Bolsonaro permanece na UTI e vai reiniciar fisioterapia, diz hospital

Publicado em 13/09/2018 01:37

O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, permanece na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com evolução clínica estável, após realização de cirurgia de emergência na noite de quarta-feira, informou o hospital Albert Einstein em boletim médico nesta sexta-feira.

O candidato irá reiniciar fisioterapia nesta sexta-feira, com caminhada e exercícios respiratórios, acrescentou o hospital.

"(Bolsonaro) continua recebendo analgésicos para controle da dor, afebril e sem outros sinais de infecção. Durante o dia de hoje reiniciará fisioterapia --caminhada e exercícios respiratórios", disse o hospital em boletim.

O candidato do PSL foi alvo de uma facada há uma semana quando fazia campanha em Juiz de Fora (MG) e passou por uma cirurgia na Santa Casa de Misericórdia da cidade mineira por causa de ferimentos nos intestinos grosso, delgado e em uma veia abdominal.

Na noite de quarta-feira, o candidato passou por outra cirurgia, uma operação de urgência, para desobstrução intestinal depois que exames detectaram aderência nas paredes do intestino.

(Por Maria Clara Pestre, no Rio de Janeiro)

Bolsonaro ficará fora da campanha nas ruas "por dois meses ou mais", diz o filho Flávio

O deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) disse hoje (13) que o quadro de saúde de seu pai, o candidato à Presidência da República pelo PSL Jair Bolsonaro, ainda é “muito grave”, embora estável. Segundo ele, a maior preocupação é com o risco de infecções, já que a cirurgia realizada na noite de ontem foi “bastante invasiva”.

Os auxiliares mais próximos do candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) já descartam a hipótese de ele ser liberado para qualquer ato de campanha nas ruas antes do dia da votação no primeiro turno, em 7 de outubro. Complicações na recuperação de Bolsonaro, que na noite de quarta-feira foi submetido a uma cirurgia de emergência para desobstruir o intestino, estão dificultando até mesmo sua comunicação com os assessores mais próximos, conforme contou nesta quinta-feira seu filho Flávio Bolsonaro, deputado estadual e candidato a senador no Rio.

Inclusive seus filhos e assessores mais próximos tiveram de adiar os planos de fazer transmissões ao vivo, pelas redes sociais, com Bolsonaro falando diretamente aos eleitores desde o hospital Albert Einstein, onde está internado em São Paulo.

- Ele não está conseguindo nem falar direito ainda, então não pode ir pra internet pra fazer transmissão ao vivo, conversar com todo mundo. A orientação médica é que nem fale, porque quando fala acumula gases e pode ocasionar mais dor ainda - explicou Flávio Bolsonaro. - Ao que tudo indica, no primeiro turno não vai ter mais condições médicas de ir pra rua de novo. Praticamente impossivel, como ele vai pra rua?... A cirurgia de reconstituição do intestino dele vai acontecer daqui a dois meses ou mais, não tem como ir pra rua com a barriga aberta ainda. É risco de infecção, é risco de arrebentar. É totalmente contraindicado.

Uma semana depois do atentado, aliados já avaliam a dificuldade de atrair o mesmo número de simpatizantes em agendas públicas relacionadas à campanha sem a presença do candidato. O presidente do PSL de São Paulo, Major Olimpio, disse que a campanha de Bolsonaro terá menos pessoas nas ruas enquanto o candidato não puder retomar a rotina.

- Não temos essa capacidade de levar milhares de pessoas às ruas, como é uma característica e uma força do Jair Bolsonaro. Mas vamos levar a mensagem - disse Olímpio

Segundo Olímpio, as agendas estão sendo divididas, algumas com as maiores lideranças do partido juntas para atrair mais pessoas.

- As caravanas de eventos por cidades que tinham previsão da presença de Jair Bolsonaro serão mantidas. Amanhã mesmo nós temos a previsão de um roteiro que faríamos com ele na região de Assis, Ourinhos, Marília, Santa Cruz do Rio Pardo, terminando em Bauru no sábado. Eu convidei, e o Eduardo Bolsonaro e o General Mourao estarão comigo.

A coordenação da campanha nega enfraquecimento da militância, apesar da pouca mobilização nas ruas após a internação de Bolsonaro.

- Bolsonaro não está nas ruas, mas a campanha nas redes sociais está mais forte do que nunca. Não há desmobilização - disse um integrante da cúpula da campanha.

FLÁVIO PEDE ORAÇÕES

Flávio Bolsonaro concedeu entrevista à rádio 97,1 FM do Rio de Janeiro e falou por quase duas horas. “Está difícil para a gente da família fazer campanha porque a cada momento há um fato novo”, disse. “Por causa de um atentado contra o meu pai, a gente tem de se readaptar.”

O deputado estadual, que concorre nestas eleições a uma vaga no Senado, relatou que Bolsonaro passou a quarta-feira (12) com queixas de mal-estar, náuseas e soluços, por isso os médicos o submeteram a novos exames e depois decidiram pela realização da cirurgia, na noite de ontem.

Evangélico, Flávio Bolsonaro pediu que continuem as orações por seu pai. “Praticamente tiveram de abri-lo de novo. Óbvio que ele não está naquela mesma situação de chegar quase morto ao hospital”.

Ele também aproveitou a entrevista para elogiar a equipe de profissionais responsável pelo tratamento do candidado à Presidência.

 Boletim médico da tarde: Bolsonaro segue na UTI e tem evolução clínica estável 

SÃO PAULO (Reuters) - O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, segue internado na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Albert Einstein nesta quinta-feira e tem evolução clínica estável após passar por uma cirurgia de urgência na noite de quarta, disse o hospital em boletim médico.

"(Bolsonaro) está recebendo analgésicos para controle de dor e não apresentou sangramentos ou outras complicações após o procedimento. Permanece afebril, sem sinais de infecção e com função renal normal", afirmou o boletim.

O hospital informou ainda que não há previsão de o presidenciável receber alta da UTI.

Bolsonaro, que lidera a corrida presidencial, passou na noite de quarta por uma cirurgia de urgência para desobstrução intestinal depois que exames detectaram aderência nas paredes do instestino.

Boletim da manhã

Na manhã desta quinta o Hospital Albert Einstein divulgou boletim médico informando que Bolsonaro voltou a ser admitido na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde evolui bem após passar por nova cirurgia.

O candidato tinha recebido alta da UTI na última terça-feira (11), mas precisou passar por cirurgia de urgência na noite de ontem.

Durante a quarta-feira, o candidato apresentou distensão abdominal progressiva sugerindo o diagnóstico de obstrução intestinal – diagnóstico confirmado por tomografia computadorizada.

Ele foi levado para cirurgia de urgência onde foram desfeitas as aderências do intestino e liberado o ponto de obstrução. Os médicos cuidaram também de um extravasamento de secreção intestinal em uma das suturas realizadas anteriormente para correção de ferimentos intestinais.

De acordo com o boletim, esse tipo de complicação é mais frequente em incidentes como o de Bolsonaro do que em cirurgias programadas. Foi realizada limpeza abdominal, em um procedimento que durou duas horas.

 

 

“Orientação médica é que Bolsonaro nem fale”, diz filho

Em entrevista à rádio 97,1 FM do Rio de Janeiro, nesta manhã seguinte a Jair Bolsonaro ter passado por nova cirurgia, seu filho Flávio falou dos efeitos do atentado para a campanha presidencial.

“Ele [Jair] estava ali no auge da alegria dele, fazendo o que ele gostava, estava nos braços do povo, recebendo aquele carinho, o que eu não vi acontecer com nenhum político no Brasil desde que eu sou vivo. Um apoio total a ele, e vem um ato de covardia, um atentado… Sem palavras. A gente não consegue imaginar o que passa na cabeça de um cara desse. Em frações de segundos, ele vai do auge para o chão, para quase morrer. Atrapalha muito a campanha e ele não está conseguindo nem falar direito ainda, então não dá nem para ir para a internet para fazer transmissão ao vivo, para conversar com todo mundo. A orientação médica é que ele nem fale, porque, quando ele fala, ele acumula gases, e pode ocasionar mais dor ainda. Minha esposa estava comentando que, quando você uma cesariana, já tem que ter esses cuidados todos, então quem é mulher e está acompanhando tem um noção maior do que ele está sentindo, com a diferença de que quase rasgou ele no meio a cirurgia. Então ele não pode nem ficar falando.”

Em manhã após cirurgia, filho diz que Bolsonaro é 'forte como um cavalo'

Um dos filhos do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), o vereador e candidato ao Senado Carlos Bolsonaro (PSL), que passou a madrugada no hospital, disse na manhã desta quinta-feira (13) nas redes sociais que o pai passa bem após a cirurgia a que foi submetido no final da noite desta quarta (12). 

"Noite delicada, mas 100% contornada. O velho é forte como um cavalo. Não é à toa que seu apelido de Exército é 'cavalão', disse o vereador.  

Veja a mensagem:

Visitas a Bolsonaro estão proibidas; O Globo ouviu médicos sobre riscos...

Depois das complicações que levaram Jair Bolsonaro ao centro cirúrgico ontem à noite, a equipe do Hospital Albert Einstein proibiu o candidato de receber visitas, com exceção da família e do núcleo duro da campanha.

O GLOBO ouviu médicos especialistas em cirurgia no aparelho digestivo para responder a perguntas sobre os procedimentos médicos a que Bolsonaro foi submetido, os riscos que ele ainda corre, e o tempo necessário para a recuperação de um paciente em uma situação como a dele.

As informações são de Carlos Walter Sobrado, professor de cirurgia do aparelho digestivo do Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), e de Fábio Campos, membro-titular da Sociedade Brasileira de Coloproctologia - os dois especialistas não trataram o presidenciável.

O que foi feito na primeira cirurgia?

O primeiro passo em situações de trauma, como uma facada no abdômen, é controlar o sangramento e garantir a boa irrigação dos órgãos fundamentais do aparelho digestivo. Depois, é preciso resolver a lesão no intestino grosso, que tem fezes, cheias de bactérias. Tem que ser retirada a matéria fecal que derramou na cavidade abdominal, para evitar complicações. A costura do órgão deve ser feita de forma cuidadosa para que não haja risco de ela reabrir dentro da barriga, o que poderia causar infecção.


Em um caso como esse, o cirurgião pode aproveitar o corte causado pela lesão para instalar a bolsa de colostomia, para onde são direcionados fezes e gases. No caso do Bolsonaro, também foram corrigidas três lesões no intestino delgado, em um procedimento considerado mais simples. A secreção que sai do intestino delgado é chamada de suco entérico, e quase não tem bactérias. Na operação, é colocado um dreno e, pela cor da secreção, o médico sabe se há infecção.

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Qual a diferença entre uma cirurgia de emergência e uma cirurgia programada de um paciente que já trata um problema no intestino, por exemplo?

Quando uma cirurgia como essa é programada, o cirurgião tem tempo de preparar o paciente, e as fezes são retiradas previamente para reduzir a chance de infecção. Além de ter que fazer o médico atuar mais rápido, uma facada pode fazer o material fecal sair do intestino pelo corte e contaminar todo o abdômen, causando infecção grave. No caso de Bolsonaro, também são complicadores o sangramento causado pela facada e a idade mais avançada (o candidato tem 63 anos), o que dificulta a recuperação. Em geral, um paciente sai do hospital depois de dez dias.

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Quais são as complicações possíveis em cirurgias desse tipo?

No pós-operatório existe risco de haver uma aderência das paredes do intestino, causada principalmente por dois motivos. O primeiro é uma cicatriz interna: o corpo tenta se recuperar, e a cicatriz faz uma "curva", uma espécie de "dobra" no intestino na área onde houve o corte. O problema é que essa dobra pode prejudicar o trânsito intestinal, causando uma obstrução. Então é comum o paciente ter que operar novamente alguns dias depois para desfazer essa aderência - em geral, o tempo é maior do que o passado por Bolsonaro.

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A segunda forma de complicação possível é uma contaminação causada por material fecal, o que pode levar à irritação da membrana que reveste internamente as paredes do abdômen e os órgãos digestivos, chamada peritônio. Na área inflamada, parte do intestino "gruda" e dobra pela contaminação fecal, como se fosse uma mangueira de água dobrada. A depender do ponto da aderência, ela pode obstruir a passagem das fezes pelo aparelho digestivo até a bolsa de colostomia. Pode haver retorno de secreção pela sonda nasogástrica e distensão do abdômen - o que teria acontecido com o candidato do PSL. O diagnóstico é confirmado por tomografia.

Essas complicações são comuns?

Não acontecem com todos os pacientes, mas são consideradas naturais pelos médicos, ou seja, podem acontecer. No caso de Bolsonaro, a idade também pesa. Jovens esfaqueados em algum episódio de violência, por exemplo, têm recuperação mais rápida.

O que foi feito na segunda operação?

Normalmente essas cirurgias para corrigir a aderência são simples. O cirurgião refaz o corte na barriga, aspira as fezes e desfaz a aderência, colocando as alças do intestino em posição anatômica normal e volta a dar os pontos para fechar o intestino e a parede abdominal. Isso é importante para evitar uma inflamação no local do corte e para corrigir o trânsito intestinal obstruído.

Quanto tempo demora a recuperação em um caso como esse?

Depende do paciente. Médicos estimam que o paciente que passou pela segunda operação deve ficar de dez a 15 dias no hospital. Para ter alta médica e retomar as atividades cotidianas, leva pelo menos um mês. No caso de Bolsonaro, foi feita uma primeira cirurgia longa, há menos de uma semana. Uma nova cirurgia debilita o organismo de uma pessoa de mais de 60 anos. Há riscos de insuficiência renal, complicações pulmonares ou até da própria incisão. É preciso ver também como o paciente reage à reintrodução de alimentação oral.

Há risco de uma terceira cirurgia?

É ainda mais raro acontecer, mas é possível. Depende, mais uma vez, da reação do paciente. No caso do Bolsonaro, ainda é preciso esclarecer se a aderência das paredes do intestino aconteceu no processo de cicatrização, quando a própria recuperação do corpo gera uma cicatriz que pode criar uma "dobra" que desvia o trânsito intestinal, considerado de tratamento mais fácil.

Em casos extremos, pode acontecer uma fístula, quando um dos pontos da sutura inicial, feita na primeira cirurgia, abre dentro da barriga. Isso produz secreção intestinal, pode provocar infecção na cavidade abdominal, nova inflamação, e as paredes do intestino "grudam" por causa disso. A recuperação é mais complicada nesse caso. (Leia mais em O Globo)

 

 

 

Fonte: Agência Brasil + UOL + Reuters

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