Dólar passa por correção e cai sobre real, mas cautela continua

Publicado em 14/09/2018 18:50

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Por Claudia Violante

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou a sexta-feira em queda, com movimento de correção depois de encostar em 4,20 reais e bater nova máxima recorde de fechamento na véspera, mas sem abandonar o noticiário que tem mantido a cautela eleitoral como pano de fundo.

O dólar recuou 0,69 por cento, a 4,1667 reais na venda, encerrando a semana em alta de 1,52 por cento. Na máxima, a moeda norte-americana foi a 4,2116 reais e, na mínima, 4,1587 reais. O dólar futuro tinha baixa de 1 por cento no final da tarde.

"(O cenário para os mercados) emergentes aliviou e, como o real subiu muito ontem, abriu já tentando realizar", afirmou a estrategista de câmbio do banco Ourinvest, Fernanda Consorte.

O mercado aguardava para depois do fechamento a divulgação de nova pesquisa Datafolha sobre intenção de votos. O levantamento encomendado pela XP Investimentos e divulgado nesta manhã mostrou que o candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, manteve a liderança, enquanto quatro candidatos estavam em empate técnico na briga pela segunda posição.

Os investidores têm optado por posições defensivas enquanto buscam mais clareza sobre o desfecho eleitoral, ao mesmo tempo em que começam a questionar sobre possíveis intervenções do Banco Central com o dólar rondando o patamar de 4,20 reais, já que a moeda estava nesses níveis quando o BC atuou no final do mês passado.

"O BC também poderia estar esperando para ter um cenário mais claro para intervir no mercado de câmbio", avaliou Fernanda.

Para esta sessão, o BC apenas anunciou e fez leilão para rolagem do vencimento de swaps cambias tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, de outubro, no total de 9,801 bilhões de dólares, dos quais já rolou 4,905 bilhões de dólares.

Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.

O desempenho doméstico, desta forma, acabou sendo contrário ao externo, onde o dólar subia ante a cesta de moedas, ajudado pela notícia da Bloomberg de que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, instruiu assessores a prosseguir com tarifas sobre 200 bilhões de dólares a mais em produtos chineses.

O movimento de Trump vai na contramão das tentativas do secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, de retomar as negociações com a China para resolver a guerra comercial.

Marina diz que alta do dólar está ligada a temor eleitoral e promete equilíbrio fiscal

BRASÍLIA (Reuters) - A candidata à Presidência da República pela Rede, Marina Silva, afirmou nesta sexta-feira que a alta recorde do dólar registrada na véspera é reflexo de "temores eleitorais" relacionados à questão fiscal e à Previdência, e prometeu como prioridade a reversão do desequilíbrio das contas públicas.

Em nota, a presidenciável acrescentou que abordará o tema "com responsabilidade" para recuperar a economia.

"Há medo de que o seríssimo desequilíbrio fiscal e previdenciário do Brasil não seja revertido a tempo e de forma inequívoca", disse a candidata na nota.

"Minha prioridade na política econômica, se eleita, será combater o desequilíbrio fiscal e revertê-lo. Mas isso será feito com responsabilidade, sem apelar para soluções irrealistas, como vender parte das reservas do país ou obter 1 trilhão de reais com privatizações."

Na quinta-feira, o movimento do mercado financeiro dos últimos dias, preocupado com o cenário eleitoral, resultou na valorização do dólar ao ponto de bater sua máxima recorde do Plano Real, próximo aos 4,20 reais.

Investidores aguardam nesta sexta-feira a divulgação, depois do fechamento do mercado, de nova pesquisa Datafolha.

Depois, em seu perfil no Twitter, Marina lembrou que conta, em sua equipe de economistas, com um dos idealizadores do Plano Real, André Lara Resende, e disse não ter "preconceito" com o legado do PT na área social ou com o legado do PSDB na área econômica.

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Fonte:
Reuters

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