Ibovespa fecha no vermelho pressionado por Vale, bancos e Petrobras

Publicado em 11/02/2019 20:21

SÃO PAULO (Reuters) - A Bovespa fechou no vermelho nesta segunda-feira, sucumbindo à pressão das ações de Vale, de bancos e da Petrobras em meio à ausência de novidades em torno da reforma da Previdência e ao sentimento de cautela que permeava as negociações no exterior.

Referência da bolsa paulista, o Ibovespa encerrou em baixa de 0,98 por cento, a 94.412,91 pontos, após ter caído 1,68 por cento no pior momento. O giro financeiro da sessão somou 12,49 bilhões de reais.

O indicador fechou no vermelho em três dos cinco pregões da semana passada, recuando 2,57 por cento no período, após uma sequência de seis semanas de alta, em movimento de correção após renovar máximas recordes repetidamente em janeiro.

Operadores de renda variável avaliam que a bolsa paulista carece de gatilhos no curto prazo para engatar um movimento de alta, dado que o avanço das reformas econômicas, sobretudo a da Previdência, depende da recuperação de Jair Bolsonaro.

"Não tem fato novo porque toda a expectativa de melhora (da economia) está atrelada à Previdência na verdade... O mercado fica sem força com ausência de notícias novas e, nesse compasso de espera, muita gente acaba realizando um pouco de lucro", explicou Ari Santos, da H.Commcor.

O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse acreditar que o presidente esteja de volta a Brasília até sexta-feira para tomar "decisões finais" sobre a proposta de reforma da Previdência que será enviada ao Congresso. Mais tarde, o porta-voz da presidência ressaltou que ainda não há previsão de alta do hospital.

Enquanto não surgem novidades no front político ou nas articulações em torno das reformas, investidores dividem as atenções entre o noticiário externo e os balanços corporativos.

Para o economista-chefe da gestora Infinity, Jason Vieira, a temporada de resultados ainda não exerce grande influência sobre o mercado doméstico em função do espaçamento maior do cronograma de balanços, até o fim de março.

No exterior, as bolsas norte-americanas perdiam fôlego perto do final dos negócios, conforme prevalecia em Wall Street um sentimento de cautela diante das negociações comerciais entre China e Estados Unidos e a possibilidade de nova paralisação do governo devido ao impasse envolvendo o orçamento.

DESTAQUES

- VALE caiu 2,64 por cento, devolvendo ganhos da abertura, com as atenções voltadas aos desdobramentos sobre o rompimento da barragem em Brumadinho (MG). Conforme documento interno visto pela Reuters, a mineradora estava ciente em 2018 de que a barragem tinha elevado risco de ruptura.

- PETROBRAS PN cedeu 1,15 por cento, e PETROBRAS ON caiu 1,26 por cento, em linha com o recuo dos preços internacionais do petróleo e tendo no radar notícia de que a controlada BR Distribuidora iniciou etapa de seleção de potenciais interessados em parceria estratégica no segmento de lojas de conveniência BR Mania.

- ITAÚ UNIBANCO perdeu 1,13 por cento, em sessão de queda no setor financeiro. BRADESCO PN em cedeu 0,58 por cento, BANCO DO BRASIL em baixa de 2,96 por cento e SANTANDER UNIT cedendo 1,39 por cento.

- CEMIG PN recuou 2,31 por cento, tendo como pano de fundo a nomeação do ex-presidente da Fiat, Cledorvino Belini, para comandar a estatal mineira, em substituição a Bernardo Alvarenga, que deixou a companhia.

- BRF caiu 1,62 por cento. A empresa informou que seu conselho da administração aprovou refinanciamento de duas linhas de crédito contratadas com o banco Santander no valor de até 700 milhões de reais.

- EMBRAER perdeu 1,43 por cento, após anunciar que entregou 181 jatos em 2018, sendo 90 comerciais e 91 executivos. A previsão para aviação comercial era de 85 a 95 unidades, e para a executiva era de 105 a 125. Em relatório, a Guide considerou a notícia "marginalmente negativa", destacando que a fabricante precisa focar na melhora das vendas de jatos executivos para não enfrentar problemas de liquidez após a venda da divisão comercial para Boeing.

- BRASKEM PNA subiu 3,63 por cento, entre as poucas ações que terminaram o dia no azul, beneficiada pela alta do dólar, o que elevava a receita obtida com as exportações.

Principais índices de N. York fecham perto da estabilidade

NOVA YORK (Reuters) - Os principais índices de ações dos Estados Unidos fecharam sem direção única nesta segunda-feira, numa sessão agitada, com os investidores observando as negociações comerciais entre EUA e China, potenciais impasses no Congresso e uma perspectiva fraca para resultados corporativos trimestrais.

O Dow Jones caiu 0,21 por cento, para 25.053 pontos; o S&P 500 ganhou 0,07 por cento, para 2.709 pontos; o Nasdaq evoluiu 0,13 por cento, para 7.307 pontos.

Tanto Pequim quanto Washington expressaram otimismo sobre as negociações comerciais, mesmo quando a missão da Marinha dos EUA no disputado Mar da China Meridional provocou a ira da China.

Em Washington, líderes do Congresso tentaram chegar a um acordo sobre o financiamento da segurança na fronteira em uma tentativa de evitar outra paralisação do governo.

Com dois terços das empresas do S&P 500 já tendo divulgado resultados até agora, 71,2 por cento registraram lucros acima do esperado.

Mas as expectativas de crescimento do lucro do primeiro trimestre de 2019 diminuíram. Analistas agora vêem o ano começando com os lucros trimestrais caindo 0,2 por cento em relação ao ano passado, o que marcaria a primeira contração desde o segundo trimestre de 2016.

"Isso reflete preocupações sobre a desaceleração global da qual as pessoas estão cada vez mais conscientes", disse Robert Pavlik, estrategista-chefe de investimentos e gerente sênior de portfólio da SlateStone Wealth.

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Fonte:
Reuters

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário