Opep trabalha em corte de oferta de petróleo, mas ainda precisa de apoio da Rússia

Publicado em 04/12/2018 09:09

LOGO REUTERS

Por Rania El Gamal e Ahmad Ghaddar

VIENA (Reuters) - A Opep e seus aliados estão trabalhando nesta semana para reduzir a produção de petróleo em pelo menos 1,3 milhão de barris por dia, disseram quatro fontes, acrescentando que a resistência da Rússia a um corte maior foi até agora o principal obstáculo.

A Opep se reúne na quinta-feira em Viena, seguida por conversas com aliados como a Rússia na sexta-feira, em meio à queda nos preços do petróleo causada pela fraqueza econômica global e temores de um excesso de oferta devido, em grande parte, ao aumento da produção norte-americana.

O líder de fato do grupo de produtores, a Arábia Saudita, indicou a necessidade de reduções acentuadas na produção a partir de janeiro, mas está sob pressão do presidente dos EUA, Donald Trump, que pede preços mais baixos do óleo para ajudar a sustentar a economia mundial.

Possivelmente complicando qualquer decisão da Opep é a crise em torno da morte do jornalista Jamal Khashoggi no consulado saudita em Istambul em outubro. Trump apoiou o príncipe da Coroa saudita, Mohammed bin Salman, apesar dos apelos de muitos políticos dos EUA para que imponha duras sanções a Riad.

As fontes, três da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e um de um país não integrante da Opep, disseram que reunião ocorre em um ambiente difícil e que a posição da Rússia seria fundamental para se alcançar um acordo. "A Rússia está jogando duro", disse uma das fontes da Opep.

Outra fonte da Opep disse: "Os sauditas estão trabalhando duro no corte. Mas se a Rússia disser não aos cortes, então nós (Opep) não reduziremos."

Fontes russas indicaram que o país pode contribuir com cerca de 140 mil bpd para uma redução, mas a Opep, que domina o Oriente Médio, insiste que Moscou reduza de 250 mil a 300 mil bpd.

Duas fontes disseram que as negociações estão focadas em um corte proporcional de 3 a 3,5 por cento dos níveis de produção de outubro, sem isenções para qualquer membro.

As fontes também disseram que a Opep poderia adiar a decisão de corte se os critérios principais, como o envolvimento da Rússia, não fossem atendidos, mesmo que isso significasse mais uma queda nos preços.

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Fonte:
Reuters

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário