Preços do petróleo têm maior queda em um mês com receios econômicos ameaçando demanda

Publicado em 13/09/2018 18:02

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NOVA YORK (Reuters) - Os preços do petróleo caíram mais de 2 por cento nesta quinta-feira, com a referência do Brent recuando de máximas em quatro meses, conforme investidores focaram no risco de crises em mercados emergentes e disputas comerciais ameaçam a demanda de energia.

Os futuros do petróleo Brent cederam 1,56 dólar, ou 2 por cento, a 78,18 dólares por barril. A referência global chegou aos 80,12 dólares na quarta-feira, sua máxima desde 22 de maio.

O petróleo dos EUA (WTI) caiu 1,78 dólar, ou 2,5 por cento, para 68,59 dólares o barril.

As duas referências registraram as suas maiores perdas percentuais diárias em quase um mês.

A Agência Internacional de Energia alertou que, apesar do mercado de petróleo estar apertando no momento e de que demanda de óleo global chegará aos 100 milhões de barris por dia (bpd) nos próximos três meses, os riscos econômicos globais estão crescentes.

"Conforme nos aproximamos de 2019, um possível risco para as nossas previsões reside em certas economias emergentes chave, parcialmente pela depreciação de moedas ante o dólar norte-americano, aumentando o custo da energia importada", disse a agência.

"Além disso, há um risco para o crescimento vindo do aprofundamento das disputas comerciais", disse a agência sediada em Paris.

(Por Ayenat Mersie; Reportagem adicional por Christopher Johnson e Henning Gloystein)

Fim do monopólio da Petrobras no refino é questão mais importante para preço do combustível, diz Guardia

BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, afirmou nesta quinta-feira que o próximo governo terá que pensar em soluções de caráter mais estrutural para a questão do preço do combustível, sendo a discussão sobre o monopólio do refino a mais importante delas.

"É muito importante que tenha competição também em refino e hoje isso é monopólio da Petrobras. Então essa é uma direção importante... aliás a própria Petrobras concorda com esse caminho, é a nossa posição também, que a gente tem que avançar na abertura do segmento de refino", afirmou ele em entrevista ao canal do YouTube MyNews.

O ministro da Fazenda também apontou que outro tema a ser discutido nesta seara é a instituição de mecanismos que permitam usar a estrutura de impostos como um buffer para a variação do preço internacional do petróleo.

"Isso existe em vários países, a gente já teve isso de maneira semelhante no Brasil, nós precisamos repensar e ter soluções dessa natureza no ano que vem. Só que isso exige mudança da Lei de Responsabilidade Fiscal porque para isso você tem que um imposto regulatório que pode ser reduzido sem a necessidade de compensação nos termos LRF", disse.

Guardia reforçou que o enfrentamento dessas questões ficará a cargo do próximo presidente eleito, já que o subsídio ao diesel concebido pelo governo do presidente Michel Temer para encerrar a greve dos caminhoneiros termina em 31 de dezembro.

Durante a entrevista, ele fez forte defesa da continuidade dos ajustes fiscais e da permanência da regra do teto de gastos, apontando que, sem ela, seria necessário elevar impostos e "isso não poderíamos tolerar".

O ministro também disse que a proposta de reforma da Previdência que já está no Congresso Nacional é boa e seria "excelente ponto de partida" para começar a resolver o desarranjo das contas públicas. Nesse sentido, Guardia voltou a dizer que Temer e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), estão dispostos a colocar o texto para votação depois das eleições, caso o presidente eleito em outubro concorde com a investida.

Após o dólar ter encerrado esta sessão encostando em 4,20 reais, valor mais alto desde a criação do Plano Real, Guardia avaliou que o "grande dilema que está refletido no preço dos ativos é se a dinâmica (de reformas na economia) continuará ou não" após o pleito presidencial.

REFORMA TRIBUTÁRIA

Sobre a proposta de reforma tributária que está sendo estruturada pela atual equipe econômica, o ministro destacou que a ideia é diminuir o Imposto de Renda para empresas para aproximá-lo de padrões internacionais, mas compensando essa perda de receita com tributação sobre dividendos, acompanhada da eliminação da atual estrutura de Juros sobre Capital Próprio.

"O Brasil não pode se dar ao luxo, dada restrição fiscal, de reduzir a carga tributária", defendeu o ministro.

Sou contra usar a Petrobras para combater inflação, diz Haddad

SÃO PAULO (Reuters) - O candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, declarou-se nesta quinta-feira contrário à utilização da Petrobras <PETR4.SA> como ferramenta de combate à inflação, ao mesmo tempo que afirmou que o poder de monopólio da estatal não pode ser esquecido para evitar que a petroleira se torne "especulativa".

"Eu sou a favor de preço acima do custo de produção, por definição", disse Haddad quando indagado sobre como seria a política de preços da Petrobras, caso ele vença a eleição de outubro.

"Sou contra você usar a Petrobras para combater a inflação. A Petrobras é uma empresa, tem acionistas", acrescentou o petista durante entrevista coletiva com a imprensa estrangeira em São Paulo.

Haddad disse, por outro lado, que a Petrobras não pode ficar livre para fazer o que bem entender, devido ao poder de monopólio que detém. Ele afirmou que desconsiderar esse poder é "um erro simétrico" que, de acordo com ele, foi cometido pelo governo do presidente Michel Temer.

"Se não você transforma a Petrobras numa empresa especulativa, que foi o que o governo Temer fez", disse. "E os resultados vocês viram. Íamos crescer 3 (por cento), vamos crescer 1,5 (por cento) por conta da crise dos caminhoneiros", afirmou.

Em maio uma paralisação de caminhoneiros em todo o país gerou desabastecimento e provocou danos à economia que têm sido detectados por indicadores econômicos recentes.

Haddad lembrou na entrevista que, quando prefeito de São Paulo, a cidade ganhou o grau de investimento de agências de classificação de risco e afirmou que isso foi alcançado porque ele é um gestor fiscalmente responsável, mas que não fechou postos de saúde para obter a classificação.

Ele disse que o programa de governo do PT leva em consideração o endividamento público e o desequilíbrio fiscal, ao mesmo tempo que defendeu que responsabilidade fiscal não pode ser sinônimo de irresponsabilidade social.

"O povo tem que estar na equação", defendeu o presidenciável petista.

Indagado sobre se já tem em mente o nome de um futuro ministro da Fazenda, Haddad disse que, neste momento eleitoral, ainda não se está discutindo montagem de equipe, mas deu sinais do perfil que o futuro ministro terá.

"Vamos procurar o perfil de uma pessoa que concorde com o plano pré-estabelecido", disse. "Não vamos atrás de alguém que tenha um plano. Vamos atrás de alguém que execute o plano", afirmou.

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Fonte:
Reuters

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