Guedes discute disputa comercial entre China e EUA em encontro com Langoni

Publicado em 11/01/2019 16:00 e atualizado em 11/01/2019 20:33

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O ministro da Economia, Paulo Guedes, conversou nesta sexta-feira sobre o quadro econômico global e a disputa comercial entre China e Estados Unidos em encontro com o diretor do Centro de Economia Mundial da FGV e ex-presidente do Banco Central, Carlos Langoni.

"Discutimos apenas esse cenário mundial", disse Langoni à Reuters. "Falamos sobre China e Estados Unidos, importantes peças do tabuleiro global", completou ele a sobre reunião que ocorreu mais cedo no Rio de Janeiro.

Desde o ano passado, as duas maiores potências mundiais têm travado uma disputa comercial, com o anúncio de medidas tarifárias e ações de retaliação, dinâmica que lançou dúvidas sobre o crescimento econômico global. Em dezembro, contudo, os dois países acertaram uma trégua de 90 dias na guerra comercial, em uma tentativa de buscar uma acordo mais duradouro para encerrar as disputas comercias.

No início da semana, as delegações técnicas dos dois países encerraram três dias de negociações em Pequim, alimentando expectativas sobre um possível acordo entre as partes. Agora, autoridades dos EUA esperam que o principal negociador comercial da China visite Washington neste mês.

Guedes e Langoni são próximos e têm passagem pela Universidade de Chicago, conhecida como templo mundial do liberalismo econômico. Langoni é uma espécie de consultor informal do governo para assuntos internacionais. Guedes chegou a dizer, inclusive, que ele faria parte do governo, mas Langoni descartou a investida no mesmo dia, dizendo que se limitaria a colaborar à distância.

O ex-presidente do BC também defendeu a abertura da economia brasileira que está na pauta do novo governo. A avaliação é que o trabalho nesse front elevará o PIB potencial e a geração de empregos no Brasil.

"Podemos dar um salto com a abertura", afirmou Langoni.

O encontro ocorreu na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), onde o ministro da Economia tem um gabinete funcionando para reuniões e despachos no Rio de Janeiro.

Ainda nesta sexta-feira, Guedes tinha na agenda reuniões com Gustavo Franco, ex-presidente do BC e estrategista-chefe da Rio Bravo Investimentos, e com Fábio Abrahão, do Infra Partners.

Mais importante que inflação de 2018 é ancoragem em torno da meta para próximos anos, diz Ilan

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, disse nesta sexta-feira que mais importante do que o desempenho comportado da inflação em 2018 é o fato de que as expectativas de inflação para os próximos anos encontram-se também em torno da meta estabelecida pelo governo, o que atribuiu ao trabalho do BC e à credibilidade da política monetária.

"Hoje IBGE divulgou inflação corrente de 2018 de 3,75 (por cento), em torno da meta, e mais importante as expectativas de inflação para os próximos anos também (estão) em torno da meta", disse Ilan, em referência às projeções coletadas na pesquisa Focus.

"Num regime de metas para a inflação, a confiança de que a política monetária será ajustada quando houver desvios relevantes leva à ancoragem das expectativas de inflação em torno da meta, como é o caso hoje", afirmou Ilan, na abertura de evento institucional do BC sobre a história da autoridade monetária.

De acordo com o levantamento mais recente, feito pelo BC junto a uma centena de economistas, a estimativa é de que a inflação fique em 4,01 por cento em 2019, 4,0 por cento em 2020 e 3,75 por cento em 2021 -- em todos os casos rondando as metas, que são, respectivamente, de 4,25 por cento, 4,0 por cento e 3,75 por cento, sempre com margem de 1,5 ponto para mais ou para menos.

"Isso é sinal de credibilidade da política monetária e fruto do resultado do trabalho de todos vocês ao longo de décadas", completou ele, saudando a gestão de ex-presidentes do BC, com vários deles presentes no auditório.

Em 2018, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou com alta de 3,75 por cento, abaixo do centro da meta do governo de 4,5 por cento, mas dentro da margem de tolerância de 1,5 ponto, em meio a um cenário de atividade econômica sem fôlego, desemprego alto e demanda fraca.

Em sua fala, Ilan também destacou que manter o controle da inflação é trabalho contínuo e reiterou mensagem que vem repetindo há tempos, de que a continuidade dos ajustes de reformas e ajustes na economia é essencial para inflação baixa no médio e longo prazo, para a queda da taxa de juros estrutural e para a recuperação sustentável da economia.

"A manutenção de um ambiente macroeconômico estável e previsível no médio e longo prazo é que poderá trazer grandes benefícios à população", disse.

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Fonte:
Reuters

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