Após cinco quedas, Ibovespa ensaia melhora com exterior sem tirar Previdência do foco

Publicado em 26/03/2019 12:15

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Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa subia nesta terça-feira, após fechar no vermelho nos cinco pregões anteriores, em movimento favorecido pela melhora no exterior, enquanto agentes financeiros continuam atentos a movimentações relacionadas à reforma da Previdência no país.

Às 11:36, o Ibovespa subia 0,57 por cento, a 94.196,64 pontos. A reação vem após o índice de referência do mercado acionário brasileiro acumular queda de 6,3 por cento nas últimas cinco sessões.

O volume financeiro no pregão somava 4,01 bilhões de reais.

"Após muita volatilidade na semana passada, ontem foi um dia de estabilização do Ibovespa e hoje continuamos no mesmo tom, sem grandes avanços mas com sinais de cessar fogo nas tensões entre Legislativo e Executivo", ressaltou a equipe da XP Investimentos em relatório a clientes.

Na véspera, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que não há caos e que o Congresso sabe o tamanho do desafio na reforma da Previdência. Também afirmou ter certeza que as principais lideranças políticas vão superar eventuais problemas de comunicação.

O presidente da CCJ da Câmara, Felipe Francischini (PSL-PR), afirmou que espera uma melhora do clima político para a indicação, ainda nesta semana, de um relator para a matéria no colegiado. A CCJ é o primeiro órgão a analisar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma da Previdência.

Guedes participaria de audiência na CCJ nesta terça-feira, às 14h, mas o ministério da Economia informou que ele não mais comparecerá. O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e o presidente da CCJ analisam a ida do ministro apenas quando o relator já tiver sido escolhido, apontaram fontes.

A informação de que Guedes não irá à CCJ nesta tarde ajudou a reduzir o fôlego do Ibovespa, que mais cedo subiu mais de 1 por cento na máxima do dia.

No exterior, Wall Street também começou a sessão no azul, encontrando suporte principalmente na alta de ações de tecnologia, em trajetória já registrada nas bolsas da Europa, o que corroborava a melhora no segmento Bovespa. O petróleo também se valorizava no mercado externo.

DESTAQUES

- PETROBRAS PN subia 2,38 por cento, apoiada pela alta dos preços do petróleo no exterior, além da decisão de mudar sua política de preços, com alteração na periodicidade dos reajustes do diesel nas refinarias, que acontecerão agora em intervalos não inferiores a 15 dias.

- VALE avançava 1,57 por cento, em sessão com dados de produção do último trimestre de 2018, quando a empresa produziu 101 milhões de toneladas de minério de ferro, alta de 8,2 por cento ante o mesmo período do ano anterior. Investidores aguardam o balanço da companhia na quarta-feira. Na véspera, a Justiça da Comarca de Barão de Cocais (MG) bloqueou 2,95 bilhões de reais de recursos da Vale.

- BRADESCO PN valorizava-se 0,31 por cento, endossando a melhora do Ibovespa, enquanto ITAÚ UNIBANCO PN subia 0,24 por cento, BANCO DO BRASIL ganhava 0,04 por cento e SANTANDER BRASIL UNIT cedia 0,34 por cento.

- NATURA subia 5,76 por cento, recuperando-se de um tombo de 12,2 por cento nos últimos dois pregões após a fabricante de cosméticos brasileira afirmar na sexta-feira que negocia um acordo com a Avon.

- ELETROBRAS ON tinha elevação de 3,84 por cento, tendo no radar dados mostrando que a carga de energia elétrica do sistema interligado do Brasil registrou em fevereiro alta de 5,1 por cento ante mesmo mês de 2018, além de participação do ministro de Minas e Energia de 'Live' do presidente Jair Bolsonaro prevista para o começo da noite desta terça-feira, conforme a agenda do ministro, o almirante Bento Albuquerque.

- ESTÁCIO perdia 1,06 por cento e KROTON recuava 0,8 por cento. Em nota a clientes, o Morgan Stanley citou pesquisa própria sugerindo que os descontos estão aumentando nos mercados de ensino presencial e à distância, bem como que continua sendo um desafio preencher a utilização da capacidade.

- CIELO caía 2,08 por cento, engatando o quinto pregão consecutivo de queda, conforme o papel continua pressionado por apreensões sobre o efeito da maior competição na indústria de meios de pagamentos nos resultados da companhia.

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Fonte:
Reuters

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