Bolsonaro cogita reforma da Previdência com idade mínima de 62 anos para homens e 57 para mulheres

Publicado em 04/01/2019 03:34

(Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira em entrevista ao SBT que cogita uma proposta de reforma da Previdência com idade mínima de 62 anos para homens e 57 para mulheres, de maneira gradativa.

Bolsonaro disse ainda que pretende aproveitar a reforma da Previdência que já está na Câmara dos Deputados e que não quer fazer maldade com o povo, acrescentando que a idade mínima de 65 anos é um pouco pesada para algumas profissões.

"O que nós queremos é aproveitar a reforma que já está na Câmara, que começou com o senhor Michel Temer. Nós vamos rever alguma coisa, porque a boa reforma é aquela que passa na Câmara e no Senado, e não aquela que está na minha cabeça ou na da equipe econômica", disse Bolsonaro.

"Seria aumentar para 62 (idade mínima) para homens e 57 para as mulheres, mas não de uma vez só. Um ano a partir da promulgação e um ano a partir de 2022. O futuro presidente reavaliaria essa situação."

Bolsonaro também descartou a volta de um tributo nos moldes da CPMF e disse que a proposta discutida no governo é de unificação e simplificação de tributos. O presidente também disse que a implementação de um imposto único é algo para o longo prazo.

Na entrevista, o presidente, que tomou posse na terça-feira, afirmou que seu governo deverá aprofundar a reforma trabalhista aprovada pelo Congresso durante o governo Temer.

"O Brasil é o país dos direitos em excesso e agora falta emprego", avaliou. "A ideia é aprofundar mais ainda a reforma na legislação trabalhista, sem tirar direito de ninguém."

Bolsonaro também afirmou que está em estudo uma forma de acabar com a Justiça do Trabalho, que pode ser levada adiante caso haja clima, segundo o presidente.

"Isso daí a gente poderia até fazer, e está sendo estudado. Em havendo clima, nós podemos discutir essa proposta e mandar para frente", disse.

ARMAS DE FOGO

O presidente também disse ao SBT que deverá editar ainda neste mês um decreto para facilitar a posse de arma de fogo, ao deixar mais claro o que é a 'efetiva necessidade' de ter a arma prevista em lei.

"Conversando com Sérgio Moro (ministro da Justiça), e ele deu a ideia de um novo decreto, nós estamos definindo o que é 'efetiva necessidade'. Temos algumas ideias que estão no papel e que saem em janeiro agora com toda a certeza", disse.

Bolsonaro também disse que pretende abrir o mercado brasileiro para fabricantes de armas estrangeiras e que o Brasil nunca teve um regime socialista graças às Forças Armadas.

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Confederação de municípios estima prejuízos acima de R$ 4,6 bi no RS
Enchentes afetam abastecimento de combustíveis no RS; refinaria da Petrobras "sem acesso"
BC suspende medidas executivas contra devedores do Rio Grande do Sul por 90 dias
Brasil diz que fechou acordo com Paraguai sobre tarifa de Itaipu
Ações europeias fecham em picos recordes com impulso do setor financeiro