Ibovespa fecha em alta com melhora no cenário externo; BC mantém juros em 6,5%

Publicado em 12/12/2018 17:54

SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista fechou com o Ibovespa em alta nesta quarta-feira, encostando em 88 mil pontos no melhor momento da sessão, com sinais de algum alívio nas tensões comerciais entre Estados Unidos e China favorecendo o apetite global a risco.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,65 por cento, a 86.977,46 pontos. No melhor momento, avançou 1,77 por cento, a 87.945,65 pontos.

O volume financeiro alcançou 34,097 bilhões de reais, em sessão também marcada pelo vencimento dos contratos de opções sobre o Ibovespa e do índice futuro.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, expressou otimismo sobre um acordo com a China em entrevista à Reuters, na qual também disse que pode intervir no caso contra uma executiva da chinesa Huawei Technologies se isso ajudar a garantir um acordo comercial com Pequim.

Em Wall Street, o S&P 500 subia mais de 1 por cento no final do pregão, assim como o Dow Jones.

No Brasil, o Tribunal de Contas da União (TCU) determinou o envio de documentos complementares ao processo de revisão do contrato de cessão onerosa entre Petrobras e União, frustrando expectativas de avanço sobre o tema, que vem ocupando a atenção dos investidores.

A bolsa fechou pouco antes da decisão de juros do Banco Central, que confirmou as expectativas e manteve a taxa Selic em 6,5 por cento ao ano.

DESTAQUES

- SABESP subiu 6,29 por cento, entre as maiores alta do Ibovespa, após assinar contrato de prestação de serviços em Guarulhos, segunda maior cidade paulista e que tem uma dívida de cerca de 3 bilhões de reais com a companhia.

- B3 valorizou-se 2,03 por cento, entre as principais contribuições positivas, recuperando-se de forte perda no começo da semana.

- USIMINAS PNA avançou 6,97 por cento, tendo o melhor desempenho entre os papéis que compõem o Ibovespa, enquanto a concorrente CSN subiu 5,19 por cento. A CSN transmitiu uma perspectiva positiva para os resultados de 2019 durante encontro com investidores nesta quarta-feira, conforme relato do analista Marcos Assumpção, do Itaú BBA.

- VALE recuou 0,45 por cento, sendo incapaz de sustentar os ganhos do começo do pregão, quando subiu 1,58 por cento ajudada pelo quadro mais favorável a empresas relacionadas a commodities após sinais benignos sobre o embate comercial EUA-China.

- PETROBRAS PN encerrou com variação positiva de 0,04 por cento, também abandonando a força da primeira etapa do pregão, conforme os preços do petróleo no exterior perderam fôlego e o TCU não trouxe novidades sobre o processo de revisão da cessão onerosa. PETROBRAS ON valorizou-se 0,34 por cento.

- BRMALLS avançou 3,21 por cento, tendo no radar que analistas do Bradesco BBI elevaram a recomendação das ações para "outperform", citando expectativa positiva com a plataforma de comércio eletrônico da empresa. [L1N1YH0H8]

- ITAÚ UNIBANCO PN fechou em alta de 0,69 por cento e BRADESCO PN encerrou com acréscimo de 0,67 por cento, com o setor bancário como um todo terminando o dia no azul.

- CYRELA caiu 2,49 por cento, com movimentos de realização de lucros, quebrando uma série de cinco pregões consecutivos de valorização, período em que acumulou alta de 8,7 por cento, e após tocar máxima intradia desde maio de 2013, a 15,48 reais, no melhor momento da quarta-feira.

BC mantém juros em 6,5% e vê maior risco de inflação ficar abaixo do esperado

Brasília (Reuters) - O Banco Central manteve nesta quarta-feira a taxa de juros no seu piso histórico de 6,5 por cento ao ano, destacando que houve elevação no risco de a ociosidade na economia resultar em inflação mais baixa que a esperada, ao mesmo tempo em que diminuíram as chances de frustração quanto às reformas e ajustes necessários para a economia.

Em meio à lenta inflação e uma retomada econômica que segue sem fôlego expressivo, o BC também melhorou a projeção para o IPCA em 2018 pelo cenário de mercado a 3,7 por cento, sobre 4,4 por cento antes. Para 2019 e 2020, a estimativa foi a 3,9 e 3,6 por cento, ante 4,2 por cento e 3,7 por cento anteriormente, ficando em todos os casos abaixo do centro da meta de inflação.

Em pesquisa Reuters, todos os 35 economistas consultados pela Reuters já esperavam a manutenção da Selic neste patamar, o que ocorreu pela sexta reunião consecutiva do Copom.

Fonte: Reuters

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