Ibovespa fecha em queda guiada por Petrobras após tombo do petróleo

Publicado em 13/11/2018 17:15

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SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa caiu nesta terça-feira, puxado pelas ações da Petrobras, em meio ao tombo nos preços do petróleo no mercado externo, enquanto agentes financeiros seguem aguardando sinais mais claros sobre os planos econômicos do novo governo.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,71 por cento, a 84.914,11 pontos, menor fechamento desde 29 de outubro. O giro financeiro da sessão somou 13,769 bilhões de reais.

No exterior, o petróleo tipo brent recuou 6,63 por cento, a 65,47 dólares o barril e o contrato WTI caiu 7,07 por cento, a 55,69 dólares, por receios de enfraquecimento da demanda global e excesso de oferta.

Além do efeito do petróleo, profissionais da área de renda variável citaram que investidores estão mais cautelosos em razão de dúvidas sobre a evolução das reformas sob o governo do presidente eleito Jair Bolsonaro, principalmente na da Previdência, preferindo aguardar definições mais efetivas.

Na visão do analista Vitor Suzaki, da Lerosa Investimentos, embora de certa forma previsível, dado que se trata de governo de transição e de um Congresso bastante dividido, dificuldades nas negociações tendem a trazer desconforto. "E na dúvida muitos investidores preferem vender ações para embolsar lucros", disse.

A equipe do BTG Pactual observou que "os investidores estrangeiros continuam bem retraídos e aguardando novas definições do novo governo com respeito a reformas", conforme nota a clientes, na qual cita que não vê apetite por ativos de risco, como os de renda variável.

Dados até o dia 9 de novembro, mostram saída líquida de 1,2 bilhão de reais de capital externo do segmento Bovespa, com o dado acumulado no ano superando 7 bilhões de reais.

Em comentário sobre o desempenho de seus fundos em outubro nesta semana, a equipe da SPX Capital afirmou acreditar que o mercado está correto ao dar o benefício da dúvida que as boas ideias do novo superministro da economia encontrarão eco dentro da heterogênea equipe de governo.

Contudo, diz esperar relevantes dificuldades de implementação, diante da expectativa de um novo modelo de relação com o Congresso, distanciando-se do presidencialismo de coalizão, que foi a regra nas últimas décadas.

DESTAQUES

- PETROBRAS PN caiu 4,3 por cento, na esteira da queda expressiva do petróleo no exterior, enquanto investidores também seguem na expectativa pela votação no Senado do projeto que trata da cessão onerosa, cujo contrato deu à companhia o direito de explorar até 5 bilhões de barris de óleo equivalente no pré-sal. PETROBRAS ON recuou 4,61 por cento.

- TIM recuou 4,55 por cento, após demissão do presidente-executivo da sua controladora Telecom Italia, Amos Genish. Analistas do Itaú BBA citaram que o executivo tinha profundo conhecimento sobre o setor no Brasil, enquanto outro analista, que pediu para não ter o nome citado, avaliou que mudança pode adiar alguma fusão ou aquisição envolvendo a operadora brasileira de telefonia.

- BRASKEM cedeu 2,93 por cento, apesar do resultado trimestral considerado sólido por analistas. Em encontro com investidores, o presidente-executivo da petroquímica, Fernando Musa, disse que é preciso ter cautela sobre o próximo ano, diante da volatilidade causada pela guerra comercial iniciada pelos EUA contra a China.

- BRADESCO PN perdeu 1,8 por cento, em dia ruim dos bancos na bolsa paulista. ITAÚ UNIBANCO PN caiu 0,37 por cento, BANCO DO BRASIL recuou 1,14 por cento e SANTANDER BRASIL UNIT cedeu 1,45 por cento.

- VALE subiu 2,59 por cento, apesar da queda do minério de ferro e da piora das ações de mineradoras na Europa, ensaiando recuperação após recuar quase 5 por cento na semana passada. Mas papéis de siderúrgicas foram na mão contrária, com USIMINAS PNA recuando 2,99 por cento.

- SUZANO fechou em alta de 6,17 por cento, com o fortalecimento do dólar endossando uma recuperação dos papéis da fabricante de papel e celulose, que recuaram na semana passada mais de 7 por cento, após ter encerrado outubro com declínio superior a 20 por cento. No ano, porém, os papéis ainda acumulam alta de cerca de 95 por cento.

- BR DISTRIBUIDORA encerrou em alta de 5,49 por cento, tendo disparado 8,5 por cento no melhor momento, após comentário do vice-presidente eleito, general Hamilton Mourão, vice de Jair Bolsonaro, quer privatizar a empresa, que é controlada pela Petrobras.

- SANTOS BRASIL saltou 8,57 por cento, maior alta do índice Small Caps, após resultado do terceiro trimestre, com lucro líquido de 9,1 milhões de reais, revertendo prejuízo de 1 milhão de reais um ano antes, e anúncio de que prorrogou acordo de prestação de serviços de operação portuária de contêineres com o Maersk Group até 2021.

Preço do petróleo nos EUA despenca 7% para mínima em um ano

NOVA YORK (Reuters) - Os preços do petróleo despencaram nesta terça-feira com a referência dos Estados Unidos registrando sua maior queda diária em mais de três anos, pressionados pelo receios sobre o enfraquecimento da demanda global e sobre o excesso de produção.

Os futuros do petróleo dos EUA (WTI) fecharam em queda de 4,24 dólares, ou 7,1 por cento, a 55,69 dólares o barril, mínima desde novembro de 2017.

A queda foi a maior perda diária percentual para o contrato desde setembro de 2015 e 12ª segunda seguida, uma série recorde.

O WTI já perdeu 28 por cento desde o seu pico no começo de outubro.

Os futuros do petróleo Brent caíram 4,65 dólares, ou 6,6 por cento, para 65,47 dólares por barril, o seu maior declínio percentual desde julho.

O Brent recuou 25 por cento desde que tocou sua máxima em quatro anos no início de outubro e está agora no menor nível desde março.

"Está chegando ao ponto em que não parece ser sobre fundamentos mais, porém um colapso total nos preços", disse Phil Flynn, analista na Price Futures Group.

Operadores disseram que as vendas foram uma extensão da movimentação de segunda-feira, acionada depois que o presidente norte-americano Donald Trump postou um tuíte pressionando a Organização dos Países Exportadores de Petróleo a não cortar a oferta.

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Fonte:
Reuters

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