Maduro pede ajuda a presidente do Senado para restabelecer relações com o Brasil e abrir fronteira em Roraima (REUTERS)

Publicado em 18/04/2019 15:52

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Por Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, enviou uma carta ao presidentedo Senado Federal e do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (DEM-AP), em que pede o apoio doparlamentar brasileiro para restabelecer "uma relação bilateral amistosa e respeitosa" entre osdois países e reabrir a fronteira venezuelana com o Estado de Roraima, segundo cópia da missiva obtida pela Reuters.

A correspondência foi entregue a Alcolumbre nesta quarta-feira pelo senador por Roraima Telmário Motta (Pros), que se reuniu na segunda-feira com Maduro em Caracas. Telmário é presidente da subcomissão temporária da Venezuela, na Comissão de Relações Exteriores do Senado.

O fechamento da fronteira por Maduro vigora desde o dia 23 de fevereiro e impediu a entrada deajuda humanitária organizada pelos Estados Unidos e apoiada pelo governo de Jair Bolsonaro. Esse bloqueio tem causado perdas diárias milionárias ao comércio na cidade fronteiriça de Pacaraima onde os venezuelanos vinham se abastecer de alimentos e produtos de consumo.

Na carta a Davi Alcolumbre, com tradução juramentada, Nicolás Maduro inicia dizendo que a Venezuela é ameaçada "permanentemente pelo governo dos Estados Unidos com uma intervenção militar, ao mesmo tempo em que impõe à nossa economia um severo, arbitrário e injusto bloqueio, com o objetivo de forçar uma mudança de governo pela força".

Maduro diz que o presidente Jair Bolsonaro "lamentavelmente" tem rompido com a tradição derelações de harmonia, fraternidade e respeito mútuo ao adotar "uma política inamistosa comVenezuela e seu governo constitucional, violando sistematicamente o sagrado princípio de não interferência em assuntos internos dos Estados".

SENADO PORTA-VOZ

O presidente da Venezuela pede que o Senado brasileiro seja porta-voz dos interesses de seu governo para "restabelecer uma relação bilateral amistosa e respeitosa entre nossas nações".

Maduro considerou "muito positivo" o envio de uma subcomissão do Senado para acompanhar a situação da Venezuela e suas relações com o Brasil, citando o encontro de Telmário com ele e outros integrantes do governo.

Segundo o líder venezuelano, após a conversa com Telmário, ele decidiu atuar pela "reabertura dos postos fronteiriços, sob regras claras a ser acordadas entre ambas partes, com um espírito construtivo, de cooperação, de boa vizinhança e de complementação econômica".

"Por tal motivo, peço apoio de vossa excelência para estabelecer uma mesa de trabalho binacional,com participação do Senado do Brasil, para concretar as regras de convivência e respeito que nos permitam proceder a reabrir a fronteira, como gesto compartilhado de boa vontade", diz.

Maduro lembra na carta as vantagens de uma normalização e procura mostra boa-vontade.

"Tem-me expressado o senador Temário Mota que é de especial interesse para o Estado deRoraima o sano restabelecimento de nosso intercâmbio comercial, econômico, humano e cultural", diz o presidente venezuelano.

"De igual maneira, ordenei fazer todos os esforços para superar as adversidades que ocasionou o ataque criminal a nosso sistema elétrico nacional, para restituir, no menor prazo possível, nossa cooperação em matéria de energia elétrica com o Estado de Roraima, como sempre tem sidomeu desejo. Conte o senhor e o Brasil todo com meu dedicado compromisso nestas decisões",completa.

Ao final da carta, o presidente da Venezuela reitera ao presidente do Senado e a todas as instituições do Estado brasileiro "nosso desejo de retornar o caminho das relações bilaterais de cooperação, complementação e respeito mútuo, em benefício de nossos povos".

Para ele, "nenhuma diferença ideológica ou política, pode colocar-se por em cima da paz e a unidade dos povos de nossa América Latina e Caribenha".

"Tenho a certeza de que lograremos neutralizar as ambições de guerra e as ânsias de confrontação, para juntos retomar o caminho da harmonia e o desenvolvimento compartilhado de nossos povos irmãos", conclui.

O encontro de Telmário com Maduro foi alvo de críticas de apoiadores de Bolsonaro. A deputada Carla Zambelli (PSL-SP) divulgou uma carta de repúdio ao considerar "inaceitável" que um senadorbrasileiro venha a público prestar apoio ao "regime criminoso e totalitário" de Maduro.

"Maduro, com sua política comunista, alcançou seu objetivo: todos os venezuelanos são igualmente miseráveis, desnutridos e desamparados", criticou ela. "Por fim, reafirmamos nosso apoio à decisão do governo brasileiro em reconhecer Juan Guaidó como o presidente legítimo da Venezuela."

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Fonte:
Reuters

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1 comentário

  • Arlindo Pontremolez Varalta Ibirarema - SP

    Maduro pede ajuda a presidente do Senado para restabelecer relações com o Brasil e abrir fronteira em Roraima!!!... O Poderoso Maduro depois de rugir como gato, pede "agua" por falta de comida !!

    Por que sera que nao se prove de comida e itens de primeira necessidade da famosa e majestosa Havana!!!!????

    Sera porque os precos sao caros ou tambem nao se produz nada naquele lugar!!!???

    Quem sabe da Bolivia poderia conseguir algo!!!

    Mas de uma coisa " eles ", os esquerdistas, podem ter orgulho!!

    Os seus paises estao todos iguais , estao todos na mesma "M....."

    Felicidades sr MADURO!!!!

    o sr Conseguiu igualar a sociedade e o povo venezuelano !!

    Ja nao ha piramide social ..todos estao na base....

    Estao todos iguais!!! pobres e famintos !!!

    Viva os esquerdopatas do terceiro mundo!!!

    Viva Chavez, viva Evo Morales, Viva Maduro, Viva Lula , Viva Dilma , Viva!!!!!!

    Viva com fome , viva com sede, viva sem esperanca!!!

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    • GERALDO JOSE DO AMARAL GENTILE Ibaiti, Parana, Brasil - PR

      Nem todos os venezuelanos estão na pobreza... Os burocratas, os chavistas, os dirigentes do PSUV, estão nadando no dinheiro roubado da Venezuela. Destruíram o País, levaram ao colapso o seu sistema produtivo, levaram a população à pobreza, à fome e à morte... mas, sim ....eles enriqueceram. Não são humanos, são vermes.

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