BC mantém juros em 6,5%, diz que pode subir juros se quadro piorar

Publicado em 19/09/2018 19:20

BRASÍLIA (Reuters) - O Banco Central manteve nesta quarta-feira a taxa de juros no seu piso histórico, de 6,5 por cento, mas apontou que pode subir os juros à frente caso haja piora do quadro atual, conforme as incertezas ligadas às eleições vêm guiando uma escalada do dólar frente ao real.

"O Copom reitera que a conjuntura econômica ainda prescreve política monetária estimulativa, ou seja, com taxas de juros abaixo da taxa estrutural. Esse estímulo começará a ser removido gradualmente caso o cenário prospectivo para a inflação no horizonte relevante para a política monetária e/ou seu balanço de riscos apresentem piora", disse o comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC.

Em pesquisa Reuters, 39 de 40 economistas já esperavam que a taxa fosse mantida pela quarta reunião consecutiva do Copom, a última antes da definição do próximo presidente do Brasil. O único voto dissidente, do Societe Generale, previa elevação de 0,25 ponto percentual, a 6,75 por cento. [nL2N1VZ23R]

A mudança na comunicação do BC, embora esperada, representa uma postura mais firme em relação à eventual elevação dos juros depois de o BC ter optado por se abster de dar sinalizações diante do atual nível de incertezas. [nL1N1UY09I]

No comunicado, a autoridade monetária também passou a ver um cenário menos favorável para a inflação. Agora, avaliou "que diversas medidas de inflação subjacente se encontram em níveis apropriados, inclusive os componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária". Em agosto, pontuara que essas medidas de inflação subjacente seguiam "em níveis baixos".

Em outra frente, também avaliou que os riscos para uma inflação mais alta se elevaram, com referência à deterioração do cenário externo para emergentes e à frustração sobre a continuidade de reformas econômicas no país.

    A preocupação de que o vencedor da corrida presidencial não consiga implementar uma agenda de reformas econômicas para reequilibrar as contas públicas e estabilizar o endividamento magnificaram o efeito das perdas em mercados emergentes sobre o Brasil, levando o dólar para perto de suas máximas históricas frente ao real.

O fortalecimento da moeda norte-americana pode elevar os preços de importados e acelerar a inflação, embora o desemprego elevado e a alta capacidade ociosa das empresas deva limitar esse repasse.

    Nesta quarta-feira, o BC repetiu que a política monetária só reagirá aos movimentos cambiais se eles afetarem outros preços ou expectativas. Também voltou a ponderar que os efeitos desses choques podem ser mitigados pelo grau de ociosidade na economia e pelas expectativas de inflação ancoradas nas metas.

O BC diminuiu a projeção de inflação para 2018 pelo cenário de mercado a 4,1 por cento, sobre 4,2 por cento antes. Para 2019, a estimativa subiu a 4,0 por cento, contra 3,8 por cento anteriormente.

Na pesquisa Focus mais recente, feita pelo BC junto a uma centena de economistas, a expectativa é de que a inflação fechará este ano em 4,09 por cento, indo a 4,11 por cento no ano que vem.

O centro da meta oficial do governo para 2018 é de 4,50 por cento e, para 2019, de 4,25 por cento, sendo que para ambos os anos há margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Consumo de eletricidade no Brasil cai 1,8% na 1ª semana de setembro, diz CCEE

SÃO PAULO (Reuters) - O consumo de eletricidade no Brasil registrou uma queda de 1,8 por cento na primeira quinzena de setembro na comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com relatório semanal da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) nesta quarta-feira.

O consumo no mercado regulado, no qual os consumidores são atendidos pelas distribuidoras, recuou 3,8 por cento, enquanto no mercado livre de energia, no qual as empresas compram energia diretamente dos fornecedores, houve um crescimento de 2,9 por cento.

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Fonte:
Reuters

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