Xico Graziano e Ricardo Soavinski são os nomes mais cotados para o Ministério do Meio Ambiente (O Globo)

Publicado em 27/11/2018 20:23

BRASÍLIA — (O GLOBO) - O presidente eleito Jair Bolsonaro afirmou que deve anunciar nesta quarta-feira o nome do novo ministro do Meio Ambiente . Ele disse que está conversando com duas pessoas para a função e já adiantou que não deverá ser um militar a ocupar a pasta. Fontes que participam das negociações afirmam que a escolha está entre o o oceanógrafo Ricardo Soavinski , ex-presidente do ICMBio, e o engenheiro agrônomo Xico Graziano , ex-secretário de Meio Ambiente de São Paulo e ex-chefe de gabinete na gestão Fernando Henrique Cardoso.

— Talvez amanhã saia o (ministro) do Meio Ambiente. Farei o contato hoje a noite. Tem duas pessoas que estamos conversando — disse Bolsonaro, sem citar nomes.

Questionado se o nome viria das Forças Armadas, ironizou: 

— Apesar de eu ser verde, o ministro do meio ambiente não vai ser militar.

Os nomes em debate tem passado por avaliação da bancada ruralista e da futura ministra da Agricultura, Tereza Cristina. O nome de Soavinski vinha ganhando força na bancada, mas há um setor ligado ao agronegócio que resiste à indicação. No caso de Xico Graziano, o longo passado tucano e a proximidade com o ex-presidente FHC geram resistência em grupos ligados a Bolsonaro. O pesquisador da Embrapa e agrônomo Evaristo de Miranda era uma unanimidade, mas ele alega questões pessoais para não assumir o posto e repetiu isso para Bolsonaro em conversa na semana passada.

Paranaense, Ricardo Soavinski presidiu até abril deste ano o ICMBio, órgão ligado ao Ministério que é responsável pela gestão das Unidades de Conservação federais. Ele também é analista ambiental. Atualmente é presidente da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar). Soavinski também passou pelo Ibama, responsável pela fiscalização ambiental do governo, onde comandou a Diretoria de Ecossistemas. E já foi secretário de Recursos Hídricos do MMA. Apesar da trajetória, Soavinski não é unanimidade entre os ambientalistas. É visto com desconfiança por suas posições. Ele é considerado responsável por avalizar um texto que chegou ao Congresso reduzindo a área da Floresta Nacional do Jamanxim, no Pará. Além disso, teria uma visão mais complacente à flexibilização do licenciamento ambiental.

ico Graziano, por sua vez, é defensor do agroambientalismo, conceito que une a produção agrícola e pecuária integrada ao cuidado com os recursos hídricos e florestais da propriedade rural. Bolsonaro já se manifestou a favor dessa definição e cogitou fundir os ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente. Xico chegou a se manifestar favoravelmente à ideia. Quando perguntado se é ruralista ou ambientalista, ele costuma responder: "sou os dois".

Número de ministérios

Bolsonaro afirmou durante a entrevista que pretende fechar as indicações para ministérios até a próxima semana e que a ideia é não superar o número de 20.

— Não vai chegar a 20, ou 20 no máximo. Porque a gente vai vendo, por uma governabilidade até, que nós não podemos sobrecarregar demais uma pessoa no ministério — disse o presidente eleito. 

Questionado se entre as pastas ainda sem um titular pode ser indicado mais algum militar, respondeu

— É possível. Quando o PT escalava terrorista ninguém falava nada.

Bolsonaro confirmou que uma pasta chamada Desenvolvimento Regional vai reunir as áreas de Cidades e Integração Nacional. E que um ministério que pode ter o nome de Cidadania reuniria pastas da área social.

 Vai ter um ministério que vai envolver tudo isso aí, mulher, igualdade racial — disse.

O presidente eleito afirmou que Advocacia-Geral da União (AGU) manterá status de ministério e que o Banco Central também terá o mesmo status até que seja aprovado um projeto que lhe garanta autonomia.

No caso do Ministério do Trabalho, Bolsonaro foi vago sobre onde a área deve ser enquadrada.

— Ninguém vai mexer na legislação trabalhista. Se vai ter ministério ou não é outra história — afirmou.

Bolsonaro afirmou que os nomes dos generais Santa Rosa para comandar o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) e Floriano Peixoto para a Secretaria de Comunicação (Secom) ainda não estão confirmados. Questionado sobre se os órgãos ficariam na Secretaria Geral da Presidência, como hoje, respondeu que ficariam em um "quadradinho ligado direto à Presidência".

O presidente eleito disse que pretende ter um porta-voz. Questionado se a senadora Ana Amélia poderia ocupar essa função, fez elogios a ela, mas deixou em aberta a possibilidade.

— Ana Amélia é uma excelente pessoa. Se for possível, nós a convidaremos — respondeu.

 

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Fonte:
(O GLOBO)

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