Após recordes, Ibovespa recua puxado por Itaú Unibanco; BRF sobe 6,5%

Publicado em 05/02/2019 17:10
Ibovespa se anima com falas de Maia e Guedes sobre a Previdência, mas Itaú impede alta

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em leve queda nesta terça-feira, após ter batido novo recorde na véspera, com Itaú Unibanco entre as maiores pressões de baixa após previsões para 2019 mais conservadoras que outros pares privados, enquanto BRF ajudou a atenuar as perdas com de novo diretor financeiro.

Índice de referência do mercado acionário, o Ibovespa caiu 0,28 por cento, a 98.311,20 pontos. O volume financeiro do pregão somou 16,3 bilhões de reais.

Na véspera, o Ibovespa subiu 0,74 por cento, a 98.588,64 pontos, novo recorde de fechamento.

Para Pedro Menezes, sócio da Occam Brasil Gestão de Recursos, a bolsa caminhava para uma realização de lucros mais forte, após o resultado do Itaú Unibanco e com algumas indefinições sobre a reforma da Previdência.

"Mas o discurso do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, após o encontro com o ministro da Economia, Paulo Guedes, foi o melhor possível", avaliou. "Havia uma pequena dúvida de como seria a postura do Maia...mesmo sendo uma pessoa pró-reforma. E a sinalização foi muito boa."

Na mínima, o Ibovespa recuou 1 por cento.

Maia afirmou não ter dúvida de que a reforma da Previdência é fundamental e que há condições de a base do governo na Casa alcançar os votos necessários para aprovar o texto, embora tenha dito que não vai descumprir o regimento para tramitar a reforma.

Em Nova York, os pregões tinham dia positivo, com destaque para ações de tecnologia e consumo em meio a resultados como os de Estée Lauder e Ralph Lauren, enquanto agentes aguardam o discurso do Estado da União de Donald Trump.

DESTAQUES

- ITAÚ UNIBANCO PN caiu 4,26 por cento, após resultado considerado fraco. O banco definiu metas mais contidas que seus pares para 2019, embora avalie que a rentabilidade deva melhorar. Para o Goldman Sachs, com exceção das margens, as outras previsões são mais fracas do que os níveis sinalizados por rivais. BRADESCO PN subiu 0,04 por cento e BANCO DO BRASIL avançou 2,92 por cento. SANTANDER BRASIL cedeu 1,05 por cento.

- CIELO perdeu 4,61 por cento, após dados da rival Rede, do Itaú Unibanco. O BTG Pactual citou que a Cielo foi a grande perdedora de market share, após a divulgação das quatro maiores empresas do mercado de adquirência, no fim de 2018. "A Cielo precisará ser ainda mais agressiva em preços se quiser conter essa perda", afirmou em nota a clientes.

- BRF avançou 6,5 por cento, após a aprovação pelo conselho de administração da empresa de Ivan Monteiro para vice-presidência financeira e de relações com investidores. "Apesar de ser uma mudança inesperada, recebemos bem o anúncio de Ivan Monteiro (...), dada sua ampla experiência em funções gerenciais em grandes empresas", afirmaram os analistas Leandro Fontanesi e Rafael Sommer, do Bradesco BBI.

- KLABIN UNIT valorizou-se 3 por cento, em meio à repercussão positiva de anúncio da fabricante de papel e celulose de proposta para extinguir contrato de licenciamento para explorar a marca Klabin e para pagamento dos respectivos royalties pela companhia. Para o Santander Brasil, é um importante passo para criar valor para acionistas.

- VALE caiu 0,09 por cento, ainda volátil pelas incertezas relacionadas à tragédia com o rompimento de uma barragem da companhia em Minas Gerais, que já deixou mais de 100 mortos e levou à suspensão das operações em minas da companhia. Para o BTG Pactual, o prêmio de risco da Vale está agora em um novo patamar e pode depreciar as ações. "Temos recomendação de compra para Vale...mas reconhecemos que o momento continuará desfavorável."

- PETROBRAS PN subiu 0,08 por cento, em sessão com declínio dos preços do petróleo no exterior. PETROBRAS ON valorizou-se 0,63 por cento.

- GOL PN subiu 2,26 por cento, após anúncio do governo do Estado de São Paulo de redução da alíquota do ICMS sobre o combustível de aviação, de 25 para 12 por cento, em voos domésticos. As ações já haviam reagido na véspera a expectativas sobre o anúncio, fechando em alta de mais de 8 por cento. Também repercutiram números de tráfego da aérea de janeiro.

Wall Street fecha em alta antes de discurso de Trump

NOVA YORK (Reuters) - Os principais índices das bolsas norte-americanas subiram nesta terça-feira conforme resultados corporativos positivos alimentaram o otimismo dos investidores antes do muito aguardado discurso de Estado da União pelo presidente Donald Trump.

O Dow Jones <.DJI> subiu 0,68 por cento, para 25.411 pontos; o S&P 500 <.SPX> avançou 0,47 por cento, para 2.737 pontos. O Nasdaq <.IXIC> avançou 0,74 por cento, para 7.402 pontos.

As ações da Estée Lauder <EL.N> subiram 11,6 por cento após resultados trimestrais da fabricante de cosméticos, apoiados no forte crescimento na China, superando estimativas. A ação da Estée Lauder teve o maior ganho percentual no S&P 500.

A empresa de moda de luxo Ralph Lauren <RL.N> também reportou vendas e ganhos acima da expectativa, o que levou suas ações a uma alta de 8,4 por cento.

Ações da Alphabet <GOOGL.O> mudaram de curso e fecharam em alta de 0,9 por cento. Os resultados da dona do Google superaram estimativas, mas suas ações foram derrubadas no início da sessão por um significativo aumento de gastos.

O otimismo quanto à perspectiva de uma solução duradoura para a disputa sobre o financiamento do muro de fronteira, que levou a um fechamento parcial recorde de 35 dias do governo dos EUA, também alavancou Wall Street, segundo Tony Roth, diretor de investimentos da Wilmington Trust em Wilmington, Delaware.

Em seu discurso de Estado da União, marcado para a meia-noite (horário de Brasília) de quarta para quinta-feira, espera-se que Trump peça a um comitê do Congresso que elabore um acordo de segurança na fronteira. É provável que o discurso foque no potencial acordo bipartidário, como a melhora da infraestrutura e a redução dos custos de medicamentos prescritos.

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Fonte:
Reuters

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