É hora de interpretar o que representa a prisão de Michel Temer

Publicado em 22/03/2019 12:44
Passada a euforia da prisão do ex-presidente Michel Temer, vamos interpretar esse acontecimento na "linha do tempo" do país.
 
O fato de que haverão manobras, principalmente por parte de Alexandre de Moraes no STF, que foi ministro e indicado de Temer; e de haver muitos outros a serem presos, não pode diminuir a importância dessa prisão e eu explico o motivo.
 
Não é só pelo caráter pedagógico da relação "castigo x recompensa" quando um homem tão rico e poderoso vai preso por ter lesado a pátria, tem outra questão que está no pano de fundo dessa prisão:
 
Se Temer foi preso, quer dizer que aquele "Grande Acordo Nacional com o Supremo e com tudo" que o Jucá falou na escuta telefônica, não tem mais força! Ele ruiu!
 
Se tivesse ainda a mesma força que derrubou Dilma, não conseguiriam prender Temer.
 
É uma questão óbvia!
 
E sabem quem interferiu drasticamente nesse plano dos políticos?
 
 
Você, os tios e tias do Whatsapp, a galera do "caixa 2 do Bolsonaro", todos que foram considerados robôs e hoje compõem a perigosa "milícia digital".
 
Quem votou 12, 13, 15, 18 ou 45 nas últimas eleições, votou a favor do "Grande Acordo Nacional"!
 
Só agora é que eles começam a entender que foram usados para defender bandeiras que eles não carregam. No mínimo, ingênuos.
 
Se não fosse a direita brasileira se organizar e eleger um certo capitão, que trouxe consigo vários militares e fortaleceu a Lava Jato, estaríamos assistindo a conclusão do acordo, que era: retiravam Dilma, colocavam Temer, terminavam com a Lava Jato, liberavam Lula dos inquéritos e "delimitavam onde está", dizia Jucá, se referindo a não terem mais denúncias contra político algum.
 
Entenderam agora?
 
Até quem é de esquerda deveria agradecer a direita que se organizou e interferiu na história do país. Quando o acordo foi pensado, eles não imaginavam que o povo iria fazer o que fez nas últimas eleições, eles esperavam a boa e velha disputa de PT x PSDB e ficaria tudo em casa.
 
Quem é contra tudo aquilo que está sendo expurgado de Brasília, são aqueles que arriscaram mudar radicalmente a direção do país e votaram 17 (mesmo desconfiados).
 
Quem votou em outra coligação votou pelo continuísmo.
 
Todos os outros faziam parte do "acordo", por isso queriam Lula livre e Bolsonaro morto.
 
Raquel Brugnera
Fonte: Jornal da Cidade Online

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