Programa de Bolsonaro na TV acusa PT de levar país "à beira do abismo"

Publicado em 12/10/2018 19:19

(Reuters) - O primeiro programa do candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, no horário eleitoral de TV para o segundo turno acusou o PT de levar o país à beira do abismo, enquanto a propaganda do petista Fernando Haddad enfocou o combate a atos de violência durante a campanha e exibiu elogio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao presidenciável.

Na retomada do horário eleitoral na televisão depois do primeiro turno, nesta sexta-feira, os candidatos tiveram o mesmo tempo -- 5 minutos cada -- para apresentar suas propagandas, ao contrário do primeiro turno, em que o tempo era determinado de acordo com as bancadas dos partidos que compunham as coligações. Bolsonaro tinha apenas 8 segundos, enquanto Haddad contava com 2 minutos e 23 segundos.

O programa de Bolsonaro acusou o PT de ter levado país a sua "maior crise ética, moral e financeira da história" durante seus 13 anos de governo, afirmando que o país se encontra "à beira de um abismo" e fazendo uma relação com a crise atravessada pela Venezuela.

"A corrupção é uma chaga, a violência assusta as nossas famílias, e o desemprego tira a esperança de milhões de brasileiros, como na Venezuela, tão admirada por Lula, Dilma e Haddad", disse um narrador. "Fizeram de Brasília um balcão de negócios e muitos deles já estão presos."

O programa do PSL tenta capitalizar ao máximo o sentimento antipetista. Na narração, frases como “vermelho jamais foi a cor da esperança, é sinal de alerta para o que não queremos no País” e “PT nunca mais”. O programa compara ainda o Brasil com Venezuela e Cuba, e cita a criação do Foro de São Paulo como “a semente de um projeto de doutrinação”. 

Denúncias relativas à formação do Foro São Paulo - entidade que agrupou todos os partidos de extrema-esquerda da América Latina sob o comando do PT, em 1990 -, foram as primeiras a serem exibidas num programa político em TV aberta. Nas imagens recuperadas Lula aparece dizendo que líderes da esquerda agrupada em torno do Foro de S. Paulo "estão no poder na América Latina". 

Em depoimentos de apoiadores, foram feitas duras críticas a Haddad e a Lula, que é chamado de presidiário e chega a ser comparado com chefe de tráfico. "A maioria dos chefes do tráfico comanda o morro através da prisão. Haddad vai ser só um bonequinho e o Lula vai ser o cabeça de tudo", diz um apoiador. "Acho um absurdo um presidiário, que se está preso, é tão bandido quanto qualquer outro", afirma uma apoiadora.

O vídeo também tenta humanizar o candidato do PSL, criticado por já ter dito que sua única filha - ele tem outros quatro filhos homens - era resultado de “uma fraquejada”. No trecho em que fala da menina, Bolsonaro se emociona. Bolsonaro, ao comentar o nascimento de sua filha caçula, a primeira mulher após quatro homens,  disse que ela mudou sua vida.

O programa do candidato do PSL também lembrou a facada sofrida por Bolsonaro durante ato de campanha no mês passado em Juiz de Fora (MG), que tem mantido o candidato afastado de atos de campanha por recomendação médica.

Especialistas dizem que programa de Bolsonaro foi melhor (na Coluna Painel, da FOLHA) 

Um a zero Publicitários que avaliaram o primeiro programa de TV dos dois presidenciáveis foram unânimes em dizer que o filme feito pela equipe de Jair Bolsonaro foi mais eficaz e contundente do que o produzido pelo PT.

Onde estão eles? Eles disseram que como Haddad, ao menos até agora, não conseguiu levar ao seu palanque nomes de peso de outros partidos, o discurso em defesa da democracia perdeu força. Além disso, afirmaram, o candidato do PT apareceu “justificadamente mais na defensiva”.

Imunizado Já Bolsonaro, avaliaram os especialistas, levou o discurso que faz sucesso nas redes para o horário eleitoral gratuito e, de quebra, se vacinou de críticas que são rotineiras a ele, exibindo mulheres, negros e uma criança, a filha caçula, em seu programa.

Bolsonaro ironiza influência de Lula sobre Haddad e promete impedir que presos controlem empregados

(Reuters) - O candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro, voltou a ironizar nesta sexta-feira no Twitter, de forma tácita, a influência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha do petista Fernando Haddad, com quem disputa o segundo turno da eleição presidencial.

"Pergunto ao pau mandado do corrupto preso: você aceitaria que o crime organizado continuasse sendo comandado de dentro dos presídios?", escreveu Bolsonaro em sua conta no Twitter.

Em outra publicação, mais cedo, ele afirmou: "Vamos combater o crime organizado e trabalhar para impedir que presos continuem controlando seus empregados de dentro dos presídios".

Haddad tem se encontrado frequentemente com Lula, que está preso desde abril em Curitiba para cumprir pena por corrupção e lavagem de dinheiro, resultante de condenação no processo do tríplex do Guarujá (SP).

O ex-prefeito de São Paulo assumiu a cabeça da chapa da candidatura do PT depois que Lula foi barrado de concorrer novamente ao Palácio do Planalto com base na Lei da Ficha Limpa.

Em outro publicação no Twitter, Bolsonaro ainda citou que o plano do PT inclui "reduzir a massa carcerária do Brasil através de liberação de presidiários", com o comentário acompanhado de trecho de um vídeo em que Haddad afirma que o partido vai "promover o desencarceramento de pessoas que cometem pequenos delitos, que é hoje o maior contingente de prisioneiros".

“Estamos todos unidos contra a inversão de valores”, diz Bolsonaro

No Twitter, Jair Bolsonaro disse que o PT “tenta jogar católicos e evangélicos uns contra os outros” e “não conseguirão”.

Jair Bolsonaro reafirmou há pouco sua posição contrária ao aborto.

Haddad denuncia onda de violência

O programa de Haddad começou com um alerta para uma "onda de violência" motivada pelo "ódio de alguns seguidores do candidato Jair Bolsonaro", nas palavras de uma locutora.

Foram citados o assassinato de um homem na Bahia a facadas por um suposto apoiador de Bolsonaro e um ataque a uma jovem que disse ter tido uma suástica entalhada no corpo por seguidores do candidato do PSL. Também foi exibido um vídeo em que Bolsonaro simula estar segurando um fuzil e grita: "Vamos fuzilar a petralhada" durante evento de campanha.

A propaganda do candidato do PT também exibiu um vídeo do ex-presidente Lula, a quem Haddad substituiu como candidato do partido depois que a candidatura de Lula foi barrada com base na Lei da Ficha Limpa, com elogios ao ex-prefeito de São Paulo.

"Em 500 anos de Brasil nós nunca tivemos alguém da capacidade do Haddad para fazer o que foi feito com a educação desse país", disse Lula, que está preso desde abril, sobre Haddad, que foi ministro da Educação em seu governo.

Em busca de votos de eleitores que apoiaram outros candidatos no primeiro turno, Haddad diz no vídeo: "Essa campanha não é de um partido, é de todos que querem mudar para melhor o nosso país".

Haddad aposenta a estrela do PT

Depois de aposentar Lula, o PT e o vermelho, a campanha de Fernando Haddad resolveu aposentar também a estrela do partido.

Ela virou uma bolota.

Haddad com Deus e sem o PT

No horário eleitoral, Fernando Haddad, sem jamais citar o PT, agradeceu a Deus por ter chegado no segundo turno.

É um vexame completo.

Mulher discute com Haddad em igreja

O Broadcast Político noticia que Fernando Haddad discutiu com uma mulher dentro da igreja Santos Mártires, a que foi hoje, dia de Nossa Senhora Aparecida.

A mulher disse que ele não poderia ter comungado por ser “um abortista”.

“Eu sou neto de um líder religioso. Você deve ser ateia”, respondeu Haddad.

Jacaré de boca aberta

“No jargão dos institutos de pesquisa, quando os gráficos mostram um desenho que distancia dois competidores de maneira clara, diz-se que “abriu a boca do jacaré”. E quando ela abre, é difícil de ser fechada”, escreveu Merval Pereira no Globo.

Para o colunista, a situação é grave para o PT. O partido, que tem pouco mais que 15 dias para reverter os números expostos pela primeira pesquisa do segundo turno, começou a se movimentar. Simbolicamente, um dos primeiros passos foi retirar Lula e a cor vermelha do material de campanha.

Fonte: Reuters/O Antagonista/Estadão

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