Panelaço acontece no momento em que Temer discursa na TV
Em pronunciamento agora à noite, Michel Temer anunciou uma série de medidas que atendem à pauta de reivindicações dos caminhoneiros autônomos.
Temer prometeu zerar a Cide e o PIS/Cofins incidentes no preço do diesel, o que reduzirá seu valor em 46 centavos. O novo preço será mantido por 60 dias e, a partir daí, os reajustes do combustível serão mensais.
O presidente também vai editar três medidas provisórias: uma para acabar com a cobrança de pedágio sobre eixo suspenso, outra para garantir 30% dos fretes da Conab para esses profissionais e uma terceira para estabelecer a tabela mínima de frete.
Panelaço
Em São Paulo, após o discurso do presidente, ouviu-se panelaços no bairros: Consolação, Bela Vista, Centro, Paraíso, Vila Romana e Perdizes. Já na avenida Paulista, umasalg pessoas gritavam "Lula livre. Volta Dilma!". Também foram registrados batidas em Porto Alegre e em Brasília. Manifestação foi ouvida na região da Bela Vista, no centro de São Paulo
Petrobras reajusta gasolina
O diesel vai ficar mais barato, mas a gasolina já aumentou.
O combustível que chegou agora à noite a postos do Distrito Federal trazem um aumento de 4%, que será naturalmente revertido ao consumidor final.
Atender reivindicações custará R$ 10 bilhões
O ministro Carlos Marun (Secretaria de Governo) estima que atendimento às reivindicações da greve custará em torno de R$ 10 bilhões.
Manifestação foi ouvida na região da Bela Vista, no centro de São Paulo.
Governo cede e aguarda fim da paralisação dos caminhoneiros (Agência Brasil)
Diesel terá redução de R$ 0,46 por litro durante 60 dias
O governo federal cedeu e decidiu congelar por 60 dias a redução do preço do diesel na bomba em R$ 0,46 por litro. A proposta foi anunciada há instantes pelo presidente Michel Temer, que fez um pronunciamento depois de um dia inteiro de negociações no Palácio do Planalto. Isso equivale, segundo o presidente, a zerar as alíquotas da Cide e do PIS/Cofins. Os representantes dos caminhoneiros autônomos não aceitaram o congelamento do diesel por apenas 30 dias, como havia sido inicialmente proposto.
O governo federal concordou ainda em eliminar a cobrança do pedágio dos eixos suspensos dos caminhões em todo o país, além de estabelecer um valor mínimo para o frete rodoviário. Essas determinações deverão constar em medidas provisórias a serem publicadas em edição extra no Diário Oficial da União. A expectativa do Palácio do Planalto é que a paralisação, que já dura sete dias e causa enormes prejuízos e transtornos em todo o país, termine logo.
"Os efeitos dessa paralisação na vida de cada cidadão me dispensam de citar a importância da missão nobre de cada trabalhador no setor de cargas. Durante toda esta semana, o governo sempre esteve aberto ao diálogo e assinamos acordo logo no início. Confirmo a validade de tudo que foi acertado", afirmou o presidente. Temer disse que, nas últimas 48 horas, o governo avançou na negociação dessas novas medidas. "Assumimos sacrifícios sem prejudicar a Petrobras." Ele destacou disse que o congelamento valerá por 60 dias e, a partir daí, só haverá reajustes mensais. "Cada caminhoneiro poderá planejar seus custos. Atendemos todas as reivindicações", ressaltou o presidente.
A equipe econômica foi chamada ao Palácio do Planalto para calcular o impacto das novas vantagens concedidas ao setor. Durante todo o dia, custos, cortes e compensações foram avaliados. Além de restrições orçamentárias, empecilhos legais tiveram de ser examinados. Na primeira rodada de negociações com os caminhoneiros, quando se acordou que a Petrobras baixaria em 10% o preço do diesel nas refinarias durante 30 dias, e os caminhoneiros fariam uma trégua de 15 dias na paralisação, o Ministério da Fazenda estimou em R$ 5 bilhões o valor das compensações do Tesouro Nacional à estatal.
Agora, com a validade do congelamento do preço nos postos – e não na refinaria – pelo dobro do tempo, as despesas serão proporcionalmente elevadas. Segundo o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, as reivindicações custarão R$ 10 bilhões ao Tesouro.
Assista à integra do pronunciamento do presidente Michel Temer:
Michel Temer recua mais uma vez e agora congela preço do diesel por 60 dias (no PODER360)
Diesel tem corte de 46 centavos na bomba; 3 MPs atendem pedidos de caminhoneiros; Brasil terá tabela oficial com preços de fretes;
Com aspecto de cansaço, o presidente Michel Temer fez 1 pronunciamento às 21h44 deste domingo (27.mai.2018) e cedeu a todos os pedidos feitos até agora por caminhoneiros que paralisam o país há uma semana.
Em sua fala, Temer disse que tomou 5 decisões:
- redução no preço do diesel na bomba em R$ 0,46. O valor corresponde à soma do PIS/Cofins e da Cide incidente sobre o produto;
- manutenção do preço diesel por 60 dias. Ao fim deste período, reajustes passam a ser mensais e não mais diários;
- editará Medida Provisória que isenta o caminhoneiro, em todo o território nacional, de pagar a tarifa do pedágio pelo eixo suspenso do veículo;
- editará Medida Provisória para garantir aos caminhoneiros autônomos 30% dos fretes da Conab, a Companhia Nacional de Abastecimento;
- editará Medida Provisória estabelecendo a tabela mínima de frete, conforme previsto no projeto de lei 121, que esta sob análise do Senado.