Flávio Bolsonaro e Joice Hasselmann saem em defesa de Maia após atritos

Publicado em 22/03/2019 20:25

SÃO PAULO/BRASÍLIA (Reuters) - Em uma tentativa de amenizar os ânimos com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, e a líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), saíram em defesa de Maia nesta sexta-feira, depois de outro filho do presidente, Carlos, criticar o presidente da Câmara nas redes sociais.

Flávio foi às redes sociais para elogiar Maia (DEM-RJ), e defender que a reforma da Previdência seja "a única frente de batalha" do governo do pai no momento.

"Presidente da Câmara Rodrigo Maia é fundamental na articulação para aprovar a Nova Previdência e projetos de combate ao crime. Assim como nós, está engajado em fazer o Brasil dar certo!", escreveu Flávio em sua conta no Twitter.

Cerca de uma hora depois ele voltou à rede social.

"A governabilidade durante os 4 anos de governo está diretamente ligada à aprovação da Nova Previdência. Essa é a única frente de batalha que deve ser aberta no momento, todas as outras atrapalham o Brasil", escreveu.

No fim da tarde, depois de se reunir com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e depois com o próprio Maia, a líder do governo no Congresso admitiu que o presidente da Câmara estava incomodado e que as críticas nas redes sociais --sem citar Carlos Bolsonaro-- causavam "ruído".

Depois de conversar com o presidente da Câmara, Joice disse que a questão está sendo "alinhada" e que o governo e Maia não estão no "ponto do divórcio", mas de "reatar a relação".

"Creio que Maia não desistirá da aprovação da Previdência, ele é uma das peças mais importantes. Eu estou conversando com ele. Vamos pacificar isso", afirmou. "O que temos de fazer agora é baixar a temperatura e conversar."

Maia tem demonstrado descontentamento com declarações contra ele feitas em redes sociais por Carlos Bolsonaro, após atritos com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, por causa da tramitação de seu pacote anticrime.

Até então principal articulador da reforma da Previdência, o presidente da Câmara já vinha mostrando descontentamento ao cobrar a articulação do governo com alguns alertas.

Mais cedo, também em um esforço para aliviar a tensão do momento, o presidente em exercício, Hamilton Mourão, disse em entrevista à Rádio Gaúcha que as redes sociais não expressam a opinião do governo e defendeu a construção de pontes com Maia. [nL1N2190UN]

"Se por acaso o presidente Rodrigo ficou incomodado com isso, compete a nós do governo lançarmos aí as pontes e conversarmos com ele", disse Mourão, que exerce a Presidência da República em função da viagem de Bolsonaro ao Chile.

"Rede social não tem nada a ver com a opinião que todos nós membros do governo, do Executivo, temos sobre ele como presidente de uma das Casas do Legislativo", afirmou. "Eu considero particularmente o deputado Rodrigo Maia um apoiador incondicional das principais ideias que nós temos e conto, assim como todos nós do governo, com o apoio dele."

Em meio a polêmica, e a notícias publicadas na imprensa de que deixaria a articulação pela aprovação da reforma da Previdência, Maia respondeu no Twitter uma mensagem da deputada estadual paulista Janaína Paschoal (PSL) e afirmou que seguirá defendendo a reforma.

As mudanças previdenciárias têm sido apontadas por Bolsonaro, em declarações públicas, pela equipe econômica e por agentes econômicos como crucial para o reequilíbrio das contas públicas para abrir caminho para a retomada do crescimento da economia.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma dos servidores civis e dos trabalhadores da iniciativa privada, no entanto, não tem sequer um relator na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, que deve analisar sua admissibilidade antes de a matéria ser encaminhada para uma comissão especial que analisará o mérito da medida. Só então a PEC poderá ir a votação no plenário da Câmara, onde precisará dos votos de 308 dos 513 deputados em dois turnos de votação para ser aprovada.

Depois disso ela ainda precisará ser aprovada pelo Senado.

Joice  tenta acalmar  Rodrigo Maia

BRASÍLIA (Reuters) - A líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), entrou em campo nesta sexta-feira para tentar acalmar a situação e tentar reverter a decisão do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) de deixar a articulação da reforma da Previdência.

"Maia é um entusiasta da Nova Previdência. Vamos alinhar toda essa questão", afirmou. "Creio que Maia não desistirá da aprovação da Previdência, ele é uma das peças mais importantes, eu estou conversando com ele. Vamos pacificar isso."

Joice se reuniu nesta sexta-feira com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e em seguida com o presidente da Câmara.

Segundo Joice, a relação com Maia não está "no ponto do divórcio", mas de "reatar a relação".

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Fonte:
Reuters

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

2 comentários

  • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

    A grande midia está publicando que o governo pode ter dificuldades com a reforma da previdencia com a prisão do Michel Temer. O que é que o governo tem a ver com a prisão do Temer? Isso é mais uma tentativa de achacar o governo.

    6
    • Tiago Gomes Goiânia - GO

      E contínua a saga... tudo é culpa da imprensa, mas dessa vez não são os petistas que dizem isso, são os bolsonaristas!

      5
    • Tiago Gomes Goiânia - GO

      Infelizmente vejo pouco comentarios aqui sobre o desastroso envio da reforma da previdência dos militares acompanhada de um pacote de bontades para os próprios milicos que torna pífia a eeconomia dos militares. Isso por si só já criou grande instabilidade no processo afetando até o deus rei mercado. O envio dessa proposta não foi obra da imprensa maldita, mas obra do "sindicalista doa militares" Jair Messias Bolsonaro.

      4
    • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

      Respondo à pergunta Tiago Gomes, o que o governo Bolsonaro tem a ver com a prisão do Temer? O que nós, os "bolsonaristas", temos a ver com a prisão do Temer? Simples, as reformas estão paradas devido à ação dos corruptos que você defende, não por nossa causa.

      4
    • Tiago Gomes Goiânia - GO

      Parcialmente a reforma está parada sim também por causa dos corruptos. Mas não só! As próprias lideranças do PSL (partido dos candidatos moralistas, pelo que se viu na campanha) do partido Bolsonaro já deram recado que a articulação está uma bagunça, aliás não há articulação.

      A prisão de Temer nem eu nem você Rodrigo saberemos de quem tem dedo, os bastidores são os bastidores, a quem diga que tenha sido apenas uma resposta a toque de caixa em resposta ao STF. Pode ter havido combinados e descombinados que nunca saberemos.

      A única coisa certa é que a prisão de Temer foi equivocada do ponto de vista legal e deve cair logo logo, a não ser que mais uma vez banquem a lava jato a todo custo. Esse é um entendimento geral no meio jurídico, a cada dia se questiona mais o papel da lava jato que já deixou de ser institucional e passou a ser de protagonismo, político, midiático, além disso, é jogar para galera a todo custo.

      De novo coloco o cerne da questão...se existem lacunas em nossa legislação/constituição cabe ao congresso se mover e alterar isso. Temer não é santo e certamente seria preso posteriormente, mas no momento adequado, não com prisão preventiva estabanada.

      2
    • Tiago Gomes Goiânia - GO

      Quando se vê que um ex juiz da lava jato já é ministro, que o juiz Bretas, que pediu prisão de Temer é bem articulado com a turma de Bolsonaro, tendo inclusive ido a sua posse em posição de destaque junto com o governador do Rio e que Deltan Dellangnol tenta a todo custo ser o novo PGR indicado pelo presidente talvez demonstre que a lava jato e o governo Bolsonaro são uma coisa só e pode estar havendo uma suspeita de como as coisas realmente vem caminhando "institucionalmente na la

      12
    • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

      O problema do Temer, Tiago Gomes, é ter roubado 1,8 bilhões em 40 anos. Isso foi a propina, a única coisa que não sabemos ainda é de quanto foi o superfaturamento.

      2
    • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

      E tem mais Tiago, voce gosta de falar dos integrantes do governo Bolsonaro, mas não fala do presidente da Alerj, o primeirão da fila da corrupção, esse como é corrupto antigo tem carta branca para roubar. Voces cobram uma coisa impossivel à um ser humano, arrumar a bagunça que voces esquerdistas fizeram durante anos em 4 meses, sem ter nenhum tipo de problema.

      4
  • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

    O que Rodrigo Maia quer em troca da reforma, sem muitas garantias de aprovação, é o fim da lava jato e o fim do pacote anti crime do ministro Sérgio Moro.

    6