Brasil abre 58.664 vagas formais de trabalho e tem melhor novembro em 8 anos, aponta Caged

Publicado em 20/12/2018 17:07

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BRASÍLIA (Reuters) - O Brasil registrou criação líquida de 58.664 vagas formais de emprego em novembro, acima do esperado e no melhor dado para o mês desde 2010, informou o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado nesta quinta-feira pelo Ministério do Trabalho.

Em pesquisa Reuters com analistas, a expectativa era de abertura de 27,5 mil postos no mês.

"O fato do mês de novembro ter representado essa recuperação significa no mínimo que o ritmo da atividade econômica está acelerado neste final de ano, sinalizando expectativas tanto de consumidores quanto de empresas mais positivas", afirmou o diretor de Emprego e Renda do Ministério do Trabalho, Mário Magalhães.

Dos oito setores pesquisados, dois apresentaram resultado no azul. A liderança foi do comércio, com abertura líquida de 88.587 postos, seguido pelo setor de serviços, com saldo positivo de 34.319 vagas.

Em contrapartida, as maiores quedas foram observadas na indústria de transformação (-24.287 vagas), agropecuária (-23.692) e construção civil (-13.854).

Em relação às possibilidades abertas pelas novas leis trabalhistas, o Brasil criou 7.849 postos de trabalho intermitente e 1.734 empregos em regime de tempo parcial em novembro, sempre considerando o saldo líquido.

De janeiro a novembro, foram criados 858.415 postos, apontou o Caged, sensível melhora ante geração de 299.635 postos em igual período do ano passado.

Para dezembro deste ano, a expectativa é que o dado venha melhor que a perda líquida de 340.682 vagas no mesmo mês do ano passado, disse Magalhães.

Ele afirmou que não faria projeções para 2019, mas que o resultado deverá superar o registrado neste ano, impulsionado pela melhora da atividade econômica.

Conforme dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego do Brasil caiu pela sétima vez no trimestre até outubro e o número de desempregados recuou diante da criação de vagas nas eleições, em uma lenta recuperação do mercado de trabalho ainda marcada pelo desalento.

Mudança no tom do Copom, sem menção a alta de juros, não foi acidente, diz Ilan

BRASÍLIA (Reuters) - A retirada da menção a eventual início gradual de subida nos juros dos comunicados mais recentes do Banco Central não foi acidente, ressaltou nesta quinta-feira o presidente da autoridade monetária, Ilan Goldfajn, apontando que a assimetria do balanço de riscos de fato diminuiu, mas que o BC está atento sobretudo às tendências para tomar seus próximos passos.

Em meio à lenta inflação e uma retomada econômica que segue sem fôlego expressivo, o BC apontou na semana passada que a conjuntura econômica prescreve política monetária estimulativa, ou seja, com taxas de juros abaixo da taxa estrutural. Por isso, decidiu manter a Selic em seu piso histórico de 6,5 por cento.

Mas a autoridade monetária excluiu menção que estava presente em comunicações anteriores, de que "esse estímulo começará a ser removido gradualmente caso o cenário prospectivo para a inflação no horizonte relevante para a política monetária e/ou seu balanço de riscos apresentem piora".

"De fato a retirada (da frase) ocorreu, não foi um acidente, não foi que a gente esqueceu. E o fato de a gente retirar claramente dá um sinal da nossa assimetria. A assimetria caiu, diminuiu, está correto isso, então de fato essa interpretação é correta", disse Ilan.

Questionado se o atual quadro abre espaço para uma queda adicional dos juros básicos, Ilan respondeu que o BC precisa de cautela, perseverança e serenidade, para que o cenário volátil -- seja de um lado, seja de outro -- não afete sua percepção.

"Tanto para diminuída, quanto para subida (dos juros), nós temos que olhar ao longo do tempo a tendência", afirmou.

"Quando a pergunta do mercado, dos analistas, era por que não tinha que apertar (os juros), conjuntura volátil, o câmbio estava depreciando, a pergunta era outra. E acho que nos ajudou ter essa serenidade e olhar para a frente, olhar a tendência ao invés de olhar o curto prazo. Então isso vale para um lado e vale para o outro também", acrescentou.

Em relação à atuação recente do BC no mercado de câmbio, com anúncios de leilão de linha, o presidente do BC afirmou que ela é mais pautada por uma questão sazonal, para dar liquidez em períodos em que há pressão maior por questões de remessas de lucros e dividendos. Ele pontuou ainda que o BC optou pelo mesmo caminho -- e volumes ofertados -- no fim do ano passado.

Durante a coletiva, ele reforçou que apesar de o BC ter aumentado em seu balanço o risco do nível de ociosidade elevado produzir trajetória prospectiva para a inflação abaixo do esperado, também vendo chances menores de frustração das expectativas sobre a continuidade das reformas econômicas, o risco altista ligado ao cenário internacional segue forte.

"Não estamos vendo redução do risco externo. O risco externo está elevado e continua elevado. Ao longo do ano nós tivemos um risco maior para economias emergentes, eu acho que agora temos um risco um pouco mais global", disse ele, citando preocupações sobre como a economia mundial vai se comportar.

"Isso se soma àqueles conflitos comerciais que nós temos observado ao longo do ano, o último deles foi a disputa Estados Unidos e China que ainda está em andamento", completou.

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Fonte:
Reuters

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