Potências europeias indicam estar prontas para reconhecer Guaidó na Venezuela

Publicado em 26/01/2019 16:55

MADRI (Reuters) - Potências europeias expressaram seu apoio ao líder venezuelano da oposição Juan Guaidó neste sábado, dizendo que vão reconhecê-lo como presidente interino se Nicolás Maduro não convocar eleições em oito dias.

Reino Unido, Alemanha, França e Espanha afirmaram que reconhecerão Guaidó a menos que novas eleições sejam anunciadas.

A Venezuela entrou em turbulência sob a administração Maduro, com falta de comida e protestos diários em meio a uma crise política e econômica que levou a um movimento de emigração em massa e a uma inflação galopante.

Maduro foi reeleito em maio do ano passado, num pleito marcado por baixo comparecimento e alegações de compra de votos pelo governo. A oposição no país, os Estados Unidos e governos de direita na América Latina recusaram-se a reconhecer o resultado das eleições.

Guaidó proclamou-se presidente interino na quarta-feira, embora Maduro, que lidera a nação rica em petróleo desde 2013 e tem apoio das Forças Armadas, tenha se recusado a renunciar.

Esta semana, os Estados Unidos declararam apoio a Guaidó, com o vice-presidente Mike Pence chamando Maduro de “ditador sem legitimidade de reivindicar o poder”. Desde então, a maioria das nações da América Latina e o Canadá também proclamaram seu apoio ao líder de 35 anos.

Neste sábado, quatro países da União Europeia se juntaram ao grupo.

"O governo da Espanha dá (ao presidente) Nicolás Maduro oito dias para convocar eleições livres, transparentes e democráticas", disse o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, em comunicado.

"Se isso não acontecer, a Espanha reconhecerá Juan Guaidó como presidente interino encarregado de convocar essas eleições."

No que pareceu ser uma mensagem coordenada dos países da União Europeia, quase ao mesmo tempo o presidente francês, Emmanuel Macron, publicou um tuíte repetindo os comentários de Sánchez.

"A menos que eleições sejam anunciadas dentro de oito dias, estaremos prontos para reconhecer Juan Guaidó como 'presidente interino' da Venezuela, a fim de desencadear um processo político", disse Macron.

Uma porta-voz do governo alemão também publicou no Twitter a mesma mensagem logo após os comentários vindos de Madri e Paris.

Depois, o ministro de Relações Exteriores do Reino Unido, Jeremy Hunt, tomou decisão parecida.

“Depois de banir candidatos da oposição, encher as urnas com votos e irregularidades de uma eleição profundamente fraudada, está claro que Nicolás Maduro não é o líder legítimo da Venezuela”, tuitou Hunt.

França, Espanha e Alemanha exigem que Maduro convoque eleições (Ag. Brasil)

Os governos da Espanha, Alemanha e da França se manifestaram neste sábado(26) em favor de Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional da Venezuela que se autoproclamou presidente interino do país em substituição a Nicolás Maduro.

Pelo Twitter, o presidente francês Emmanuel Macron declarou que a “o povo venezuelano deve decidir livremente seu futuro” e que a França pode reconhecer Guaidó como presidente enquanto não é realizadas novas eleições para resolver o impasse político na Venezuela.

Em pronunciamento oficial, o primeiro-ministro da Espanha (presidente de governo) Pedro Sánchez estabeleceu prazo de oito dias para que Maduro convoque “eleições justas, livres, transparentes e democráticas”.

Nicolás Maduro
França, Espanha e Alemanha exigem que Maduro convoque eleições na Venezuela - Reuters/Marco Bello/Direitos reservados

Segundo a porta-voz do governo alemão, Martina Fietz, "se as eleições não forem anunciadas no prazo de oito dias, a Alemanha está pronta para reconhecer Juan Guaido como presidente interino”.

Durante a semana, a União Europeia já havia manifestado apoio às novas eleições e apoio à Assembleia Nacional da Venezuela. Brasil, Argentina, Colômbia, Canadá e Estados Unidos já reconheceram Guaidó como presidente.

Aliados de Maduro

México, Cuba, Irã, Turquia declararam apoio a Nícolas Maduro. Rússia e China divulgaram manifestações incisivas contra qualquer intromissão externa na política venezuelana.

Em Caracas, Maduro, que governa a Venezuela desde 2013, tendo sido reeleito em pleito em 2018 sob suspeição, denuncia o que chama de “golpe midiático” contra a Venezuela promovido pelos Estados Unidos. ”Há uma imensa campanha de desinformação e manipulação contra a Venezuela mais uma vez”.

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Fonte:
Reuters

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