Petróleo: Preços avançam 1% por aperto na oferta e dados econômicos positivos

Publicado em 12/04/2019 20:21

NOVA YORK (Reuters) - Os preços do petróleo subiram 1 por cento nesta quarta-feira, à medida que cortes involuntários de oferta em Venezuela e Irã, além de conflitos na Líbia, apoiaram percepções de um mercado mais apertado, enquanto dados otimistas da economia da China reduziram preocupações a respeito de uma queda na demanda.

O mercado petrolífero também seguiu os mercados globais de ações, que avançaram após fortes lucros reportados pelo JPMorgan Chase . O índice do dólar <.DXY> recuou para sua mínima ante o euro em mais de duas semanas, fazendo do petróleo mais barato para compradores de fora dos Estados Unidos.

"As ações estão começando bem a temporada de resultados, e o índice do dólar mais fraco ajuda a reafirmar a confiança no mercado do petróleo", disse Phil Streible, estrategista sênior de commodities da RJO Futures em Chicago.

Os contratos futuros do petróleo Brent avançaram 0,72 dólar, ou 1,02 por cento, e fecharam a 71,55 dólares por barril. Já os futuros do petróleo norte-americano encerraram a sessão em alta de 0,31 dólar, ou 0,5 por cento, a 63,89 dólares o barril.

Ambos os valores de referência registraram um ganho semanal de cerca de 1 por cento, o que representa a terceira semana seguida de avanços para o Brent e a sexta alta semanal consecutiva para o WTI.

Os mercados do petróleo foram alavancados em mais de 30 por cento neste ano por cortes de oferta liderados pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e por sanções dos EUA sobre os exportadores Irã e Venezuela, aos quais adiciona-se o crescente conflito na Líbia, país da Opep.

Rússia e Opep poderiam deixar acordo para lutar por participação de mercado, diz ministro russo 

MOSCOU (Reuters) - A Rússia e a Opep podem decidir impulsionar a produção para lutar por participação de mercado com os Estados Unidos, mas veriam os preços do petróleo caírem para 40 dólares por barril, disse o ministro das Finanças Anton Siluanov à agência de notícias TASS, neste sábado.

Falando em Washington, Siluanov disse que os preços do petróleo podem cair para 40 dólares por barril dólares, ou até menos, em até um ano, se o acordo de corte de produção for abandonado.

Diesel fecha semana com alta de 0,06% nos postos, diz ANP; gasolina sobe 1%

RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - O preço médio do diesel, combustível mais comercializado do Brasil, subiu 0,06 por cento nos postos brasileiros nesta semana frente à anterior, para 3,551 reais por litro, mostraram dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) nesta sexta-feira.

O leve avanço veio apesar de a Petrobras ter mantido o preço do combustível estável nas refinarias desde 22 de março.

A estatal chegou a anunciar na véspera alta de 5,7 por cento a partir desta sexta-feira, mas recuou após pedido de esclarecimentos do governo. Em comunicado, a companhia disse que a União demonstrou preocupação com o impacto do aumento sobre os caminhoneiros, que vêm ameaçando uma paralisação, mas defendeu que a manutenção dos preços teve como base "avaliação técnica".

Segundo uma fonte do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro teria ligado para o CEO da Petrobras para pedir um reajuste menor. O próprio Bolsonaro disse a jornalistas nesta sexta-feira que "convocou" executivos da estatal a explicarem o movimento dos preços, com uma reunião sobre o tema agendada para terça-feira.

Já a gasolina fechou a semana com alta de 1,01 por cento nos postos, a 4,402 reais por litro, também em contraste com os preços nas refinarias da Petrobras, que se mantêm estáveis desde 5 de abril.

O repasse de preços ao consumidor final depende da estratégia comercial das distribuidoras e revendedoras, do valor do etanol anidro misturado à gasolina, dentre outros fatores.

O etanol, concorrente da gasolina nas bombas, recuou 0,34 por cento na semana, para 2,908 reais por litro.

Planalto minimiza impacto no mercado de interferência de Bolsonaro na Petrobras

BRASÍLIA (Reuters) - Apesar da perda de 32 bilhões de reais em valor de mercado sofrida nesta sexta-feira pela Petrobras na bolsa de valores, causada pela interferência do presidente Jair Bolsonaro que levou à suspensão do reajuste do diesel previsto para esta sexta, internamente o governo minimizou o impacto e a avaliação foi de que "segunda tudo se recupera".

De acordo com uma fonte palaciana, apesar do susto com a queda das ações da estatal na bolsa, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, considerou que as oscilações são normais e que tudo estava "tranquilo".

Mais tarde, o próprio porta-voz da Presidência, general Otávio Rêgo Barros, previu uma recuperação da empresa depois de terça-feira, quando Bolsonaro irá se reunir com ministros e o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, para "conhecer" a política de reajuste da empresa e, segundo o próprio presidente, ser "convencido" sobre a necessidade do reajuste.

"Nós vamos evoluir para retomarmos o voo de forma bastante sustentável a partir da próxima terça-feira, em decisões posteriores do governo", disse o porta-voz ao ser questionado sobre a avaliação do governo sobre as perdas da Petrobras.

Onyx foi quem levou a Bolsonaro a informação sobre a decisão da Petrobras de reajustar o diesel em 5,7 por cento. Ao saber do aumento, de acordo com a fonte, Onyx demonstrou imediata preocupação com o impacto que teria frente ao risco de uma nova greve de caminhoneiros, e imediatamente foi ao gabinete conversar com o presidente. Pouco depois, Bolsonaro telefonou ao presidente da Petrobras pedindo um reajuste menor, de apenas 1 por cento.

Castello Branco optou por cancelar o aumento previsto.

A decisão, tomada por Bolsonaro e Onyx, foi feita sem conversas com a equipe econômica. Ao ser perguntado se em algum momento depois da decisão o presidente falou com o ministro da Economia, Paulo Guedes, o porta-voz evitou responder.

"O presidente não me comentou se fez alguma conexão ou ligação com o ministro Paulo Guedes", respondeu.

Em viagem aos Estados Unidos, Guedes não se manifestou o dia inteiro. Uma fonte da equipe econômica classificou a decisão súbita de Bolsonaro como "preocupante".

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Fonte:
Reuters

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