Bolsonaro reafirma grande plano de privatização "com muita responsabilidade"

Publicado em 13/10/2018 17:04

(Reuters) - O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, reafirmou nesta sexta-feira que seu governo terá um grande plano de privatização, ainda que setores estratégicos fiquem de fora, e negou que esteja tendo atritos com Paulo Guedes, apontado para comandar o ministério da Fazenda caso vença as eleições.

"Vai ser um grande plano de privatização? Sim, vai ser, mas com muita responsabilidade", disse Bolsonaro em uma transmissão de vídeo, voltando a especificar que não pensa em privatizar Furnas, subsidiária de geração controlada pela Eletrobras.

"E pode ter certeza que o mercado não vai se decepcionar conosco não", acrescentou.

Logo em seguida, o candidato fez questão de afirmar: "não estou batendo de frente com o Paulo Guedes, de jeito nenhum."

"E, afinal de contas, eu concordo com 90 por cento do que ele diz e ele concorda com 90 por cento do nosso lado", disse. "Está bem encaminhado esse casamento."

Bolsonaro anunciou na quinta-feira, juntamente com outros nomes, Guedes como seu futuro ministro da Fazenda, caso seja eleito.

Bolsonaro diz que seu plano de privatizações agrada ao mercado (Agência Brasil)

O candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, disse hoje (13) que o plano de privatizações previsto por sua campanha, caso seja eleito, será de inteiro agrado do mercado e que, em princípio, as primeiras estatais que serão alvo de análise para privatização serão as criadas pelos governos do Partido dos Trabalhadores. Segundo ele, as privatizações serão realizadas com responsabilidade.

“Em um primeiro momento, aquelas quase 50 estatais criadas pelo PT e ainda sobram 100. Essas outras têm que ter um modelo para privatizar com responsabilidade, logicamente que as estratégicas não privatizaremos, como Banco do Brasil, Caixa Econômica e Furnas, entre outras. Mas, como um todo, tenho certeza que o mercado vai gostar do nosso plano de privatização porque é uma maneira a mais de combater a corrupção e o Estado tem que estar com aquilo que é essencial nas suas mãos, que são as estratégicas”, avaliou.

Com relação às propostas para a área da saúde, o candidato pelo PSL disse que prioritariamente é preciso combater à corrupção para que sobrem recursos para serem aplicados em outras áreas. As declarações foram dadas ao deixar a casa do empresário Paulo Marinho, onde gravou o programa político partidário.

Violência

Bolsonaro também voltou a falar sobre o aumento da violência motivada por disputas políticas. Ele citou a facada sofrida por ele, em Juiz de Fora, no dia 6 de setembro, e disse que lamenta esse tipo de agressão, que classificou de "bastante violenta".

“Gostaria que elas parassem. Me acusam de intolerante, mas quem levou a facada fui eu. Se eu tivesse poder de apenas falar para evitar tudo isso, eu exerceria esse poder. Apelo a todos do Brasil que deixem as paixões de lado. Não estamos disputando uma partida de Fla-Flu”, afirmou o candidato.

Bolsonaro não confirmou se participará dos dois debates que estão marcados para segundo turno. Ele disse que, mesmo se for liberado pelos médicos na avaliação que fará quinta-feira (18), pode não comparecer, "como estratégia de campanha". No entanto, afirmou que, se Haddad quiser debater com ele na rua, na frente de jornalistas, aceitará o debate.

Investimento nas Forças Armadas

O presidenciável disse ainda que, se eleito, investirá mais nas Forças Armadas, que, segundo ele, ficaram esquecidas nos últimos anos. "Investir no Exército é benéfico para a própria economia. Vamos tratar com respeito e consideração."

Para o candidato, isso não ocorreu ao longo dos últimos 30 anos.

Bolsonaro propõe reforma administrativa para cortar gastos

O candidato do PSL, Jair Bolsonaro disse ainda que, caso eleito, pretende fazer uma reforma administrativa para com a reduzir a remanejar "gastos desnecessários", além de destinar recursos para as áreas essenciais e combater fraudes.

Segundo ele, o corte de gastos passará pela diminuição de estatais e ministério. E irá priorizar nomes técnicos e capacitados para chefiar as pastas, "sem pressões de viés sindicalista".

O candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, fala à imprensa após gravação de campanha, no bairro Jardim Botânico, Rio de Janeiro.
O candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, postou que pretende fazer uma reforma administrativa se for eleito. - Fernando Frazão/Agência Brasil

“Muito além de fazer, vamos desfazer o sistema falido e corrupto que o PT construiu”, disse.

Bolsonaro afirmou que vai combater as fraudes em programas sociais para garantir maior renda "aos mais necessitados". “Descentralizando recursos, estados e municípios terão maior autonomia financeira para atender as peculiaridades de cada região do país”. 

Em outro post na internet, o candidato disse que “vamos combater o crime organizado e trabalhar para impedir que presos continuem controlando seus empregados de dentro dos presídios”. 

O candidato confirmou, também redes sociais, a criação de um superministério em um eventual governo, que irá fundir Agricultura e Meio Ambiente.

Depois de encontro com empresários e políticos ligados ao agronegócio, Bolsonaro disse que o compromisso foi consolidado. “Tem que ser uma pessoa competente, com autoridade e que tenha iniciativa”, disse o candidato.

Sou favorável a privatizar distribuidoras da Eletrobras e parte da área de geração, diz Paulo Guedes

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O economista Paulo Guedes, guru econômico do candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL), afirmou nesta sexta-feira que é favorável à continuidade do processo de venda de distribuidoras da Eletrobras e de parte da área de geração da elétrica.

Mais cedo nesta semana, as ações da estatal despencaram após Bolsonaro destacar suas resistências em relação à privatização da companhia, citando a área de geração de eletricidade.

Sobre o tema, Guedes, que já foi indicado por Bolsonaro como sua escolha para comandar o ministério da Fazenda, afirmou ser a favor da privatização das distribuidoras da Eletrobras. Em seguida, manifestou apoio à venda de parte da geração da estatal.

“Na distribuição sim (sou a favor de privatizar), na transmissão isso é muito difícil, mas na geração há casos que sim outros que não. Há muitos casos de geração privada forte", disse ele, citando o segmento de geração eólica.

A jornalistas, Guedes avaliou que ao longo dos últimos anos a Eletrobras perdeu a capacidade de investir e a venda de ativos pode ajudar na solução do problema.

"Com a redemocratização, é natural que os recursos sejam exigidos para a área social, como saúde, educação e segurança pública. A essência do programa econômico é continuar essa transformação de um Estado que perdeu capacidade de investir e foi aparelhado e com corrupção ... Eu defendo que essa transformação do Estado seja agudizada”, disse.

No caso das distribuidoras, o atual governo já privatizou quase todas as companhias da Eletrobras, com exceção da unidade no Amazonas, cujo leilão está previsto para 25 de outubro, e a de Alagoas, uma operação suspensa provisoriamente por decisão do Supremo Tribunal Federal.

Falando de maneira geral sobre privatizações, Bolsonaro afirmou em uma transmissão ao vivo no Facebook nesta noite que concorda com "90 por cento" do que seu conselheiro econômico diz. Também afirmou não estar batendo de frente com Guedes "de jeito nenhum".

Vamos votar nossa reforma da Previdência no 1º ano de governo, diz Bolsonaro

BRASÍLIA (Reuters) - O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, afirmou neste sábado que pretende votar a reforma da Previdência num eventual primeiro ano de governo, em referência à mudança na Constituição que é considerada crucial para reequilibrar a grave crise fiscal do país.

Ele destacou, no entanto, que vai votar a sua reforma, numa indicação de que a proposta enviada pelo governo do presidente Michel Temer, que já foi aprovada em comissão especial na Câmara dos Deputados, não prosperará.

"Se for presidente, vamos votar em 2018 uma reforma nossa da Previdência", disse Bolsonaro a jornalistas na casa do empresário Paulo Marinho, na zona sul do Rio de Janeiro, onde foi gravar programas eleitorais de rádio e TV.

Nesta semana, o presidente do PSL, Gustavo Bebianno, havia dito que o coordenador econômico do programa de Bolsonaro, Paulo Guedes, poderia conversar com o governo Temer ainda neste ano sobre a reforma, sem dar detalhes do que isso representaria.

O time econômico que está estruturando as propostas do presidenciável segue vendo a reforma como prioritária e queria aproveitar a proposta sobre o tema que está estacionada no Congresso para endurecer as regras do atual regime, de repartição, preparando o terreno para introduzir posteriormente a opção por um novo modelo de Previdência, de capitalização.

Neste sábado, Bolsonaro também afirmou que pretende levar adiante outra emenda à Constituição, esta para promover a redução da maioridade penal. A equipe do presidenciável defende uma diminuição de 18 para 17 anos. Depois, o patamar poderia eventualmente cair para 16 anos.

A jornalistas, Bolsonaro afirmou que não espera uma oposição forte no Congresso em 2019 caso vença as eleições, citando o apoio de muitos parlamentares eleitos e de bancadas estaduais.

O presidenciável também reiterou que pretende trabalhar para a adoção do voto impresso com a urna eletrônica para o pleito de 2020.

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Fonte:
Reuters/O Antagonista/Estadão

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