Sem acordo com Rússia, corte de oferta de petróleo da Opep corre risco

Publicado em 06/12/2018 10:16

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Por Rania El Gamal e Ahmad Ghaddar

VIENA (Reuters) - A Opep e aliados estão trabalhando para reduzir a produção de petróleo em até 1,5 milhão de barris por dia, mas não conseguirão chegar a um pacto se não houver um acordo com a Rússia, que não integra o grupo, disse o ministro saudita da Energia, Khalid al-Falih, nesta quinta-feira.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) se reúne nesta quinta-feira em Viena, mas está à espera de notícias do ministro da Energia da Rússia, Alexander Novak, que deixou a capital austríaca para possíveis conversas com o presidente russo, Vladimir Putin.

Novak retorna a Viena na sexta-feira para conversas entre a Opep e seus aliados.

A Opep espera elevar o preço do petróleo, que caiu quase um terço desde outubro, mas o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, exigiu que o petróleo seja mais barato, evitando os cortes na produção.

"Esperamos concluir algo até o final do dia de amanhã... Temos de incluir os países não membros da Opep", disse o ministro saudita a repórteres. "Se todos não estiverem dispostos a se unir e contribuir igualmente, vamos esperar até que eles estejam."

Perguntado se a Opep poderia não conseguir chegar a um acordo, ele disse que todas as opções estavam na mesa. Possíveis cortes na produção da Opep e de seus aliados variavam de 500 mil a 1,5 milhão bpd, e 1 milhão de bpd era aceitável, disse.

Os futuros do petróleo Brent e nos EUA operam em queda nesta quinta-feira, com operadores dizendo que um corte de 1 milhão de bpd estava abaixo das expectativas.

"Achamos que a Opep vai gastar algum tempo para escolher as palavras que estão sendo usadas. Ser cauteloso demais nas palavras, para agradar o presidente Trump, corre o risco de diluir a mensagem", disse Olivier Jakob, da consultoria Petromatrix.

Delegados da Opep disseram que a organização e aliados poderiam cortar a produção em 1 milhão de barris por dia se a Rússia contribuísse com 150 mil bpd dessa redução. Se a Rússia contribuísse com cerca de 250 mil bpd, o corte total poderia ultrapassar 1,3 milhão de bpd.

Novak disse nesta quinta-feira que a Rússia acharia mais difícil cortar a produção de petróleo no inverno do que outros produtores por causa do clima frio.

Os preços do petróleo caíram à medida que a Arábia Saudita, Rússia e Emirados Árabes Unidos aumentaram a produção desde junho, depois que Trump pediu maior produção para compensar as exportações mais baixas do Irã, o terceiro maior produtor da Opep.

(Reportagem adicional de Shadia Nasralla, Olesya Astakhova e Alex Lawler)

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Fonte:
Reuters

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