim enquanto o presidente Donald Trump busca sua cooperação contínua com a Coreia do Norte.

A operação é a mais recente tentativa de conter o que Washington vê como esforços de Pequim de limitar a liberdade de navegação em águas estratégicas.

Embora esta operação tenha sido planejada com meses de antecedência, e operações semelhantes tenham se tornado rotineiras, ela ocorre em um momento particularmente delicado e apenas alguns dias após o Pentágono ter desconvidado a China para um grande exercício naval promovido pelos EUA.

Autoridades dos EUA, falando sob condição de anonimato, disseram que o destroyer de mísseis guiados Higgins e o Antietam, um cruiser de mísseis guiados, chegaram a 12 milhas náuticas das Ilhas Paracel, entre uma série de ilhotas, recifes e bancos de areia sobre os quais a China tem disputas territoriais com seus vizinhos.

Os navios militares dos EUA realizaram operações de manobra perto das ilhas Tree, Lincoln, Triton e Woody, nos Paracels, disse uma das autoridades.

O cancelamento da reunião de Trump com o líder norte-coreano Kim Jong Un colocou mais pressão sob os laços entre EUA e China em meio a uma disputa comercial entre as duas maiores economias do mundo.

Críticos das operações, conhecidas como "liberdade de navegação", disseram que elas têm pouco impacto no comportamento chinês e são amplamente simbólicas.

O militares dos EUA têm uma posição de longa data de que suas operações são realizadas em todo o mundo, inclusive em áreas reivindicadas por aliados, e que são separadas de considerações políticas.

Fotografias de satélite tiradas em 12 de maio mostraram que a China aparentemente instalou mísseis em Woody Island.

Mais cedo deste mês, a força aérea da China pousou bombardeiros em ilhas disputadas e recifes no Mar do Sul da China como parte de um exercício de treinamento na região, provocando preocupação do Vietnã e das Filipinas. 

Os militares dos EUA não comentaram diretamente sobre a operação de domingo, mas disseram que as forças dos EUA operam diariamente na região.

"Conduzimos operações regulares de rotina das Operações de Liberdade Navegação (FONOPs, na sigla em inglês), como fizemos no passado e continuaremos a fazer no futuro", afirmou a Frota do Pacífico dos Estados Unidos em comunicado.

O Ministério da Defesa da China expressou sua revolta, dizendo ter enviado navios e aviões para alertar os navios de guerra dos EUA a deixar o local, dizendo que eles entraram nas águas territoriais do país sem permissão.

A medida "contraria a lei internacional e a chinesa, infringe seriamente a soberania chinesa (e) prejudicava a confiança mútua estratégica entre as duas forças armadas", afirmou.

Em comunicado separado, o Ministério das Relações Exteriores da China pediu aos Estados Unidos que parem com tais ações.

"A China continuará a tomar todas as medidas necessárias para defender a soberania e a segurança do país", acrescentou, sem elaborar.

(Reportagem de Idress Ali em Washington; Reportagem adicional de Ben Blanchard em Pequim).

Autoridades dos EUA e da Coreia do Norte se encontram para negociar reunião de cúpula

SEUL/WASHINGTON (Reuters) - Autoridades norte-americanas e norte-coreanas se reuniram na fronteira entre Coreia do Norte e Coreia do Sul no domingo para prepararem para uma possível reunião de cúpula, enquanto Kim Jong Un, da Coreia do Norte, reafirmou seu compromisso de reunir-se com o presidente dos EUA, Donald Trump, segundo relatos.

Tanto Pyongyang quanto Washington estão avançando nos planos para uma reunião entre os dois líderes após Trump cancelar a reunião marcada para o dia 12 de junho na quinta-feira, apenas para reconsiderar a decisão no dia seguinte.

"Uma delegação dos EUA está em conversações com as autoridades norte-coreanas em Panmunjom", disse a porta-voz Heather Nauert, referindo-se a uma vila na Zona Desmilitarizada (DMZ) ao longo da fronteira fortemente armada entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul.

"Continuamos nos preparando para uma reunião entre o presidente e o líder norte-coreano Kim Jong Un", disse ela em um comunicado.

Além das negociações na fronteira, a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, disse que uma "equipe pré-avançada" partiu para Cingapura no domingo de manhã para trabalhar na logística para uma possível reunião de cúpula.

Mais cedo neste domingo, o presidente sul-coreano Moon Jae-in disse que ele e Kim, da Coreia do Norte, concordaram durante uma reunião surpresa no sábado que a cúpula EUA-Coreia do Norte deve ser realizada.

As reuniões de fim de semana marcam a mais recente reviravolta em uma semana de altos e baixos diplomáticos sobre as perspectivas de uma cúpula sem precedentes entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte e o mais forte sinal de que os líderes das duas Coreias tentam manter a reunião nos trilhos.

Uma fonte oficial norte-americana disse à Reuters que Sung Kim, ex-embaixador dos EUA na Coreia do Sul e ex-negociador da questão nuclear com o Norte, lideraria uma delegação para se encontrar com autoridades norte-coreanas na fronteira.

O jornal Washington Post foi o primeira a informar que a equipe, que também inclui Allison Hooker, especialista em Coreia do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, se reuniu com Choe Son Hui, o vice-ministro das Relações Exteriores norte-coreano.

O Post disse que as reuniões continuariam na segunda e na terça-feira em Tongilgak, o prédio do Norte onde foi assinada a trégua que suspende a Guerra da Coreia de 1950 a 53.

O presidente da Coreia do Sul Moon Jae-in afirmou mais cedo que ele e Kim, da Coreia do Norte, concordaram em uma reunião surpresa no sábado que a possível reunião entre Coreia do Norte e EUA deveria acontecer, disse Moon em coletiva de imprensa em Seul.

No encontro de sábado, Kim reafirmou seu comprometimento para "completar" a desnuclearização da península coreana e com a reunião planejada com Trump, disse Moon em coletiva em Seul.

"O presidente Kim e eu concordamos que a reunião de 12 de junho deve ter sucesso na sua realização, e que nossa busca pela desnuclearização da península e por um regime de paz perpétuo não deve ser interrompida", disse Moon.

O encontro foi a mais recente reviravolta em uma semana de altos e baixos diplomáticos em torno das perspectivas de uma reunião sem precedentes entre Estados Unidos e Coreia do Norte, e sinal mais forte até agora de que os líderes das duas Coreias estão tentando manter a reunião.

Trump afirmou no sábado que ainda estava considerando a data de 12 de junho para a reunião em Cingapura e que as negociações estavam progredindo muito bem.

"Estamos indo muito bem em termos de uma reunião com a Coreia do Norte", disse Trump na Casa Branca. "Está indo muito bem. Estamos olhando para 12 de junho em Cingapura. Isso não mudou. Então, veremos o que acontece."

Moon, que voltou a Seul na quinta-feira de manhã após reunião com Trump em Washington em um esforço de manter a reunião EUA e Coreia do Norte, afirmou ter entregue uma mensagem da "firme determinação" de Trump em acabar com o relacionamento hostil com a Coreia do Norte e buscar cooperação econômica bilateral.

Trump afirmou em carta a Kim na quinta-feira que estava cancelando a reunião planejada em Cingapura citando a "aberta hostilidade" da Coreia do Norte.

Autoridades norte-americanas estão céticas de que Kim irá abandonar seu arsenal nuclear, e Moon afirmou que a Coreia do Norte ainda não está convencida de que pode confiar nas garantias de segurança dos Estados Unidos.

(Reportagem adicional de Josh Smith, Soyoung Kim, Choonsik Yoo e Jeongmin Kim em SEUL, e Ben Blanchard e Elias Glenn em Pequim)

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Fonte:
Reuters

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