Wall Street termina dia volátil em alta; tecnologia ajuda e Brexit pesa

Publicado em 10/12/2018 20:52

(Reuters) - As bolsas dos Estados Unidos fecharam em leve alta a volátil sessão desta segunda-feira, com impulso de ações de tecnologia, embora incerteza sobre a saída do Reino Unido da União Europeia tenha mantido investidores receosos sobre o crescimento global.

O Dow Jones subiu 0,14 por cento, para 24.423 pontos, o S&P 500 ganhou 0,17 por cento, para 2.637 pontos e o Nasdaq avançou 0,74 por cento, para 7.020 pontos.

O índice de energia teve a maior queda percentual com recuo dos preços de petróleo e tombo das ações financeiras --o índice de bancos do S&P 500 confirmou tendência de baixa.

Mas uma recuperação das ações da Apple aparentemente animou investidores no amplo setor de tecnologia.

Com o S&P se aproximando da mínima de 2018 -atingida em 8 de fevereiro - algoritmos de negociação aparentemente entraram em cena com sinalização de compra, de acordo com estrategistas. Após atingir a mínima da sessão, o índice passou o resto do dia reduzindo perdas em ritmo irregular antes de voltar ao positivo.

"Parece que encontramos um apoio temporário para estes níveis. Isso pode explicar um pouco a reversão", disse David Joy, estrategista-chefe de mercado na Ameriprise. "Isso me diz que é uma negociação de muito curto prazo realizada por computadores, muito volátil e sem direção."

A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, aprofundou as incertezas globais ao adiar a votação parlamentar de seu acordo para o Brexit, dizendo que o texto iria ser rejeitado "por uma margem significativa".

"Isso contribui para a confusão política que está pesando nos mercados globalmente", disse Joy.

Operadores apostam em redução ou mesmo parada de altas de juros do Fed no próximo ano

 
(Reuters) - Os planos do Federal Reserve de continuar elevando as taxas de juros no próximo ano encontraram mais ceticismo de Wall Street nesta segunda-feira, com operadores de contratos futuros apostando em uma pausa e um grande banco recuando parcialmente em suas previsões 'hawkish'.
 

O banco central dos EUA deve elevar os juros um pouco na semana que vem, diante de um mercado de trabalho quente e um crescimento econômico acima do potencial, mesmo com a inflação permanecendo na meta. Dois meses voláteis nos mercados financeiros e sinais de uma desaceleração no exterior levantaram dúvidas sobre a capacidade do Fed de promover as três altas previstas por suas autoridades para 2019.

O aperto nas condições financeiras convenceram o economista-chefe do Goldman Sachs de que o banco central dos EUA está agora mais propenso a interromper as altas de juros em março, antes de continuar com três altas em 2019. Anteriormente, o Goldman havia previsto quatro altas no próximo ano, muito mais do que está precificado pelos mercados financeiros.

"Nós pensamos que a probabilidade de uma alta em março caiu a pouco menos de 50 por cento", escreveu Jan Hatzius, do Goldman, em um comunicado nesta segunda-feira. Mas "nós vemos um retorno aos aumentos trimestrais em junho, que continuam até o fim de 2019."

Operadores de contratos futuros de juros de curto prazo, por sua vez, apostam que o Fed pode interromper de vez suas altas de juros no ano que vem e poderia até mesmo reduzir os custos de empréstimo.

Contratos ligados à meta do Fed subiram nesta segunda-feira, refletindo crescentes preocupações sobre as perspectivas de crescimento dos EUA em meio a uma desaceleração global e dúvidas sobre uma saída suave do Reino Unido da União Europeia, depois que a primeira-ministra Theresa May adiou abruptamente uma votação parlamentar sobre seu acordo para o Brexit.

Também contribuíram com as preocupações alguns sinais de que expectativas de inflação estão caindo e que as disputas comerciais EUA-China estão mais difíceis. Tudo isso pesou sobre os mercados acionários, com o S&P atingindo uma mínima de 8 meses no início do pregão desta segunda-feira.

A situação em Wall Street, escreveu o professor de economia da Universidade de Oregon Tim Duy, é "desagradável e por sua vez cria considerável incerteza sobre a perspectiva da política monetária em 2019".

Com base nos preços de futuros dos Fed funds, operadores veem agora 73 por cento de chances de uma alta de juros na próxima semana e apenas 49 por cento de chances de uma alta adicional no fim do próximo ano. Contratos com vencimento em junho de 2020 têm agora um preço maior que os contratos vencendo um ano antes, indicando que operadores estão começando a colocar apostar algum dinheiro em cortes de juros.

As mudanças nas previsões jogam luz sobre as expectativas do próprio Fed, que vai atualizar suas estimativas na quarta-feira da próxima semana, quando deve aumentar os juros pela quarta vez neste ano.

Sindicatos e montadoras dos EUA pedem regras fortes sobre câmbio nas negociações comerciais com Japão

WASHINGTON (Reuters) - Montadoras de Detroit e representantes de trabalhadores insistiram nesta segunda-feira que qualquer acordo dos EUA com o Japão deve conter regras fortes para combater manipulação do câmbio e abrir o fechado mercado japonês de automóveis, antes de os EUA reduzirem tarifas sobre carros.

Em audiência sobre os objetivos da negociação comercial, que deve começar no início do próximo ano, o sindicato United Auto Workers pediu que a administração Trump imponha cotas sobre veículos e autopeças japoneses, com base em maior acesso ao mercado automotivo do Japão.

Desiree Hoffman, representante internacional do UAW, disse que apesar de adotar tarifa zero nas importações de veículos, o mercado automotivo do Japão é muito fechado devido a barreiras não tarifárias, como padrões japoneses específicos, de segurança e de emissões, e a manipulação do câmbio para derrubar o valor do iene, pondo fabricantes dos EUA em desvantagem.

"Essas barreiras criaram tantas desigualdades nas regras do jogo que para cada carro que os EUA exportaram para o Japão em 2017, o Japão enviou outros 100 de volta", disse Hoffman. "Qualquer redução de 2,5 por cento para automóveis ou de 25 por cento em caminhões leves vai direcionar ainda mais o excesso de capacidade do Japão para nosso país, exacerbando o problema."

Regras sobre o câmbio que sejam mais fortes que as negociadas no acordo comercial EUA-Canadá-México são necessárias para um acordo comercial EUA-Japão, disse Matt Blunt, presidente do American Automotive Policy Council, que representa Ford, General Motors e Fiat Chrysler.

Diante do histórico japonês de intervenção nos mercados de câmbio, ele disse que mais fiscalização é necessária, com punições claras no caso de violação das regras de câmbio. Ele disse que a AAPC defendeu que parceiros comerciais com grandes superávits em conta corrente e altas reservas de moeda estrangeira sejam excluídos dos benefícios de acordos de livre comércio se forem flagrados intervindo no câmbio.

"Recomendamos evitar qualquer concessão para abrir mais o mercado dos EUA para importações japonesas, até que haja evidência de que o Japão está realmente compromissado em abrir seu mercado automotivo para veículos dos EUA", disse Blunt.

Contribuições da audiência serão usadas pelo Representante Comercial dos EUA na formulação dos objetivos de negociação para as conversas comerciais, que o presidente Donald Trump e o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, acertaram em setembro.

Mas o Japão prometeu apenas negociações limitadas sobre agricultura e buscou manter discussões sobre câmbio separadas de acordos comerciais. O Banco do Japão já interveio no mercado para manter a estabilidade da moeda diante de fluxos de entrada em busca de ativos de segurança.

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Fonte:
Reuters

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário