Dólar volta a ceder ante real com fala de Jerome Powell, do Fed

Publicado em 04/01/2019 13:42

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Por Claudia Violante

SÃO PAULO (Reuters) - Mal tinha se firmado em alta ante o real após dados mais fortes do mercado de trabalho norte-americano, o dólar perdeu força e passou a cair novamente, já abaixo de 3,75 reais, com a fala considerada 'dovish' do chairman do Federal Reserve, Jerome Powell.

Às 14:06, o dólar recuava 0,85 por cento, a 3,7221 reais na venda, depois de bater a mínima de 3,7279 reais. Na máxima, após os dados do mercado de trabalho dos EUA, o dólar foi a 3,7865 reais. O dólar futuro caía 0,57 por cento.

"Powell foi 'dovish' e puxou dólar e DIs para baixo", resumiu um profissional da mesa de derivativos de uma corretora local.

O chairman do Federal Reserve, Jerome Powell, disse que apesar do bom momento, o banco central norte-americano será sensível aos riscos de baixa que o mercado está precificando. "Estamos sempre preparados para mudar a postura da política monetária se maneira significativa, se necessário".

Antes da fala de Powell, o dólar havia se firmado em alta após dados robustos sobre o mercado de trabalho norte-americano que, nas palavras do economista-sênior do Banco Haitong, Flávio Serrano, "reduzem um pouco as preocupações de uma recessão" nos EUA.

Foram criadas 312 mil vagas de emprego fora do setor agrícola no mês passado nos EUA, o maior ganho desde fevereiro. Os dados de outubro e novembro foram revisados para mostrar um acréscimo de 58 mil empregos ante o que tinha sido anteriormente relatado.

A taxa de desemprego também subiu para 3,9 por cento, de uma mínima de quase 49 anos em novembro, de 3,7 por cento, com o mercado de trabalho mais forte atraindo alguns norte-americanos desempregados.

O dólar, que havia virado para cima com os dados do mercado de trabalho dos EUA, voltou a cair ante a cesta de moedas. Também caía ante divisas de emergentes como a lira turca.

No começo do dia, o ambiente já era positivo no exterior após notícia sobre nova rodada de negociações entre China e Estados Unidos no começo da próxima semana.

"Depois de um telefonema entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente chinês, Xi Jinping, que ambos os lados descreveram como positivo, esta reunião da próxima semana é vista com bons olhos e, segundo alguns especialistas, a probabilidade de chegar a um acordo dentro de 90 dias está aumentando", destacou em nota a corretora XP Investimentos.

Os dois presidentes se falaram pelo telefone recentemente e Trump classificou o diálogo como muito bom, conforme escreveu em sua conta no Twitter.

Além disso, a China cortou o compulsório dos bancos para ajudar a amparar a economia, que sente os efeitos da guerra comercial com os Estados Unidos.

No mercado local, o dólar operava mais descolado do exterior desde cedo, por causa da entrevista dada na véspera pelo presidente Jair Bolsonaro, na qual sinalizou uma proposta de reforma previdenciária que foi entendida como mais leve, com idade mínima de aposentadoria de 62 anos para homens e 57 para mulheres.

"Em geral, a proposta do presidente é uma reforma mais branda do que a prevista no texto já em tramitação no Congresso Nacional", destacou a XP, lembrando que a proposta de Michel Temer em tramitação no Congresso prevê 62 anos para mulheres e 65 para homens.

A corretora também chamou a atenção para a posição contrária de Bolsonaro ao aumento da contribuição previdenciária de servidores públicos de 11 para 14 por cento. "O mercado pode ver com desconfiança a redução da economia prevista, com possível realização de ganhos tendo em vista a performance superior de ativos brasileiros na semana", emendou.

O BC vendeu nesta sessão 13,4 mil contratos de swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares. Desta forma, rolou 2,01 bilhões de dólares do total de 13,398 bilhões de dólares que vencem em fevereiro.

Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.

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Fonte:
Reuters

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