Vale despenca mais de 20% após Brumadinho e derruba Ibovespa

Publicado em 28/01/2019 17:00

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SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em queda de cerca de 2 por cento nesta segunda-feira, pressionado pelo tombo de mais de 20 por cento das ações da Vale, maior recuo diário da história e equivalente a uma perda de mais de 70 bilhões de reais em valor de mercado, após o rompimento de uma barragem de mineração da companhia, que até o momento deixou 60 mortos.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 2,12 por cento, a 95.604,49 pontos, de acordo com dados preliminares.

O volume financeiro no pregão somava 22,86 bilhões de reais, com os papéis da mineradora respondendo pelo maior giro negociado do dia, de 7,8 bilhões de reais, antes do ajuste. As ações da companhia também tiveram o maior volume de negócios desde a estreia da Vale na bolsa paulista.

Equipes de resgate retiram corpo após rompimento de barragem da Vale em Brumadinho
Equipes de resgate retiram corpo após rompimento de barragem da Vale em Brumadinho 28/01/2019 REUTERS/Washington Alves

Vale desaba 24,5% e perde mais de R$70 bi em valor de mercado após tragédia em MG

SÃO PAULO (Reuters) - As ações da Vale fecharam em queda de mais de 20 por cento nesta segunda-feira, pior desempenho diário da sua história e equivalente uma perda de 72,8 bilhões de reais em valor de mercado, após a tragédia com o rompimento de uma barragem de mineração da companhia em Brumadinho (MG), que deixou até o momento 60 pessoas mortas e quase 300 desaparecidas.

Os papéis da mineradora fecharam em queda de 24,52 por cento, a 42,38 reais, derrubando o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, que fechou em baixa de 2,29 por cento. O volume de ações negociado foi o maior desde a estreia da Vale na bolsa. Em termos financeiros, foi o maior giro do pregão desta segunda-feira, totalizando 8,15 bilhões de reais.

Os primeiros relatórios de analistas do setor de mineração recomendaram cautela com as ações dado o horizonte nebuloso à frente em razão de potenciais desdobramentos da desastre, que aconteceu pouco mais de três anos depois que uma barragem da Samarco - uma joint venture da Vale com a BHP - rompeu em Mariana (MG), levando a 19 mortes e poluindo o rio Doce.

Os analistas Leonardo Correa e Gerard Roure, do BTG Pactual, afirmaram terem sido "verdadeiramente surpreendidos" com o evento, citando que, desde o acidente com a Samarco, a Vale investiu em uma série de medidas para inspecionar e garantir que as operações existentes fossem seguras.

Desde o rompimento da barragem de Brumadinho na sexta-feira, a Vale já teve contra si a decretação de quatro bloqueios judiciais e a aplicação de outras duas sanções por órgãos administrativos no valor total de 12,1 bilhões de reais, segundo levantamento feito pela Reuters nesta segunda-feira.

A mineradora também suspendeu sua política de remuneração aos acionistas, o que na prática significa o não pagamento de dividendos e juros sobre o capital próprio.

(Por Paula Arend Laier)

AGU aguarda PF para decidir se pede afastamento de diretores da Vale, diz fonte

BRASÍLIA (Reuters) - A Advocacia-Geral da União (AGU) vai aguardar a conclusão das investigações do inquérito aberto pela Polícia Federal para apurar os responsáveis pelo rompimento da barragem de Brumadinho (MG), ocorrido na sexta-feira com dezenas de mortos e centenas de desaparecidos, para decidir se pede o afastamento de diretores da Vale, dona do empreendimento, afirmou à Reuters nesta segunda-feira uma fonte familiarizada com o caso.

Segundo a fonte, a medida poderá ser adotada se houver indicativos de culpa pessoal de diretores da companhia.

Desde a sexta, a empresa se tornou alvo de um inquérito da PF e outras frentes de apuração, além de bloqueios judiciais e multas que já atingem 12,1 bilhões de reais.

O afastamento da diretoria da Vale foi discutido "de forma rápida" na reunião desta segunda-feira do gabinete de crise no Palácio do Planalto, após a fala no início da tarde do presidente em exercício, Hamilton Mourão.

Em entrevista a jornalistas, Mourão havia afirmado que o afastamento da diretoria da Vale está em estudo pelo grupo de crise do governo formado após o rompimento de barragem em Brumadinho.

"Essa questão da diretoria da Vale está sendo estudada pelo grupo de crise. Vamos aguardar quais são as linhas de ação que eles estão levantando", disse Mourão a jornalistas ao ser questionado se essa seria uma possibilidade.

A questão foi levantada inicialmente pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL) em sua conta no Twitter, no último domingo.

Mourão ressaltou não ter certeza se o governo pode pedir o afastamento.

"Tem que estudar isso. Não tenho certeza que o grupo (de crise) pode fazer essa recomendação", alegou.

Equipes de resgate retiram corpo após rompimento de barragem da Vale em Brumadinho 28/01/2019 REUTERS/Washington Alves

 

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Fonte:
Reuters

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